25.10.10

O abandono

Esse negócio de voltar aos estudos não é para qualquer um, não. Tem uma fase ideal para isso na vida. Não é aos 50, entrando no segundo tempo da existência, com um monte de responsabilidades e vivendo a vida loucamente, sem carteira assinada, lutando literalmente pelo pão de cada dia.

O único jeito de açambarcar o mundo com as mãos é deixar de lado alguns hobbies, como este blog. Não chego a pensar em vida virtual como um compromisso. Assim fazem, já reparei, os internautas que passaram dos 60. Por quê? Ora, porque foram criados para levar a vida a sério. Gente que paga conta no dia certo, que telefona quando falta a alguma festa, que se preocupa em cativar o amigo. E têm a mesma atitude em relação ao espaço virtual.

Adoro este comportamento, mas encaro a vida na Internet por dois ângulos. O primeiro, o facilitador profissional. Por isso mesmo passo o dia ligada. O segundo, a terra aberta, a mata virgem por trás daquela praia de areias douradas, que atravessamos sem qualquer pudor ou temor, loucos para desbravarmos o que virá pela frente. Com essa desfaçatez de invasor, eu realmente não me sinto obrigada a postar ou a guardar um compromisso com meus fugazes leitores. Ando numa fase Facebook, onde o diálogo é constante e direto.

Mas não esqueço este cantinho, não.

É como a varandinha de minha casa, mais frequentada pelos gatinhos hoje, que foi, no passado, meu canto de ler jornal. Agora, leio jornal na tela, sem esquecer de regar as plantinhas que enfeitam a varanda.

Vez por outra, volto aqui para avivar este espaço, que, quem sabe, vicejará em todo o seu esplendor daqui a pouquinho?




E pra festejar a chegada aos 50 minutos de partida, cá estou eu, comemorando, na antevéspera, ao lado de meu passado e meu futuro: minha amiga Neydinha e Júlia.


Um festança, na véspera da eleição de primeiro turno, com comparecimento de amigos de todas as fases de minha vida: do colégio, da Cultura, do Coral, da praia, de profissão, e até o núcleo mais recente, o da PUC, onde curso pós-graduação. Naturalmente, dançamos, cantamos e pulamos para o total constrangimento dos filhos e deleite dos primos mais velhos.
Já estou planejando os festejos dos 60 anos.


23.10.10













































Só não reconhece Pelé como majestade quem é ruim da cabeça e doente do pé.

13.10.10

A Bastilha

Os principais argumentos contra Dilma Roussef na presidência da República que ouvi até agora são sua falta de carisma, sua inexperiência (em quê?), o passado guerrilheiro e pertencer ao partido que teria entronizado a corrupção no poder.
Por mais que eu ache as feições da candidatas muito estranhas no pós-plástica, desde quando carisma é quesito administrativo?
Alguém que já foi secretária de governo estadual e está há oito anos em dois dos principais ministérios do país é inexperiente?
Combater em guerrilha é indigno? Não que eu veja heroísmo em guerras, mas nelas se admite a tortura e o assassinato com o respaldo estatal. Imoralidades como a invasão do Iraque não provocam os mesmos espasmos de ira nos que atacam os ex-guerrilheiros brasileiros, que tentavam derrubar do poder quem não fora eleito para governar a nação.
Reconheço que o PT perdeu a aura santificada quando chegou ao poder e passou a utilizar os mesmíssimos conchavos, costurando alianças espúrias como TODOS os governos anteriores. Não que isso justifique a corrupção. Mas houve uma alternância na roubalheira. Exatamente como havia antes.
Há outros argumentos também. Um deles prega a alternância partidária no poder. Caramba, ficamos décadas sem presidente eleito e agora estamos doidinhos por alternância no poder? O "aparelhamento" do Estado, isso jamais existiu? O loteamento de cargos foi invenção petista? A diferença do PT para os demais partidos é que ele tinha princípios, cara, diferença dos demais agrupamentos. Hoje, é apenas mais um partido.

Doloroso, para mim, como cidadã, é perceber que aparentemente a redução da miséria e da pobreza agride tanto uma classe média que não perdeu nem empregos nem poder aquisitivo. Classificar como populistas programas efetivos de redistribuição de renda é o mesmo que considerar a pobreza e a ignorância opção de quem delas padece. Está na hora de percebermos que somos apenas os felizes resultados do acaso biológico. Por isso mesmo temos o dever de ampliar as possibilidades dos que não nasceram em berços esplêndidos, para que eles também tenham o direito a uma educação de qualidade, a serviços de saúde decentes e a uma vida fora da mais absoluta indigência.

Este olhar que menospreza o invisível, que odeia o pobre, que rejeita o que emana do zé povinho é tão anacrônico quanto os países de governos absolutamente autoritários. Dilma é perigosa porque vai trazer a ditadura do proletariado ao país? Ora, me poupem! Esta Bastilha imaginária não há de cair. Mas o pensamento discricionário, este sim, quem sabe, um dia desaparecerá.





7.10.10

Viva Vargas!!!!


Um Nobel de literatura latino-americano! Merecidíssimo.

1.10.10

Dilmei



Tony Curtis (1925-2010)



Tony Curtis era o galã escalado por Hollywood para o mesmo papel em todas as comédias: o garanhão que acabava se rendendo a alguma jovem belezura - que nem sempre podia competir com ele na aparência.


Teve alguns bons papéis dramáticos, mas ficará eternizado como o rei da sessão da tarde.



O solteirão convicto que se travestia ao lado de Jack Lemmon...



... para conquistar a deusa do sexo, Marilyn ...


... em tempos politicamente incorretíssimos, porém bastante divertidos.
E, inegavelmente, era um gato.