9.6.09

A vida, a pressa, o escândalo

A morte de David Carradine e o resgate dos mortos do avião da Air France são bons exemplos das bobagens que o ser humano faz, desrespeitando o bom senso, além da privacidade, claro.
Se Carradine morreu por asfixia enquanto se masturbava ou não, o mistério há de permanecer apesar das autópsias e investigações no melhor estilo CSI. A família, com toda razão, está furiosa com um jornal tailandês que publicou foto chocante do corpo. Pediu ajuda ao FBI para desvendar o caso, já que o ator foi encontrado com as mãos amarradas - e, convenhamos, é meio difícil alguém se masturbar sem utilização das mãos. Além da hipótese de assassinato, surgem especulações diversas, entre elas a de que ele teria sido morto por fuxicar seitas secretas que prezam o kung fu.
O mistério sobre o avião da Air France foi esclarecido assim que as autoridades pararam de fingir que não havia qualquer comunicação dos pilotos sobre o vôo. Acabou o mistério, porém fica aquele hábito ridículo da afobação. Será que não era melhor dizer: ainda não podemos revelar nada do que ficar falando bobagens? Embora o desastre seja lamentável e, provavelmente, evitável, por que ele causa tanta comoção enquanto barcaças naufragam no Amazonas matando sempre grupos imensos de passageiros e não há tanta repercussão? Alias, não consigo entender a reverência que nutrimos por companhias aéreas, como se fossem entidades acima de qualquer risco.
A pressa em soltar notícias e o sabor picante de um bom escândalo cada vez mais comprometem a dignidade humana.

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