4.7.08

Estupidez


Já bebi muito, fumei mais ainda. Larguei o cigarro dos 27 aos 34 anos, quando voltei, sem tanta glória, permanecendo dele dependente até os 38. Vai fazer 10 anos que estou "limpa". Sim, houve um ou dois tragos, mais um ou dois cigarros inteirinhos nesse período. Mas não me deixei levar para um segundo cone entupido de palha, com uma brasa de um lado e um idiota do outro.
A bebida foi-me abandonando. Um fígado sensível jamais deixou impune um bom pileque. Tive ressacas merecidas a juventude inteira, poucas na maturidade, mas as experimentei. E me corrigi. Caí no chopp, na michelada e na coca-light, com algum bloody mary e muitos drinks coloridinhos, docinhos, totalmente desrespeitados pelos que bebem e usam aquela intonação de pinguço de carteirinha para mostrar como são calibrados no quesito.
Aprendi a dirigir aos 21 anos, ganhei um carro e, sim, por vezes tive que estar atrás do volante depois de mais que quatro drinks. Cedo aprendi a decidir que ou dirigia ou bebia. E cedo também descobri que podia levar a vida alegremente sem beber nada além de refrigerante ou mate.
A proibição de venda de bebidas alcoólicas em bares de Diamantina nas noites de sexta-feira e sábado após as 23h, se não me engano, reduziu a violência local em 40%. Agora, com a lei seca para motoristas, sindicatos de bares e restaurantes estão entrando com pedidos de liminares contrários à legislação. Muitos clamam o direito constitucional de se embriagar moderadamente. Em uma semana, já se registra uma queda nos acidentes de automóvel.
Nada contra o livre arbítrio, mas beber e dirigir é como pilotar moto sem capacete ou ficar no carro sem cinto de segurança. Apenas estupidez.

7 comentários:

Jôka P. disse...

Olga, já tive fases em que exagerava na birita, mas depois dos 40 não consigo mais beber tanto. Fico mau, péssimo, então só bebo uns chopps muito de vez em quando. Não dirijo, mas sou totalmente a favor dessa proibição TOTAL de bebidas alcoolicas pra motoristas em geral. Tomara que cole.

Anônimo disse...

É claro que tem gente capaz de beber 10 cervejas e permanecer apto a pegar o volante. Mas também tem gente que fica zureta com apenas meia cerveja. As pessoas precisam entender que a lei tem que ser uma só pra todos. Talvez não compreendam isso porque vêem, constantemente, as leis serem adaptadas às vontades de quem manda/paga mais.

Anônimo disse...

Olga, não pego aquelas capas de pulp fictions em nenhum lugar específico. Apenas garimpo na busca de imagens do Google, e vou recolhendo as que gosto mais em diversos sites, cujos endereços nem guardo...

As Tertulías disse...

Oi Olga, tudo bem? (acabei de ver uma foto sua no blog do Joka... que simpática!!!! ). Aqui na Austria nao pode-se beber e dirigir, o que acho muito bom. sou realmente 100% contra alcool e dirigir...
um beijo e um lindo domingo!
Ricardo

Miguel Andrade disse...

E como vc realmente parou de fumar? Eu gosto muito do dito cujo! :p

Olga de Mello disse...

Parei porque estava grávida, na primeira vez. Depois, porque estava cansada de ser bobona e ficar exalando cheiro de cinzeiro.
Não digo que foi fácil, mas também não foi tão difícil assim.
O principal foi encarar o cigarro sem a menor indulgência, como a um inimigo.

Ana Manu disse...

parabéns pelo post, e tb pelo blog em geral!!!
acho ótima essa nova lei seca, entendo o lado dos meus amigos, que reclamam de não poder beber sequer uma cerveja junto ao almoço, mas tb sei que essa é uma reclamação passageira e que logo eles vão se acostumar a sempre manter ao seu lado um motorista reserva, daqueles que só bebem refrigerante...
xxoo