27.6.08

É cor de rosa-choque!

Até chegar ao rosa-choque atual, Júlia teve cabelos ...
negros com detalhes rosados ...
... vermelhão apenas sob a franja...

... ruivo irlandês depois que descoloriu tudo e ficou com cara de presidiária.
Ela já foi assim, mas, certamente, no fim deste mês outras cores deverão tomar suas melenas, que ela tinge com anilina.
Não imaginava que seria mãe da Baby Consuelo.
E não era coisa de adulto mesmo?
O Jôka fez uma seqüência LINDA da Dolce Vita felliniana para anunciar o La Dolce Vita, blog do Miguel , que é um verdadeiro e delicioso compêndio daquele tempo em que adolescentes ainda não eram consumidores dignos de percepção pelo mercado publicitário.

Pulp Fiction


O Alexandre tem postado essas capas de pulp fiction, que privilegiam flagrantes de cenas de intimidade anos 50/60, quando homens e mulheres pareciam… adultos, sem a jovialidade - e imaturidade - perene da atualidade. Sexo era coisa de gente grande, com seus segredos e olhares de soslaio.
Agora, sensacional mesmo é a chamada da capa: Quatro pessoas sozinhas no abrigo de uma montanha descobrem que o amor não conhece leis, exceto suas próprias necessidades!
UAU!
Os olhos de Bela são azuis, e trocam de cor para combinar com o ambiente.
No caso, o alto de uma estante de livros, entre as plantas que ela gosta de fuçar.

Fashion talk



Depois da seriedade da entrevista - deliciosa e conseqüente - que fiz com o Peter Senge, vamos abaixar o nível.
Afinal, quem leva a sério Sex and the City?
É o mesmo que considerar Friends uma reflexão sobre a geração dos kidults.
O que a desenxabida Carrie e suas amiguinhas querem, no fim das contas, é um homem pra chamar de seu! Que lindo desserviço a anos de luta feminista!!!
Os modelitos, segundo Vivianne Westwood, que assinou o vestidinho de noiva, são pouco inventivos.
Eu não entendo nem posso consumir moda, mas acho que os figurinos eram o melhor que a série oferecia.
Como vou aguardar o filme em DVD ou na TV a cabo, não posso falar dos trajes.
Ouvi, no Saia Justa, uma das debatedoras tecer loas ao retrato da sexualidade da mulher moderna que a séria apresentou.
E, na verdade, mil vezes ficar com as verdades do Sex and the City do que com as bobagens do Saia Justa.

Países emergentes têm o que ensinar, diz especialista

Por Olga de Mello, para o Valor, do Rio
26/06/2008

A sobrevivência no mundo corporativo no século XXI exige modelos administrativos diferentes daquele consagrado pelos americanos, que privilegia a centralização das decisões e sistemas hierárquicos sem estimular a abordagem integral dos negócios, ignorando a vida fora do ambiente profissional. Há mais de 30 anos analisando o comportamento das principais empresas do mundo, Peter Senge, um dos mais respeitados especialistas em administração, acredita que os novos modelos de gestão virão de países emergentes, como Brasil ou Índia.

"A padronização é uma característica ultrapassada, que remonta à Revolução Industrial. Muitas empresas já encontraram maneiras de equilibrar a produção com projetos socioambientais que lhes conferem um patrimônio muito mais significativo do que o lucro financeiro. É bom que surjam diversos modelos ao mesmo tempo", afirmou Senge ao Valor, no Rio, onde participou do 34º Congresso RH-Rio, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos.

Em "A Quinta Disciplina" (Best-Seller, 1990), Senge já advertia as empresas para a necessidade de se adaptar aos novos tempos, criando bom ambiente de trabalho e incentivando a confiança e a ampliação dos conhecimentos entre os funcionários. O livro, que esmiuçava o conceito de "learning organization" (empresa que aprende), vendeu mais de um milhão de cópias no mundo e enfatiza a importância do pensamento sistêmico, em que qualquer assunto deve ser visto sob vários ângulos. O conceito não é de Senge - nasceu de debates no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Foi no instituto que ele, já formado em engenharia e filosofia, se especializou em sistemas sociais e gestão e fundou o Centro de Aprendizagem Organizacional da Escola de Administração Sloan. Ao longo de 18 anos, Senge comprovou que as empresas sem preocupação com o que as cercam tendem a encerrar as atividades antes que as comprometidas com o desenvolvimento sustentável.

"Muitos já estão familiarizados com o conceito, mas poucos o aplicam. A empresa voltada só para a lucratividade imediata não saiu da era industrial. É importante definir em qual organização se vai trabalhar, se uma que leve ao crescimento pessoal ou outra em que apenas se ganhe dinheiro", afirma. Ele condena os workaholics: "Em razão da cultura de algumas empresas, muita gente pensa que deve trabalhar incessantemente. Isso tolhe a a criatividade dessas pessoas, que não conseguem lidar com imprevistos ou abrir-se para novos conhecimentos."

Senge acredita que essas limitações também estão ligadas à crise na educação, agravada pelo fato de que a maioria dos países mantém um sistema educacional arcaico. Para ele, as deficiências de concentração e abstração hoje observadas entre crianças, adolescentes e jovens se deve não só ao "bombardeio" tecnológico, mas à falta de convivência entre as gerações.


"Os escritores de ficção científica estavam certos: as máquinas vão nos dominar. O ritmo de nossa vida é ditado pela tecnologia. As crianças agora vivem sem a supervisão dos adultos, passando mais tempo diante de telas do que interagindo com pais e parentes. Elas recebem uma extraordinária carga de informações que não conseguem processar. Os adultos também. Um estudo na Grã-Bretanha constatou que, ao fim de um dia usando blackberries, um adulto sofre queda superior a 20% no QI. O organismo humano não foi programado para isso", alerta Senge.

Depois de várias visitas ao Brasil, ele aponta a vitalidade como uma das peculiaridades da população. "Essa energia que os brasileiros demonstram é que leva à liderança em um setor importante, o musical. A diversidade da música brasileira conquistou respeito internacional. Esse é um exemplo de que há riquezas culturais que podem contribuir para a criação de um modelo diferente e único em negócios. Cada país deve seguir o seu modelo, com um sistema educacional que ensine o jovem a pensar de acordo com sua cultura."

24.6.08

São João

... acende a fogueira do meu coração?

Parece que a noite de São João será, como reza a lenda, a mais fria do ano. E a mais longa.

23.6.08

Quebrando o sistema

Meus filhos já passaram por diversos colégios pelos mais diferentes motivos. Mudança de bairro, de cidade, mensalidades impossíveis de serem pagas. A cada mudança, lá vinha um histórico escolar novo, cheio de notinhas ou conceitos.
Este ano, os dois mudaram de escola - e não dá para deixar de bradar, orgulhosa, que Hugo foi para o Pedro II. Requeri os históricos e tive a surpresa de constatar que, devido à passagem deles por uma escola municipal, não constavam dos documentos notas ou conceitos obtidos nos anos anteriores em outras instituições de ensino. Na primeira página do histórico havia apenas a informação do sistema de conceituação adotado pelos outros colégios. No verso, onde deveriam estar as notas, apenas um registro de que eles haviam cursado determinadas séries.
Descobri que este é um sistema consagrado pelo município do Rio de Janeiro. Ou seja, a exigência de discriminação das notas dos alunos pelo Ministério de Educação é desprezada pela prefeitura carioca, que se jacta de ter a maior rede de ensino do mundo, com mais de mil unidades distribuídas pela cidade. Isso porque, disse-me uma funcionária, "imagina se fôssemos digitar nota por nota de cada aluno"? Quando argumentei que os colégios particulares o fazem, ela redarguiu: "Mas são particulares, ora".
Perguntei, então, o que deveria fazer para conseguir históricos completos de meus filhos, se haveria necessidade de abrir um processo administrativo com a solicitação. Não, em quinze dias posso pegar os documentos, que estarão prontos. Afinal, eu fui lá, falei grosso e consegui quebrar o sistema. Que deveria funcionar para me atender, sem necessidade de reclamações.

Burrocracia rides again

Uma amiga teve o carro roubado em assalto à mão armada, no Grajaú. Junto com o carro, foram os documentos, bolsa, agenda etc.
O seguro tem cláusula que prevê a cessão de um carro, em caso de acidente, roubo ou furto, por um determinado período. No entanto, como ela não tem mais o documento original de habilitação, contando, no momento, apenas com uma cópia autenticada e o registro da ocorrência policial - que são aceitos como documentação legal, enquanto não saem os novos papéis - não pôde pegar o carro da seguradora.
E nem adianta discutir com o burocrata de plantão que anotava o formulário.
A burocracia não aceita argumentos, só ordens superiores.

Um sofá na Linha Amarela

Encontraram um sofá em plena Linha Amarela.
Duro não é jogar um sofá na Linha Amarela. Duro é ter um dia exposto tal sofá em casa.
Eu já tive um sofá-cama tão pavoroso, nos tempos das vacas magérrimas, daqueles que se esconde no quarto de empregada - desde que o cômodo seja utilizado para outros fins que não o repouso de qualquer um. Ele ocupou lugar de honra em minha sala despida de mobiliário, não por um pendor decorativo minimalista, mas por falta de recursos mesmo. O sofá vinha já de duas outras casas e, com um monte de crianças pulando em cima dele, naturalmente, foi se esvaindo em espuma. Um dia, resolvi me desfazer do pouco que dele restava. O conselho de minha mãe foi: "Combina com a Comlurb de pegar durante a madrugada, para que ninguém veja esses trapos saindo de sua casa".
Deve ter sido o que aconteceu com o sofá da Linha Amarela. Alguém, por muita necessidade, levou-o para a sala. O tempo, o Senhor da Razão, gentilmente encarregou-se de destruir a medonha criação de um designer ensandecido. O que são essas cores? Nem o meu horroroso, nem dois outros terrores que tive a seguir - um da Imperatriz das Sedas, em vinho, com detalhes laqueados (ai!!!!), arrebatariam dele o prêmio de Pesadelo Doméstico dos Subúrbios Cariocas.
A gente compreende a necessidade, que leva qualquer um a dotar seu lar com móveis feios mesmo. Porém são insondáveis os desígnios mentais que levam aos delírios criativos que resultam nessas aberrações.

18.6.08



Still playing after all those 66 years...

O efeito Cyd Charisse



Ela não era a melhor bailarina de Hollywood, nem foi a maior parceira de Fred Astaire. Não tinha a graça de Ginger Rogers, não sapateava como Ann Miller - talvez a única capaz de ameaçar seu título de mais belas pernas do cinema americano -, nem contava com a beleza fulgurante de Rita Hayworth. Mas quando Cyd Charisse entrava em cena, tirava o fôlego de homens e mulheres. Algo que acontece hoje ainda com algumas estrelas, como Catherine Zeta-Jones.
Linda e alta - é antológica a cena de Fred Astaire disfarçando para verificar se é mais alto que ela em A Roda da Fortuna -, Cyd Charisse tinha tudo para ser uma femme fatale, como encarna no grande balé de Cantando na Chuva e no The Girl Hunt, da Roda da Fortuna. Sem contar a deliciosa Ninotchka que ela fez em Meias de Seda.
Os homens da geração de meu pai se mostravam enfeitiçados a cada aparição da deusa. Meu padrinho João bradava, reverente: "Que magnífico exemplar mamífero!". Às mulheres restava invejar, e muito, aquelas pernas, aquele charme, aquele sorriso, o ar de superioridade mesmo quando arrastada por Fred Astaire, que, dançando muito mais, mostrava-se, como o restante do universo masculino, embasbacado pela morena.



Fica a imagem da moça bonita, em filmes ou clicada por Richard Avedon, e que se foi aos 86 anos. E imaginar a voz de Fred Astaire, narrando: "She was bad. She was dangerous. I wouldn't trust her any further than I could throw her. But she was my kind of woman."



17.6.08

Campanha


Nesses tempos de chapinha e escova progressiva, que tal lançar uma campanha para acertar a cabeleira de Vanessa da Matta? A moça é tão bonita, mas a juba... Vanessa, há exemplos de assentamento capilar na MPB. Elba fez, Marina Lima também. E no mundo pop, Michael Jackson, mas o que será que ele não fez?
Nada contra cabelos crespos, ao contrário, tenho fascinação. E Black Power fica lindo em Denzel Washington (aliás, o que não fica belo nele?). Só que as madeixas da Matta não estão nem lá nem cá. Agora, ficaram mais intrincadas ainda.
E esse estilo "pinto debaixo do balaio", como dizia meu finado pai, consegue ficar feio em qualquer pessoa.
Sim, pra combater o baixo astral com a violência carioca, estou tomando lições com Alexandre (Comentário Solitário/Freakshow) e Jôka (Av. Copacabana). Pelo menos no campo das melenas, mullets e congêneres.


Agador é dengoso.
Sua atual paixão é uma de minhas bolsas. Quando a vê, corre a se recostar nela, em absoluto êxtase.
Dorme ao lado da bolsa, feliz. Desde que a descobriu, tornou-se um gatinho adorável e carinhoso. Então... vida longa à estranhíssima ligação!


Não são meus, mas parecem...

Guerra

O Rio de Janeiro ganhou novos atores no grande palco da violência urbana. Além de policiais corruptos, gangsters (milicianos fazem parte de gangues, não?), mafiosos (os bicheiros, embora não tenham mais tanto poder, são quase uma máfia) e traficantes, agora tem o Exército pegando bandidos e entregando para facções inimigas. Ou seja, o Exército brasileiro, de cuja utilidade no momento contemporâneo ainda não me convenci, agora faz papel de Polícia e Justiça, no melhor estilo Capitão Nascimento?
Nem me atrevo a comentar o episódio pavoroso com algumas pessoas de minha convivência, que aplaudirão, certamente, o papel de Poncio Pilatos que o tal pelotão exerceu no Morro da Providência. Dirão que os jovens mortos tiveram o que procuraram. Avalizarão a institucionalização da violência por uma corporação que não tem poder de policiar, apenas é dotada de armamento provavelmente inferior ao do tráfico.
Aliás, vivendo e aprendendo, eu não sabia que além de ser responsável pelo controle das armas no País, o Exército também é fabricante de armamento. Ou seja, nossa pacífica nação também ganha dinheiro manchado de sangue. Não estou falando de espingarda para matar onça no mato, não. Estou falando de metralhadora, que não é arma para defesa pessoal. Enfim, como diz um primo meu, militar reformado, soldado não pode policiar nada, porque ele é treinado para matar o inimigo.
Não é absurdo ainda mantermos uma corporação que oficialmente se prepara para assassinar pessoas em caso de uma improvável guerra? Sou descendente de militares pelos dois lados da família de minha mãe, porém tenho a mais sólida convicção a respeito do quão inócuas são as Forças Armadas, que poderiam aprimorar suas funções de apoio social, como quando levam atendimento médico às populações ribeirinhas do Amazonas.
Como disse o Ivson, na Coleguinhas, esse horrível caso na Providência deve calar a burguesia que tanto queria o Exército policiando a cidade.
Uma retificação a posteriori: estou comentanto aqui em cima a história oficial. A versão que os soldados deram. A desfaçatez com que se pode utilizar um argumento desses: "deixamos os caras num morro, onde eles podem ter sido vítimas de inimigos". A probabilidade de os rapazes terem sido mortos pelos militares é imensa. E injustificável, assim como as diferentes versões que surgem para a morte deles. A emenda parece ter sido bem pior que o soneto.
Em tempo, continuo contrária à presença do Exército na vida civil. Com ou sem este incidente.

11.6.08



Quase tão ruim quanto Elizabeth. Os Tudor ficam melhores na série da BBC.

9.6.08

As festas galantes


O colonialismo provoca regressão civilizatória. Nossa entrega ao americanismo está nos tornando cada vez mais caretas. Não bastasse a total submissão gastronômica, a comemoração de Halloweens e a incorporação das proms, os bailes de formatura cafonérrimos - deve haver mais uns 500 mil exemplos, mas não consigo recordar; o Natal branco é um deles, certamente -, agora demos um novo significado ao casamento.
Mais do que tornar a festa de casamento um evento exibicionista, nós, que temos até uma legislação que considera válida juridicamente a chamada união de fato, hoje já não consideramos mais o companheiro como cônjuge.
Por anos sem divórcio (e com um divórcio ainda canhestro e restritivo em número de novos casamentos), nos acostumamos a considerar casados os casais que viviam juntos sem um papel firmado por juiz de paz, padre, pastor, rabino ou pai-de-santo. Mudou isso. Agora, as pessoas moram com namorados ou noivos, bem dentro do modelito norte-americano/europeu. O que havia de libertário no casamento sem papel passado perdeu o sentido. Retrocedemos aos anos 40 e 50, quando os casais separados que viviam juntos, quando podiam, viajavam para o Uruguai, onde se casavam, a fim de conferir alguma respeitabilidade à união.
Nada tenho contra o papel passado, já me casei assim uma vez. Também acho muito saudável comemorar um casamento, embora tenha alergia a cerimonial. Atualmente, há recreador até pra festa de casamento, com distribuição de perucas, máscaras e fantasias para integrar os convidados, além de brindes ao fim do espetáculo. Igual a festinhas de crianças em playground.
Uma pena que a invasão cultural seja tão intensa. Perdemos nossa capacidade de diversão espontânea e o vanguardismo que desafiava os grilhões de leis anacrônicas. E nos tornamos um povo anacrônico.

7.6.08

Ainda no rastro da tortura sofrida por uma equipe de reportagem do jornal O Dia, a Assembléia Legislativa vai abrir uma CPI sobre as milícias nas favelas.
Há dois fatores fora da ordem nessa história.
Um, o dos jornalistas se infiltrarem numa comunidade, exercendo uma função policial. Quem tem que investigar essas situações anômalas é a Polícia, não jornalista, que espera grangear fama efêmera e, quem sabe, um premiozinho Esso pela façanha. Não adianta dizer que eles queriam uma boa história. Eles queriam se destacar com essa boa história e sofreram atrocidades indesculpáveis, porque eu jamais direi que eles estavam no fogo e poderiam sair queimados. NADA justifica a tortura. NADA.
O outro fator estranho é a Assembléia abrir CPI, quando o dever de instaurar inquérito sobre tal episódio é da Justiça, seguindo investigação policial. O Legislativo não precisa abrir CPI a todo e qualquer caso esquisito que surge. Isso é dever da Justiça, ora.
A gente deveria exercer mais as nossas reais funções, em vez de se apropriar das alheias.

4.6.08

Mullets reinam



Aliás, no FreakShow, uma constante fonte de inspiração e alegria pra mim, há curiosidades sensacionais, como um comercial com Brad Pitt novinho, novinho. E, correndo ao You Tube, como eu fiz, ainda se encontra um episódio da série Anjos da Lei, com Brad Pitt fazendo um garoto da high school que o policial baby face Johnny Depp investiga. Uma jóia, principalmente pelo festival de mullets capilares.

Importado do novo blog do Alexandre (Comentário Solitário, que agora é o FreakShowBusiness, mas que não linkei porque basta entrar no anterior pra sair no novo), a vida do Bo Diddley.
Tem que clicar para ler, ok?

3.6.08

Efeito Dominó


Filme de assalto mesclado com segredos de Estado, Efeito Dominó dá certo, principalmente pela falta de expectativas. O tom realista também quebra com a pancadaria e o brilhantismo habituais que os roteiristas programam para personagens pequenos - como geralmente são os assaltantes, traficantes, policiais e povo do lumpem que protagonizam tais ações. Elenco britânico afinadinho com as carinhas conhecidas de sempre *, Jason Statham à frente, bom ritmo, sem aquela correria alucinante ou câmeras nervosinhas, um cinemão bem feito, amarradinho. Afinal, hoje em dia, filme que não tem efeitos habituais - gente lutando kung fu, perseguição de automóveis e explosões - surpreende!
* O melhor de filme britânico é ficar descobrindo em quais filmes os coadjuvantes já trabalharam!

Sobre jornalistas

Em carta dirigida à categoria, sobre o seqüestro e tortura de uma equipe de reportagem do jornal O Dia por integrantes de uma milícia em Realengo, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio e a Fenaj fazem duras críticas aos responsáveis pelos veículos de comunicação, a quem acusam de expor a vida dos seus profissionais. “Para cumprir seu papel de informar, o jornalismo não pode ignorar que a vida é, de todos, o prêmio mais precioso”, diz a carta. O documento lembra que o Sindicato dos Jornalistas luta há cinco anos pela instalação de comissões de segurança nas redações para fiscalizar medidas de proteção e avaliar riscos de cada cobertura. “Os patrões, de forma irresponsável, se recusam a dialogar, deixando à mercê da sorte a vida de dezenas de profissionais que denunciam o estado paralelo no Rio de Janeiro.”

A carta na íntegra:

CARTA AOS JORNALISTAS

Após seis anos da tortura e assassinato do jornalista Tim Lopes na Vila Cruzeiro, o Rio de Janeiro volta a ser agredido por outro episódio brutal envolvendo profissionais da imprensa. Desta vez, uma equipe do jornal O Dia foi seqüestrada e torturada durante sete horas, quando fazia reportagem sobre milícias na favela do Batan, em Realengo. Tim foi vítima de bandidos do tráfico, enquanto a equipe de O Dia teve como algozes o braço paramilitar de um Estado no qual a infiltração do crime só faz avançar.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro luta há meia década pela instalação de comissões de segurança nas redações, formada por jornalistas que fiscalizem as medidas de proteção à vida e avaliem os riscos de cada cobertura. Os patrões, de forma irresponsável, se recusam a dialogar, deixando à mercê da sorte a vida de dezenas de profissionais que denunciam o estado paralelo no Rio de Janeiro.

Os profissionais do jornal O Dia merecem a solidariedade da população. Agiram movidos pelo desejo de denunciar o nefasto fenômeno da substituição do narcotráfico por bandos opressores do próprio Estado. A tortura de Realengo fez desmoronar a ilusão dos que acreditam em soluções clandestinas. Cumpre somente ao poder público a obrigação de dar segurança aos seus cidadãos. Não há outro caminho a não ser exigir dos homens públicos, que se submetem ao voto popular, a promoção da paz social.

A ousada operação para descrever a rotina de uma comunidade dominada pelas milícias pôs em risco a vida dos profissionais envolvidos. O Sindicato e a Federação Nacional dos Jornalistas protestam contra a decisão da empresa de expor seus trabalhadores a tamanho risco. É inaceitável que a tragédia de Tim Lopes, da TV Globo, não tenha conscientizado as empresas de que nenhuma denúncia ou prêmio de Jornalismo vale uma vida.

É preciso encontrar um meio de a imprensa cumprir seu papel de informar com responsabilidade, garantindo a integridade de seus jornalistas. É assim, com segurança, que o Sindicato defende a união dos veículos de comunicação para dar uma resposta vigorosa aos bandos de milícias que oprimem as comunidades sob a certeza da impunidade.

O pior caminho para a imprensa será deixar que a tortura de Realengo atinja o objetivo dos torturadores: calar o jornalismo. Para denunciar o equívoco das milícias, no entanto, não é necessário manter repórteres por duas semanas em territórios controlados por assassinos profissionais. A técnica de infiltração é própria de polícias com instrumentos de alta tecnologia, após treinamentos intensivos de meses ou até anos. Não é tarefa para jornalistas.

O Sindicato e a Fenaj esperam que o episódio de Realengo desperte a consciência dos donos e diretores dos meios de comunicação para que não mais busquem a audiência expondo a vida de seus profissionais e discutam com responsabilidade as reivindicações da categoria, representada por esta entidade. Para cumprir seu papel de informar, o jornalismo não pode ignorar que a vida é, de todos, o prêmio mais precioso.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2008

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

Federação Nacional dos Jornalistas

2.6.08



Eu já estava chateada com a morte de Sidney Pollack. Agora, Yves St Laurent. Não sei mais onde encontrar glamour.
St Laurent sabia vestir uma mulher. Em 71, posou nu para o anúncio de um perfume masculino. Causou frisson.

1.6.08

Às vésperas do assassinato do Tim Lopes completar seis anos, uma equipe do Dia (repórter, fotógrafo e motorista) passa por torturas bárbaras na Favela do Batan. Sobreviveram, apesar do horror a que foram submetidos. Os torturadores eram milicianos que hoje dominam a comunidade. Parece que tiveram apoio de policiais militares.
Já se foi o tempo em que jornalista podia entrar em favela. Por dez anos eu cansei de subir morro. Lógico que havia um ritual. A gente entrava, se identificava na associação de moradores, pegava umas duas criancinhas e passeava de mãos dadas com elas pelas vielas todas. Tomávamos cafezinho em cada casa visitada, bebíamos cerveja ma birosca, recusávamos almoço ou jantar, porque naquela época a favela acolhia a imprensa com carinho luso/afro/brasileiro, ou seja, entupindo de comida o visitante.
Tive alguma convivência com o Tim na época do Globo. Éramos vizinhos, em Ipanema, ele alugava o apartamento de um amigo de minha família. Íamos à praia no mesmo ponto, de manhã, ele levando o filho pequenino, então. Só pegávamos no batente à tarde. Era uma pessoa afável, boa gente mesmo, carinhoso e acolhedor. Depois, ele saiu pro JB, rodou outras redações e ficou na TV Globo, onde acabou morrendo a serviço.
Pensei que a pavorosa morte do Tim houvesse eliminado a falsa sensação de invisibilidade que jornalista imagina ter. Mas sempre tem uma equipe que acha que vai fazer uma super-matéria, denunciando a realidade nojenta que se vive nesta cidade, e correndo riscos absolutamente desnecessários. Pior que isso é a leviandade do jornal em permitir que três de seus empregados corram tal risco. Deveria haver ação imediata do Ministério Público contra esse tipo de irresponsabilidade, com pagamento de indenização por perdas e danos.
Mas realmente espero que os três coleguinhas do Dia consigam se recuperar e partir para missões mais amenas.