18.1.07

Pra inglês ver






O Globo de Ouro deste ano parecia mais o Bafta, a premiação do cinema inglês. Adoro entrega de Oscar, de Globo de Ouro e até aquela avacalhação que é o Cesar. Digo avacalhação porque, ano passado, o teleprompter quebrou e os apresentadores improvisaram, lendo tudo em folhinhas de papel. E no Cesar é uma bagunça generalizada. Quem perde fica emburrado, incluindo aí uma apresentadora que ficou no palco e deu um olhar de ódio para Nathalie Baye, vencedora na categoria de melhor atriz. Os figurinos são díspares, tem diretor que vai no estilo "set tropical", enquanto outros, geralmente os onipresentes charmosérrimos Jeremy Irons e Kristin Scott Thomas (estão sempre por lá), envergam belas vestes.

Essas premiações são cafonérrimas e injustas, porém muito mais divertidas do que desfile de modas ou festa de casamento, eventos aos quais só se comparece para ver as roupas mesmo. Neste ano, foi o Jeremy Irons que surgiu de roupa esquisitinha, mas sempre caindo bem - nele. Por outro lado, a maravilhosa Meryl Streep parece que não entendeu o recado do "Diabo Veste Prada" e se fantasiou de ninfa, sem ter mais um corpinho para usar tecidos diáfanos. A Kyra Sedwick, que vestiu modelito semelhante, e é magra como uma anoréxica, estava perfeita com sua versão miríade hollywoodiana. Mas Meryl, provavelmente, está pouco se lixando pra essas mundanices.

A rainha da noite foi Helen Mirren, aquela dama inglesa que envelhece com a graça e a coragem que só as atrizes britânicas têm. Ela diz que aprendeu a enfrentar a idade sem temor porque sua mãe repetia que a velhice é compensada por uma imensa sabedoria que nos deixa cegos para as rugas. É verdade. La Mirren saiu com duas estatuetas, interpretando duas rainhas Elizabeth, a I e a II. Na ala jovem atriz inglesa promissora, quem levou Globo de Ouro foi a Emily Blunt. Globalizado também ficou o Bill Nighy e o Hugh Laurie, por "House". Até o Sasha Baron, que explodiu nos EUA com uma sátira amalucada sobre um repórter do Cazaquistão, faturou seu premiozinho. Houve outros prêmios pros ingleses, mas nem consegui fixar tudo.

No fim, Babel, filminho bonito, emocionante e "limpinho" como "Crash", ganhou o maior prêmio. Gostei, pero no mucho. Afinal, meu lado fãzoca está cada vez menor depois que entrevistei o Inãrritu...

Nas fotos, a influência grega na moda das atrizes e os senhores do Império Britânico.

Nenhum comentário: