31.10.06
Sobre o post abaixo
UFA!!!!
Depois do purgatório - que, tomara, esteja chegando ao fim - o que vale é lembrar Rita Lee:
O ano passado passou tão apressado
Eu sei que foi um corre-corre-corre danado
O ano inteiro eu passei sem dinheiro
Eu sei que foi um tal de segurar essa peteca no ar
Como se fosse empinar papagaio
A todos que me ajudaram a continuar sobrevoando por aqui, obrigada!
26.10.06
Adeus, Internet Explorer
Meu bravo PC deu uma surra no técnico, mas foi consertado!
Com a eliminação do vírus que consumiu o Internet Explorer e a subseqüente reinstalação deste navegador, descobri que: odeio o Explorer; quem o utiliza vê a página deste blog toda estranhamente configurada; continuarei usando o Mozilla, bem mais ágil e mais simples que o Explorer.
Aliás, aconselho a todos esquecerem o IE e passarem para outros navegadores, como o Mozilla e o Opera. Já testei ambos e são muito mais céleres do que o IE.
De qualquer maneira, acho que vou voltar ao antigo layout ou a algum layout do Blogger mesmo, que agora tem versão Beta e deixa a gente botar milhares de enfeitezinhos por todo o "corpo" da página.
Ah, a nova integrante dos linkados no "Guia de Viagem" é minha amiga-irmã de mais de 30 anos de vida (colega de colégio, madrinha de casamento, comadre), Márcia, que abandonou o Rio pelo Planalto Central e conta suas andanças pelas terras de lá, descobrindo cantinhos deliciosos naquelas estranhíssimas paragens.
A foto desfocadíssima, esmaecida, é do dia do batizado de Júlia, de quem Márcia é madrinha. Essas mulheres são parte de minha vida até hoje. Márcia é a que está com a mão em minha cinturinha de pilão de doze anos atrás...
20.10.06
Sanatório Geral
Mas a Câmara deveria ser um pouco menos pródiga na concessão de medalhas.
19.10.06
Epifania
... e ontem, a ficha caiu: sou uma mulher a caminho dos 50 anos.
Minha mãe preparou-se desde jovem para ser velha. Vestia roupas de mulher anacrônica, fora de moda, de época, de tanta vontade de parecer-se com a própria mãe.
Minha geração é a segunda a não querer reproduzir a mãe e a tentar ser igual à filha.
Pessoas em volta fazem lipo, musculação, pilates, redução de estômago, siliconam peito, cortam pelanca, mexem no rosto.
Eu não quero nada disso, mas a sabedoria da maturidade, por melhor que seja, não aniquilou minha curiosidade perante a vida.
Um amigo deprimiu-se ao completar 45 anos.
E eu ainda não havia me dado conta de que agora eu preciso ser definitiva. Adulta, madura, absoluta.
Foi mais fácil ser infalível aos 25.
Vai passar
acumuladas até que eu tenha o suficiente para saldar a dívida com a Telemar. O motivo do desvario telefônico? Minha doce filha adolescente, pendurada com as amigas, ligando para celular por vinte minutos, para falar sobre gatos. Felinos, quadrúpedes. Ainda.
18.10.06
Legendas e Links
Adelaide Amorim, carioca militante como eu, com quem divido uma dessas coincidências criativas que nos obriga a ser amigas de infância a partir de agora: uma definição de perfil muito semelhante.
Há tempos, no site Releituras, fiz uma apresentação para ser publicada junto a um um conto meu. Dizia assim: "Olga de Mello é carioca por nascimento, convicção”, frase que utilizei também para acompanhar meu conto no "Parem as Máquinas". Um dia, Adelaide veio me visitar aqui. Fui ao blog dela e descubri que Adelaide se define como carioca por ... nascimento e convicção! Não é maravilhoso? Adelaide fala do Rio com amor e graça, tem livros e poemas publicados, tudo lindamente escrito.Chegaram também por aqui a bela poesia de Lia Noronha, dona do "Cotidiano", escrito lá de Vila Velha, no Espírito Santo, pincelando palavras que se encaixam perfeitamente nas ilustrações maravilhosas que ela publica, e o sopro de ar jovem da carioca Maria Paula, autora de Segredinhos Secretinhos e torcedora do América Futebol Club! É a quarta torcedora da gloriosa agremiação que conheço e que está viva!!!Por último, linkado está o coleguinha de Franca, São Paulo, Sidnei Ribeiro, que tem o simpático "Diário de um Gordo".O que adoro na Web é viajar por tantos cantos, sentir-me tão cidadã do mundo, tão acolhida por gente amável, bonita, elegante e sincera (sic Lulu Santos).
Puff, puff
Bastava três dias de curada para eu voltar aos meus habituais maço e meio diários.
Superada aquela dependência, tenho outra - muito pior, pois visível - a ser extirpada: a obesidade, atualmente encarada, mais do que uma questão estética ou de saúde, como o atestado da falta de caráter de ... quantos mesmo? algo em torno de 40% da população brasileira?
Não são as gripes que provocam anorexia que deveriam me levar à frugalidade alimentar que eu almejo, mas o momento chave para cumprir o destino reservado às gerações pós-década de 60, que têm de submeter-se à tortura da ginástica, algo hoje conhecido como "malhação" - gíria que vi nascer a partir de um esquete de programa do Jô Soares (ele repetia o bordão "Vamos malhar?" pra Cláudia Raia e ambos, numa academia de ginástica, desciam o malho em figuras públicas ou fictícias enquanto se exercitavam). Acho meio ridículo ouvir o termo, assim como acho brega chamar a Montenegro de "Vinícius". Mas isso é meu esnobismo ZSul mesmo.
Logicamente não pretendo nunca mais ingressar naqueles ambientes repletos de gente suada, comandada por um trainée de recreador de festa infantil berrando enlouquecidamente acima dos 800 mil decibéis de música bate-estaca que marca o rítmo e a intensidade da tortura.
Minha ambição é modesta. Quero tão somente caminhar pelas ruas da cidade, com disposição essencial para eliminar celulite e flacidez.
Como nos tempos de fumante, espero um sinal divino de que chegou a hora de deflagrar o Kenneth Cooper que existe em mim (alguém se lembra dele? Veio depois ou na mesma época em que o programa da Força Aérea Canadense). Pela quarta vez na vida, o sinal surgiu. Ontem, eu encerrei entrevistas no prédio de uma grande empresa brasileira. E então, acabou a energia elétrica, que não voltou em carga suficiente para fazer os elevadores funcionarem. Naturalmente, era hora do almoço. Tive minutos para imaginar paranoicamente que a Al Qaeda estava atacando o prédio, que a Coréia decidira lançar um míssil no Brasil, que alquiministas desvairados rodeavam a empresa pregando sua privatização. Por alguma iluminação que só posso creditar a santas e santos descalços, eu carregava numa bolsa meu velho par de tênis, que imediatamente tomou o lugar das sandálias de plataforma. Roubaram-me dez centímetros, mas permitiram que eu galgasse lepidamente, embora sem a graciosidade que gostaria, os QUINZE andares do edifício até chegar ao solo.
Hoje, claro, estou toda dolorida. Se amanhã vou pegar no tranco e percorrer a Lagoa? Nem a pista Cláudio Coutinho, que tem meio metro e a vista panorâmica mais bonita do mundo... A verdade é que vou virar uma escultura de meia idade da mesma maneira que larguei o cigarro: num dia qualquer, sem motivo algum, apenas porque aquele era um momento propício.
Sem fazer alarde, sem badalar a própria conquista. Apenas porque a hora chegou.
Um dia. Sei lá quando.
15.10.06
Galáxias
Ele é parte da paisagem local, um "invisível" que, reza a lenda, optou pela vida na rua após um surto psicótico anos atrás.
Tem um irmão, parecidíssimo com ele, que trabalha numa padaria e jamais conseguiu levá-lo para casa.
Horácio foi internado no Miguel Couto com um edema pulmonar agudo em 17 setembro. Não há registro de sua saída, mas ele não está no hospital. O irmão e moradores das imediações estão em busca de Horácio, já estiveram no IML, inclusive.
Sem pistas.
Será que Horácio resolveu evaporar-se da Terra?
Ele gostava de ficar na calçada do colégio Santo Inácio, sempre imundo, cheirando a urina, comendo o que os comerciantes e moradores lhe davam, conversando sozinho. Não é jovem, deve ter por volta de 50 anos. Do outro lado da calçada é ponto de Sofia, uma mulher magrinha, que também fala sozinha e, vez por outra, engravida. Seus bebês são encaminhados à adoção. Um deles foi adotado por uma moça que vive aqui pertinho.
Com o sumiço de Horácio, surgiu um mendigo novo, mais moço e igualmente amalucado. Como Sofia e Horácio, carrega papéis e está sempre sujo.
Fechamos nossos olhos, apertamos o passo e fingimos não ver esses personagens que alcançaram a total liberdade de vida, dentro de mundos que jamais conheceremos, pois nunca conseguiremos enxergá-los.
10.10.06
Com mais licença
Juntando esses seis meses com mais um mês de férias é um excelente tempo para amamentar os bebês e ajustá-los à vida com outros que não a mãe.
Se este país não dá aposentadoria, atendimento de saúde nem educação decentes para a população, que ao menos garanta uma boa expectativa de vida para quem nasce.
Maternidade
Depois de Angelina Jolie, Madonna vai adotar uma criancinha órfã e pobrezinha de país miserável. Psicólogos já disseram que a moda é prejudicial para as criancinhas órfãs e pobrezinhas de países miseráveis, pois viverão do sonho de que uma celebridade trilhardária de país riquíssimo virá adotá-las. Como se o sonho de crianças no orfanato não fosse a adoção. (Já fui a orfanato. É uma dureza, coitadinhos. Dá vontade de trazer todo mundo pra casa).
Antes de Angelina e Madonna, diversos outros superstars adotavam criancinhas pobres. Spielberg tem uns dois filhos adotivos. Tom Cruise e Nicole Kidman, dois, Hugh Jackman também. Mia Farrow exagerou: dos nove filhos que tem, cinco são adotivos, entre elas Soon-Yi, que casou-se com o ex-padrasto Woody Allen (pai biológico de dois, adotivo de mais dois) e adotou duas menininhas. Há dúvidas se Mia adotou mais duas crianças, uma delas com paralisia cerebral.
Quem começou com isso foi a Josephine Baker, que adotou, sozinha, no milênio passado, doze crianças, que ela chamava de Tribo do Arco-Íris, devido às diversas nacionalidades e etnias: Aiko (Coréia), Luis (Colombia), Janot (Japão), Jari (Finlândia), Jean-Claude (Canadá), os franceses Moses, Marianne e Noel, o árabe Brahim, Mara (Venezuela), Koffi (Costa do Marfim), Stellina (Marrocos).
Só acho meio ridículo Maddona correr atrás de criancinha agora, beirando os 50 anos. Mas homem tem filho depois de velho e todo mundo acha interessante e legítimo, não. Como eu não vou muito com a cara da Maddona, me parece mais uma jogada de marketing dela.
E viva Josephine Baker, a entertainer que abalou Paris!
Nas fotos, Josephine com a pirralhada no castelo onde moravam; os filhos Jari e Jean-Claude, numa festa em homenagem ao centenário de nascimento da mãe.
4.10.06
Balanço
Conheci poucos países, passei 16 férias em Florianópolis e uma no Piauí.
Estive no meio do mundo, bem na linha do Equador.
Matei poucas baratas.
Asfixiei um pintinho comprado na feira.
Tive mais de 30 passarinhos, três cachorros, sete gatos, 15 hamsters, nem sei quantos peixes Beta, um sapinho, três jabutis.
Hoje são seis pássaros, quatro gatos e muitos mosquitos.
Tive seis mil livros, agora só tenho uns dois mil, mais 500 discos e 368 DVDs.
Tive uns 30 namorados, só pude casar com um.
Vivi seis intensas paixões e mais umas 35 médias ou pequenas.
Pus no mundo quatro brasileirinhos.
Três guris, uma guria.
Tenho amigos há 30 anos. Tenho amigos de 30 anos também.
Casei na igreja, descasei no cartório.
Tive um quiosque na praia de uma cidade pequena.
Pulei carnaval, dancei discoteca, sambei em gafieira e na Mangueira.
Saí na Banda de Ipanema, nunca desfilei em escola de samba.
Cantei em coral, estudei piano, toquei flauta
Subi morro, entrei em delegacia, em favela, em palácios
Nunca subi o Pão de Açúcar (tenho medo do Bondinho)
Fiz carinho na cabeça de um pingüim
Entrei num barco para ver baleias e vomitei o tempo todo
Andei de helicóptero, nunca mais vou me sentar num teleférico
Passei mal antes de um show do Paul McCartney e só o vi de relance, lá longe...
Tirei amídala, adenóides, os sisos, em nunca perder o siso (que pena)
Levei pontos na perna, no útero e na barriga,
Tomei anfetaminas, antidepressivos, antialérgicos.
Tive dengue.
Tenho asma e hipertensão.
Fiquei míope, fui astigmata, convivo com a presbiopia.
Fiz dieta da lua, de Beverly Hills, de South Beach, do Dr Atkins
Macrobiótica, ioga, natação, hidroginástica
Caminhei muito até virar sedentária
Fumei, bebi, parei de fumar.
Pintei as unhas de verde
Corto meus próprios cabelos
Tenho orelha furada, só uso tatuagem removível
Fui amiga de uma esquizofrênica.
Fiz análise freudiana, mas não deitava no divã.
Já quis ser professora primária.
Fui ghost writer de livro espírita e fiz copy de texto (psicografado) de São Marcos, o evangelista (que perdeu muito do estilo nesses últimos mil anos...)
Tenho contos webmundo afora e um publicado em livro
Vivo de escrever
Escrevo pra viver
Já tomei banho de cuia.
Nadei nua.
Quase nasci dentro de um cinema.
Mas esperei até minha mãe chegar ao morro de Santa Teresa, aos pés do Cristo Redentor
Só para ter uma idéia do que é ser carioca.
Ainda não li "Ulisses" nem "Em busca do tempo perdido"
Na infância, quis ser menino, super-heroína, astrônoma, bailarina, bibliotecária e escritora
Na maturidade, quero estar sempre perto do mar
Nasci um dia após uma eleição e obriguei meus pais a saírem do cinema para correrem ao Hospital Silvestre.
Então, nada mais coerente que o Festival do Rio coincidir com meu aniversário e as eleições continuarem pairando próximas.
Mas este segundo turno bem que veio atrapalhar minha festa. Em vez de tecerem loas a mim, os amigos dão parabéns e falam de política.
Fazer o quê? Comemorar a eleição de Gabeira e rezar pra São Francisco para que dê aos homens um pouco do discernimento que deveria nos distinguir dos demais animais.
1.10.06
No Escurinho do Cinema
Ridley Scott deveria desistir de vez de fazer filmes "sérios" e partir para as comedinhas ou filmes médios. "Um Bom Ano" tem a lenda da vida boa na Provence, a paisagem agradável, um bom elenco. Bem melhor do que aquela droga de "Cruzada" ou "Falcão Negro em Perigo". É um filme "rapazinho", ou seja, toda e qualquer observação saiu da cabeça de homens, o que significa que a cada quinze minutos o algum deles fala em bunda ou peitos, com mais discrição do que nas comédias imbecis de adolescentes americanos.
Um pouco fora de tom está apenas a interpretação de Russel Crowe. Craque em papéis intimistas, ele não compõe bem o inglês charmoso como o personagem do filme é, embora tenha ficado bastante parecido com o paspalhão do livro de Peter Mayle em que foi baseada a fita. O protagonista do filme é mais jovem do que o ator também.
Bem... mas tem Albert Finney e o menininho Freddie Highmore, que é o máximo!
Na Continente Multicultural
CONVERSA | ||
PAULO LINS: “Há muita lenda em torno da vida de bandido” | ||
Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, fala do Estácio – tema de seu novo livro –, das lendas em torno da vida de bandido e de sua experiência como roteirista de cinema | ||
Por Olga de Mello | ||
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Olga de Mello é jornalista. | ||
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Um pouco de fuzarca
Vou ser presidente do seu corpo.
Governar,
Anarquizar
Minha plataforma é o prazer total
Isso é melhor e não faz mal, já disseram!
Faço comício no hospício
Jorro petróleo por qualquer orificio
E sem demagogia, por pura alegria
Quero o povo feliz
Meu amor, por favor
Vote em mim
Prometo que se eu ganhar a eleição
Só vou dar poder ao seu coração
Porque, como dizia Oscar Wilde, a vida é muito importante para ser levada a sério.