31.8.08
O tempo passa
Um quarto de século depois, Brooke virou alourada, uma atriz razoável e lindona, enquanto Michael virou branco, inexpressivo e pavoroso.
Bom pra ela, ruim pra ele, pior pro público.
29.8.08
Da série "É brega, mas..."
Adoro Stevie Wonder. Comprei Superstition aos 12 anos. E sua interpretação para For Once in My Life é definitiva - sorry, Gladys Knight and the Pips...
Agora, este clipinho dos idos dos 60, com um playback sem vergonha e as mocinhas animadíssimas, dançando cada uma prum lado, é sensacional! Ele tem muito mais pendor para o balanço do que as meninas. A coreografia também prima pela criatividade.
28.8.08
Trash Lady
Na noite paulistana, antes de adormecer, zapeando a TV do hotel, minhas alternativas - além de competições empolgantes de badminton - eram Luciana e seu programa ou a TV japonesa (que é muito divertida. A gente não entende nada, mas a japonada ri um bocada, até de um estranho programa sobre tráfego. Eles são muito simpáticos e se divertem pacas).
Então, assisti um pouco do que vi de mais bizarro na TV brasileira até hoje. Luciana entrevistava uma moça que tem o apelido de Boing-Boing, devido ao tamanho de seu busto. Ela foi uma cover de Pamela Anderson em um programa da MTV e hoje disputa com outra senhorita o título de seios mais avantajados do Brasil. Nenhuma das duas têm seios desenvolvidos pela própria natureza. Uma usa silicone (Boing-Boing), a outra umas próteses de água e sal (aprendi muito sobre cirurgia plástica). O impacto visual causado por ambas é um atentado ao bom gosto. Nem Fellini conseguiu mulheres tão avantajadas quanto ambas. Além de falarem mal uma da outra, elas posam nuas e têm dificuldades ou total impossibilidade para dormir de bruços. Isso porque as próteses não são gordura, o material que habitualmente reveste as glândulas mamárias. São uns travesseirinhos duros de até três litros em cada seio.
Sinceramente, fiquei intrigada porque o resultado é horrível. Uma deve ter um busto 48, grande demais para seu corpo generosamente exposto pela primeira vez em uma revista de mulher pelada. A outra deve ter busto 60. É pavoroso.
Além das imagens chocantes, foi interessante perceber que Boing-Boing se expressava com desenvoltura, enquanto a outra era flagrantemente menos culta. Ambas mencionavam as carreiras e a dignidade pessoal de cada uma. E a pergunta que me perseguiu, antes que eu desligasse a TV e me embrenhasse na leitura do delicioso Magical Mystery Tours, era a que ponto chegou a indústria de subcelebridades no mundo.
Uma semana depois, sem a desculpa de estar na terra da garoa, mas confortavelmente disputando minha cama com dois gatos que acreditam que persistirão e vencerão a luta pelo inexpugnável território de meu quarto, chego ao canal do Superpop e presencio um encontro histórico: Luciana Gimenez e Narcisa Tamborindéguy. Como aquilo prometia ser uma exibição explícita de neurônios alucinados, me animei a assistir. Desta vez, desisti antes de obter qualquer informação interessante sobre a presença de Narcisa no programa. A platéia gritava extasiada "Ai, que loucura!", Narcisa se acabava de rir, Luciana dava sorrisos magnânimos e eu não entendi absolutamente NADA.
Aí, o Hugo entrou no quarto, Júlia tocou a gataiada pra fora e eu achei que não pegava bem ver porcaria na frente dos filhos.
27.8.08
Festival de Veneza
É a mesma lógica que leva os novos assinantes a serem atraídos por promoções nas mensalidades iniciais, enquanto os antigos continuam pagando tarifas mais altas. Depois que reclamei com minha operadora, obtive um bom desconto em minhas mensalidades por um determinado período.
Uma tabela comparativa publicada no Globo On Line mostra que as taxas pelos pontos extra no Brasil são das mais altas entre diversos países. Apenas no Chile as taxas são mais altas que no Brasil, que cobra mais do que as operadoras americanas, britânicas, australianas, argentinas, canadenses e francesas. Em termos relativos e absoolutos.
25.8.08
No Valor Econômico, semana passada
Pode ser útil observar Nero e Calígula
Por Olga de Mello, para o Valor, do Rio
21/08/2008
Roma S.A.
A primeira corporação mundial nasceu como uma pequena empresa familiar, que, através de planejamento racional, pôde estender e manter sua sua influência sobre povos de todo o planeta. Assim é a "Roma S.A." descrita na irreverente análise do escritor americano Stanley Bing sobre os primeiros 1.200 anos de uma história repleta de líderes neuróticos, disputas sangrentas pelo poder e incompetentes amalucados alçados a altos cargos por questões políticas ou laços familiares. Para o autor, Roma permaneceu como a única cidade ocidental a atravessar milênios no centro dos acontecimentos políticos e sociais internacionais graças à capacidade de se reinventar e promover uma reorganização corporativa no século IV, com a criação da Igreja Católica Romana, que hoje conta com mais de um bilhão de adeptos no mundo inteiro. "Roma percebeu que o cristianismo poderia fornecer a força emocional e espiritual necessária para manter vivo o espírito romano até hoje", disse Bing em entrevista ao Valor.
O irônico Bing surgiu há cerca de duas décadas como pseudônimo do escritor, enquanto fazia carreira na rede de televisão CBS, da qual é vice-presidente executivo de comunicação, sob a identidade, real, de Gil Schwartz. Hoje, ele escreve uma coluna na "Fortune", enfocando o universo corporativo com muito sarcasmo e ceticismo, sem acreditar que seus próprios textos sejam vistos como guias de gestão. "Quem tem poder, geralmente, não se interessa pelas outras pessoas. Líderes, gerentes, executivos até podem se inspirar com a leitura de grandes exemplos de brutalidade, egoísmo e sucesso, mas fazem tudo de sua própria maneira, conforme determinam suas personalidades rígidas, controladoras e infantis. Existe uma loucura institucionalizada e o comportamento irracional é comum entre quem tem autoridade. Não é difícil encontrar descendentes de Calígula nas primeiras páginas dos jornais do mundo todo."
A vocação corporativa de Roma, afirma Bing, mostra-se desde a fundação lendária pelos gêmeos Rômulo e Remo, por volta de 700 a.C. Segundo o autor, todas as corporações começam com mitos, apresentando seus criadores sendo amamentados por uma loba ou montando computadores pessoais em uma garagem na Califórnia, como Bill Gates e Nolan Bushnell. "Antes de Roma, houve diferentes organizações sociais, cidades e exércitos, mas só Roma tem as primeiras operações corporativas. Um escritório central delegava poderes que fluíam diretamente da alta gerência para as linhas de operação no campo. Os povos conquistados eram integrados à empresa, agraciados com uma nova cidadania por determinação dos quadros superiores. Roma permitia operações locais para a geração e manutenção de receitas associadas, além de tomar parte do lucro operacional para beneficiar o centro corporativo. Outras civilizações conquistaram territórios, queimaram e saquearam cidades inimigas. Somente Roma transformou o mundo em um gigantesco estado corporativo, com uma estrutura definida, recriando-se diversas vezes até se transformar em uma organização religiosa, mantendo sua sede na cidade", acredita Bing.
A modesta empresa tocada por dois irmãos que se odiavam cresceu com a nomeação de uma diretoria - o Senado - e a ascensão de líderes qualificados para administrar os negócios. Nos últimos tempos da República, diz Bing, surgiu um novo tipo de líder, o magnata, que cria uma cultura própria, imprimindo mudanças com muita criatividade, para garantir o poder.
"Há pessoas cujos nomes são sinônimos de suas empresas, que não têm escrúpulos em derrubar quem ameace sua autoridade. Geralmente, são extremamente criativas e dinâmicas. Stálin era um magnata, enquanto Putin não passa de um burocrata poderoso. George W. Bush é apenas útil para a classe que o levou àquele cargo. Tem momentos de irracionalidade, mas não é criativo. Robert Mugabe é um magnata, como Steve Jobs, da Apple, Bill Gates da Microsoft, Louis Gerstner, da IBM.
Esses homens inventam, transformam, só obedecem a suas próprias leis, vivem de acordo com parâmetros que eles próprios traçam. São os césares da atualidade", diz Bing, que declara seu interesse por regimes totalitários - e a possibilidade de explorar situações ridículas que eles proporcionam. Em um próximo livro, ele gostaria de analisar o modelo de gestão firmado por Stálin: "Era um sociopata com um senso de humor mordaz, de quem era perigoso ser amigo ou inimigo. Ele se redefinia constantemente e tinha características que reconhecemos em mais líderes mundiais e altos executivos do que gostaríamos de admitir. Stalin é um modelo até hoje seguido em boa parte do mundo."
Gawain
Tava tudo ótimo até o dia em que eu soube que Gawain em português é ... Galvão! Para dissociar o cavaleiro do chato de plantão da TV Globo é dificílimo. Tiro o som quando a única emissora a transmitir um jogo importante tem narração do mala. Não agüento as asneiras que ele fala. Galvão Bueno é o Amaury Júnior da narração esportiva - e não tem a graça ou a simpatia do desastradíssimo apresentador de Flash, programa brega e hilariante. Galvão Bueno segue a escola de um locutor que morreu depois da Copa de 70, creio. Era o que falava "linda, linda, linda". Morreu do coração de tanto berrar.
Enquanto isso, Galvão Bueno grita, fala besteira, pontifica, faz comentários poéticos de gosto duvidoso. Ah, não dá, não! Disseram que ele ia se aposentar, mas continua berrando histericamente. E agora ainda fala com os parentes dos atletas. Que cafonice!
Aliás, a batalha dos repórteres de TV para arrancarem lágrimas dos desportistas brasileiros, daquela turma que ganhou medalhinha de prata... E, como eu imaginava, atleta brasileiro já virou sinônimo de choro compulsivo. Alguém escreveu em uma coluna de jornal estrangeiro "Fulana parecia uma jogadora brasileira, subiu ao pódio aos prantos".
Mas eu sei por que os brasileiros choram tanto. É pra ver se comovem o Galvão e ele se cala.
Sir Gawain é o cavaleiro de roupa clara, sobre o cavalo encoberto pelo Príncipe Valente.
22.8.08
Lágrimas
Vamos ficar com a fama dos maiores chorões olímpicos...
Tadinhas das meninas do futebol. Bateram um bolão. E acho que Dunga jamais terá outra seleção tão boa sob seu comando.
Restam ainda as seleções de vôlei, mas prevejo massacres iguais ao do chamado vôlei de praia (se tem seleção suíça, não dá pra pensar em competição de praia, né? Deveria mudar o nome para vôlei de areia).
16.8.08
Ele foi pra Maracangalha!
Delícia deve estar o Paraíso ultimamente, com o sorriso gostoso de Caymmi.
Quase há vinte anos, tive meu "encontro" com Caymmi. Estava na praia do Centro, em Rio das Ostras, num fim de tarde, Artur pequenininho, sentados na beirinha do mar, brincando. Era dia de semana, só estávamos nós dois e as gaivotas, naqueles quinze minutos antes do início do cair do sol.
Devo ter percebido o Caymmi com o canto do olho, porque entre as músicas que eu cantarolava com meu menino estava "O mar". De repente, olhei para o lado e lá estava ele, observando as marolas, igual a nós. Fiquei encabulada e segredei para Artur que aquele moço de calça, camisa, sapatos e uma bolsa a tiracolo trançada no corpo havia composto a música. Certamente Artur não se lembra disso. Nem Caymmi, que tinha casa vizinha à dos meus ex-sogros, no Bosque.
15.8.08
À mercê da indústria cultural
14.8.08
Categoria
Tenho uma conhecida que jamais pagou passagem de ônibus. É a queridinha dos trocadores. Eles sempre têm um galanteio a lhe fazer e oferecem viagens gratuitas. Uma outra é a paixão dos ascensoristas, que, no entanto, não têm o que ofertar.
A maioria das mulheres cariocas é vítima de delicadas cantadas de motoristas de táxi. Eles se julgam sedutores e adoram jogar conversa fora, reservando galanteios nem sempre delicados às passageiras.
A categoria profissional que me cumula de atenções? Os cana. Policiais civis e militares, incluindo bombeiros. Primeiro, me tomam por advogada ou professora, porque tenho um jeito autoritário e professoral. Depois, são gentis e atenciosos. Mas não creio que seja por meu sex appeal. Eles têm é medo de minha pretensa autoridade.
13.8.08
Um amigo que morou no 200 da Barata Ribeiro, um edifício só de pequenos apartamentos, procurado, preferencialmente, pelas moças que militam no calçadão de Copacabana, dizia que bom é "prédio suspeito". Ninguém faz barulho. De dia, todo mundo dorme. À noite, estão na rua, dando duro. Fora uma batida ou outra da polícia, é tudo muito sossegado. Já prédio família é cheio de crianças e de mães ralhando com os filhos dia e noite.
12.8.08
Curiosidade pública
Corporativismos à parte, Fernando Gabeira está divulgando este mapinha, mostrando as favelas que são dominadas por milícias. Há legendas explicativas, é só clicar.
Para nós, habitantes do asfalto-Zona Sul-classe média, tentar compreender a magnitude da vida sob o domínio acima da lei é difícil mesmo. Ontem, visitando o apartamento novo de uma amiga, soube que cada morador do edifício paga R$ 30 mensais a um serviço particular de segurança da pequena rua em Copacabana. O que não impede que essas pessoas sejam assaltadas a 100 metros dali. O prédio é modesto, mas dotado de câmeras que vigiam o movimento de elevadores, garagens, portaria e escadas. Assusta o visitante. Mas valoriza o valor do imóvel, parece.
Vida estranha a que levamos atrás das grades...
Exibir mapa ampliado
Nasce Yoga Jovelina
Agora sou Yoga Jovelina. Original como Krishna Baby, Kriptus Rá, Nanashara, Zabelê, Riroca - Numa releitura de Cidade de Deus, Sarah Sheeva é o c... - e Pedro Baby. Se vc quiser ter nome de rebento de Baby e de Pepeu, corra ao endereço abaixo.
My Acabou Chorare: clique! is Yoga Jovelina.
Take Gerador de nomes de filhos da Baby Consuelo today!
Created with Rum and Monkey's Name Generator Generator.
Baby está em minha vida. Além de ter nome de filha de Baby, sou mãe de uma menina que usa os cabelos de Baby (mas depila axilas, tá? Uma vez, eu estava no mesmo ônibus que Baby gravidíssima - ela, não eu -, ofereci lugar para que ela se sentasse. Baby agradeceu, mas preferiu permanecer em pé, brindando aos demais ilustres passageiros com a visão de suas cabeludérrimas axilas).
Fora a tonalidade capilar e divergências estéticas, adoro a Baby, fui a show dos Novos Baianos, de Pepeu (na Praça General Osório, olha que delícia!). Quando a entrevistei, já havia se convertido a uma seita evangélica. Cantou músicas gospel para mim ao telefone, com sua voz cristalina.
Gosto mais da Baby sambista, chorista, baladeira, murmurando versos de Menino do Rio. E pra todo mumdo ver que nada se cria, tudo se copia, taí a Baby, gravidona, barrigão à mostra, cabelos coloridões. Igual às patricinhas ou emos de hoje.
11.8.08
8.8.08
E você, não gostaria de dizer isso?
Por favor, volte a nos contactar em muitos minutos.
Obrigada pela preferência.
7.8.08
Sirigata
Não é minha. Apenas ficou hospedada conosco por dois dias, enquanto Júlia providenciava sua adoção. Minha casa está se tornando albergue de gatinhos órfãos.
Uma lindeza esta bichaninha. Pequenina, em vez de miar, pia como um passarinho. Segue a gente pra todo o canto, como um pintinho.
Acolher um animalzinho, nem que seja por poucas horas, faz bem ao coração.