9.10.09
A glória dos bastardos
Atenção: este é um daqueles filmes que se ama ou se detesta. Quem pensa que Bastados Inglorios é um filme "de" Brad Pitt, vai se decepcionar. Idem para quem aguarda mais uma sequência de lutinhas para meninos-machinhos-eternamente-jovencitos de Quentin Tarantino.
Bastardos - uma referência a um C movie, década de 70, creio, quintessência do cinema porcaria, em que todos os mocinhos se trajavam e tinham cabelos à moda da época, mesmo se a história se passasse na Idade Média - é filme para quem gosta de cinema, que identifica personagens e passagens com um sorriso no canto da boca, que ri da bobajada, vira a cara nas cenas violentas e escatológicas, além de reconhecer uma trilha sonora acuradíssima, combinando Enio Moriconne e David Bowie. Uma comédia calcada nos clichês dos filmes de guerra, com nazistas ridículos, vilões nojentinhos, mocinhos tão nojentos quanto seus rivais, mulheres lindamente fatais, esgares e canastrices habilmente distribuídas através do elenco, que ainda singra as águas da farsa ácida tão explorada pelos irmãos Cohen.
Na essência, emerge o cinema como tema, em meio à trama que mescla o grupo de extermínio de nazistas em plena França Ocupada, uma bela agente dupla, uma jovem judia que sobrevive à chacina da família, a vaidade e arrogância dos conquistadores alemães, a vaidade e arrogância dos justiçadores americanos - os Bastardos. E mais não se pode falar, sob pena de estragar as surpresas da inversão histórica que leva a gargalhar com os absurdos de um enredo ágil, que se desenrola ao longo de quase três horas sem cansar ninguém. O destaque absoluto é para o carismático Christoph Waltz, que levou o prêmio de interpretação em Cannes, num papel ridiculamente cômico. Admirável incorporação de um personagem detestável, porém atraente e de invejável fluência em idiomas. Em ponta, o habitualmente bom Mike Meyers está ruim. E Brad Pitt está a cara do Dom Corleone, em outra referência adorável levantada por Tarantino.
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4 comentários:
Olga, que vontade de assistir a este filme, mas aqui no interior do Brasil ainda vai demorar a chegar! Ai ai! Como é bom quando surgem filmes assim e, claro, como é bom quando há para identifica-los!
Um abraço.
Olga, não vou assistir esse Tarantino porque ando totalmente avesso a filmes violentos. Além do mais, nunca suportei filmes que tratam do tema: nazistas e judeus. Prefiro mil vezes rever a série Sissi, imperatriz da Austria, ou Bambi em DVD, juro !
Jôka, pode ver. Não é tão violento assim. é uma pilhéria só.
beijo
Olga,
sou como o Jôka detesto filmes violentos. Mas olhando pelo lado da "pilhéria" vou. Beijo da Paçoca
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