Como esperado, Marta chorou ao ser escolhida pela quarta vez a melhor jogadora de futebol do mundo. Marta é a anti-imagem da mulher brasileira que a publicidade exporta. Não é linda como a Bunchen (se caiu o trema das palavras em português, nacionalizo o nome da moça também), é morena, baixa, forte e se destacou em um esporte tradicionalmente de meninos, que faz o sonho dos garotos pobres que jogam nos campinhos de várzea por todo o país.
Também não é uma mulata que se desnuda no carnaval, sambando divinamente, mas que deslumbra mais pelos atributos físicos do que pela maestria nos passos, nem a que vai mostrar o corpo em fotos eróticas. Com seu corpo desnorteia as adversárias em campo e, através dele, conquistou a admiração até dos machistas brasileiros, que reconhecem nela a ginga dos craques acima de qualquer parâmetro, colocando-a no nível de Maradona, Garrincha, Ronaldo.
Era o momento de darem mais crédito ao futebol feminino - tá, é mais lento, é meio feio, não é igual ao masculino. Quantas outras meninas terão de enfrentar o preconceito e os risinhos sexistas, além das piadinhas sobre a opção sexual delas antes que surjam outras como Marta?
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