26.8.15

Um trauma a menos, mas a bicha é de dimensões medianas. . Chego em casa e me deparo com uma cascudinha, caminhando vagarosamente pela sala. Estaco, pensando em avançar e pisar nela. Mas aí vem minha consciência budista de que todo ser tem direito à vida, desde q não seja eu a erradicá-la. Aos brados, peço socorro ao filho, que dormindo estava, dormindo permaneceu. A filha surge, um gato se aproxima, a cascudinha se esconde atrás da estante. Pegamos spray de eliminação de insetos por força do pensamento positivo, pois a base deles é de água. Aspergimos boa parte do conteúdo dos dois frascos, mas a danada sumiu. Faço campana por alguns minutos, desisto, vou para o quarto.
Em outra situação, creio que teria desmontado a estante.
Espero MUITO que ela morra naturalmente e que seu cadáver seja encontrado amanhã por outrem.
Por favor, São Francisco, me livra dessa.

Ler... o quê?


Entro no WattPad, uma comunidade online para escritores, depois de ler sobre os dois novos fenômenos (todo mundo é fenômeno atualmente; queria conhecer algo que se destacasse sem ser fenomenal) da Internet. Uma das fenomenais tem mais de 7 milhões de leitores na tal comunidade. Não procurei os títulos das fenomenais, entrei numa seção - humor - e cliquei na primeira capa bonitinha. 
A personagem vai (sic) "no shopping" e depois se questiona (sic) "ir no shopping pra que". E fala algo sem a menor graça sobre ser pobre, ir ao cinema com o pai e a irmã e não ter namorado.
Nos comentários, um leitor diz que se rachou de rir. Outra se identifica com a autora, têm cotidianos iguais.
Eu sei que há uma grande parcela da mocidade lendo. Outra grande parcela, escrevendo. E eu me pergunto, pra quê? Os textos são tão vazio quanto reality shows. Fotonovela dá de dez nisso.

Do Facebook

Desfaço uma amizade com alguém que nunca vi, nunca conheci, jamais adicionei no Facebook. A pessoa é chique, informa que está abandonando a rede social. Procurará outra, que utilizará para reunir os verdadeiros amigos. Como estávamos ligados aqui, não tenho a menor ideia mesmo. 
Agora, cool pacas é você ter um baita telefone que pega sinal de astronauta em órbita, mas recusar-se a entrar em Facebook. Já não tenho cartão de crédito, nem uso Zapzap... fico pela aqui mesmo, pronta para uma escaramuça virtual.

11.8.15

Jolie está em casa novamente. Não foi muito longe, ficou no porão do edifício, escondidinha, por mais de 24 horas. Está feliz, dengosa e magrinha. E toda a família, exultante!!!










Bem fazia minha mãe, que só permitia tartarugas e passarinhos em casa. Quando os pássaros voam pra fora das janelas, a gente sempre tem aquela sensação de que eles seguem o caminho da liberdade. Uma das minhas tartaruguinhas desapareceu daqui, misteriosamente. O principal suspeito do sumiço era o homem que entregava galões de água. Ele era doido pela bichinha, vivia de olho. Ela sumiu e ele também. 
O desaparecimento de bicho de estimação é muito duro. E permanecerá um mistério, mesmo que Jolie reapareça. Por onde andou, com quem interagiu, o que está fazendo agora, será que sofre, está bem cuidada, protegida? Jamais teremos tais respostas. Angustiar-se por um animal... não vale a pena, não. Tô parecendo aquelas Cat Ladies, chorando à toa, triste mesmo. Vou trabalhar para espairecer.

Outros tempos

Adoro o canal Curta! Acabei de assistir a um documentário sobre o Darcy Ribeiro. Dois pontos interessantes: o absoluto desprezo do Darcy pela Economia, enquanto ciência ("Economia é uma bobagem, é contabilidade"), e todos lembrando da alegria daquela época em que se lutou pela redemocratização do Brasil. Tudo era festivo, incluindo os encontros políticos. Era um desbunde total, jubiloso como os primeiros dias de paixão. Feminismo era alegre, com passeata da mulherada cantando "Maria, Maria" e distribuindo margaridas pelas ruas, bebês agarrados no colo, amamentados como curumins nos seios das mães. Hoje, namoros são compromissos solenes, filho é tão planejado quanto um investimento econômico, o feminismo tá meio brabo, a política é chata, tristonha e as paixões se extinguem da mesma forma. Acabaram os homens inconvenientes, implicantes e esfuziantes como o Darcy.

Os novos tempos

Eu sinto um certo desconforto com tanta necessidade de apresentar um posicionamento para qualquer situação de vida. Talvez isso tenha vindo com a Internet, que deu voz a tantos. Tudo é explicado, detalhado, informado. Um corte de cabelo precisa de justificativa moral ou social. Não se dá dinheiro a um mendigo sem um discurso embutido. É muita tese pra pouca vida.

Agruras de leitora

Primeiro sinal de que uma leitura não vale a pena: um trecho que qualifica um aperto de mão ou um abraço de "viril". E o romance é policial.


Facebooking


O primeiro homem que eu amei


O primeiro homem que amei me iludiu. Nem todos incentivam mulheres a serem independentes e a seguirem sonhos. Por isso, sonhei em trazer ao mundo alguns parecidos com ele. Acho que consegui. 
Foi um presente ter um pai como o meu - que detestava festejar aniversário e tirar fotos, mas aceitava até isso, a cada 29 de julho, pra agradar a filha. O que aconteceria hoje, certamente.
(do Facebook, em 29 de julho).