9.2.09

Lá vem o Oscar III - Milk



Que delícia ver Sean Penn em um papel tão adorável quanto o de Harvey Milk, o político gay assassinado bestamente por um adversário amalucado, nos anos 70, em uma San Francisco ainda não tão abertamente liberal quanto hoje. Sem a ousadia e o erotismo característicos de sua obra, Gus Van Sant optou por um relato tradicionalista, tendendo até à pieguice, mas que cutuca os primeiros ativistas da causa gay em algumas peculiaridades, como misoginia que então imperava entre o grupo.

A ambientação camufla a pavorosa moda da época, em que bigodes, cabelos e costeletas se sobrepunham a qualquer lógica estética. Eles estão lá, mas aliviados, enfeiando Diego Luna e mantendo a beleza de James Franco, os dois companheiros de Milk. Josh Brolin, que faz o político enlouquecido, ganhou um penteado ridículo e uma indicação ao Oscar. Com um elenco afinadinho, destacando ainda o irreconhecível Emile Hirsh e um dos astros da série da Disney High School Music, Lucas Grabeel (será que ele perde a bocada nos filminhos bem-comportados, agora?), Milk não chega a empolgar, mas emociona, principalmente num mundo em que o fundamentalismo conquista tantos adeptos.



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