18.5.08

À espera


Cannes não vaiou. Já disseram que não é bom como o terceiro da série. Eu ainda acho o primeiro primoroso. Mas também não compararam com o segundo, fracote, porém ainda muito mais visívil do que esses Matrixes da vida ou até os absolutely sem alma Guerra nas Estrelas que completaram a trilogia inicial.
Harrison Ford, com a antipatia habitual, já jogou pra quem interessa, seus fãs, informando que não se preocupa em atuar por personagens, mas sim para quem paga ingresso e quer vê-lo trabalhando. Ele pode, né? Rico, foi um dos homens mais bonitos do cinema, e, por puro carisma, estrelou filmes com a maior parte dos diretores cult das décadas de 80 e 90, ficando só fora dos elencos de Altman e Woody Allen. Spielberg e George Lucas, esbanjam felicidade. Além de saberem que vão encher ainda mais seus polpudos cofrinhos, contam com a fidelidade da geração kidults, os "meninos" de mais de vinte anos que continuam apaixonados por HQs e outras bobagens de crianças. Spielberg e Lucas deram respaldo a toda uma geração de homens que agora enche o peito para falar de cultura pop. (Como se homens, mesmo na época em que eram obrigados a prover sozinhos famílias inteiras, não tivessem esta encantadora imaturidade perene, que os faz amar esportes e perseguir mulheres em qualquer época da vida, com o mesmo empenho de jovens púberes).
Indiana Jones é igual a entrega de Oscar. Todo mundo finge torcer o nariz, mas não perde a exibição. Terça-feira, eu estarei lá, coração cheio de ansiedade, igual quando a gente vai assistir à apresentação de filho na escola. Pronta para um trabalhinho menor de Spielberg, louca para ser surpreendida por algo tão delicioso quanto Prenda-me se for capaz, uma grata surpresa entre aquelas chatices de ficção científica com Tom Cruise.
O mais ridículo é que eu bem posso chorar ao ver a montanha da Paramount. Tô ficando uma velhusca emotiva, que se esvai em lágrimas pela simples lembrança de que Indiana Jones foi baseado em seriados vagabundos da década de 30, que meus pais viam em criança e que fizeram deles amantes do cinema. Motivo suficiente para eu cair no choro no início da sessão...

5 comentários:

Eduardo Graca disse...

Você vai ver aí primeiro do que eu aqui, já que todas as sessões de imprensa internacional aconteceram em Cannes. Conte-me tudinho! Agora, a versão Peter Pan feminina não é 'Sex&theCity'? Mulheres que não conseguem envelhecer...
saudades

Olga de Mello disse...

Por isso eu prefiro os homens, embora adore os sapatinhos daquelas coroas imaturas.
Sex and the city não causa identificação imediata para mulheres. Elas são muito bobonas, não pensam em trabalho, exceto a ruiva altona, a mais interessante de todas.
kisses, saudades.

Jôka P. disse...

Meu filme favorito éblade Runner, por questões estéticas. Foi um divisor de águas pro meu olhar. Coincidentemente éprotagonizado por Harrisson Ford, mas não acho quase nenhuma graça nele. Da série Indiana Jones vi só o primeiro e desiti, muito trambulhão e corre-corre, não curto filmes assim..."de menino".
Mas posso esperar pela estréia de Sex & the City, que é disparado cem mil vezes mais a minha cara.
;)
Bj!

Olga de Mello disse...

Blade Runner é muito bom, principalmente para quem gosta de filme noir, como nós dois, né, Jôka?
Eu adoro Indiana Jones porque sou louca por cinema antigo e acho muito legal esse pipocão de qualidade. Tem charme, tem ritmo, talvez um pouco acelerado, mas bem mais vagaroso que os filmes de ação atuais. O último Bourne me deixou com dor de cabeça.
Sex and the City me irrita pela imaturidade falsa daquelas peruas.

Anônimo disse...

Sabe que eu ando com saudade de ver "Tudo por uma esmeralda"?