As dores do crescimento não senti, as do parto esqueci, as do coração escondi, as da idade tento ignorar. A dor tenta me dominar desde o minuto em que deixei o útero. Decidi que minha curta passagem por este planeta não teria tempo para a dor. Ela só me subjugou nos Andes e na cozinha, às 6 da manhã, quando caí de costas e fraturei uma vértebra. Mas eu a venci. Vou tropeçando, vou me empurrando, sigo me apoiando. Não quero morrer com dor, não quero morrer de dor. Como minha morte não sou eu que defino, a vida eu planejei. Sem submissão à dor.A mágoa do esquecimento, essa dor, dessa não consigo me livrar. A mágoa tenta me oprimir, me esmagar, mas sempre consigo voltar à tona. Um dia eu pisarei a mágoa, eu vou calcá-la sob a lava que meu peito guarda. Tudo explodirá, se expandirá, sem vingança, indolor. Então, poderei morrer.
2.6.05
As dores do crescimento não senti, as do parto esqueci, as do coração escondi, as da idade tento ignorar. A dor tenta me dominar desde o minuto em que deixei o útero. Decidi que minha curta passagem por este planeta não teria tempo para a dor. Ela só me subjugou nos Andes e na cozinha, às 6 da manhã, quando caí de costas e fraturei uma vértebra. Mas eu a venci. Vou tropeçando, vou me empurrando, sigo me apoiando. Não quero morrer com dor, não quero morrer de dor. Como minha morte não sou eu que defino, a vida eu planejei. Sem submissão à dor.A mágoa do esquecimento, essa dor, dessa não consigo me livrar. A mágoa tenta me oprimir, me esmagar, mas sempre consigo voltar à tona. Um dia eu pisarei a mágoa, eu vou calcá-la sob a lava que meu peito guarda. Tudo explodirá, se expandirá, sem vingança, indolor. Então, poderei morrer.
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