8.7.07

Nadine e eu


Na Flip todos têm seu momento de dirigir-se a um superastro literário e verificar que por baixo da capa de erudição e sabedoria bate um coração comum. O meu foi com a Nadine Gordimer, uma senhora pequena, magrinha, que aos 80 e tais anos caminhava com desenvoltura pelas ruas de Parati. Passeando pela Praça da Matriz com a filha, foi fartamente fotografada observando bonecos imensos representando cenas da vida brasileira e festas populares diversas. Eu fui perguntar a ela se o repórter da Caras poderia lhe fazer umas perguntas, porque o menino perdera a coletiva da qual eu participara. Ela negou, mas aproveitou para me perguntar se os bonecos eram figuras carnavalescas. Expliquei um pouco sobre o Curupira. Quando ela viu uma baratona deitada em uma cama, me perguntou "É Kafkiano?". Eu, erudita que só, informei que não, não era Gregor Samsa, porém, possivelmente, Dona Baratinha, a personagem que quer se casar e perde o noivo, dom Ratão.
Não, eu não fui fotografada ao lado da Prêmio Nobel de Literatura. Mas o filme de nossos parcos momentos paratienses estão gravados in my mind. A bela definição que ela deu para Parati: "É o Paraíso, mesmo para quem não acredita em vida após a morte".

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