22.3.10

Sobrevida à carioca




Quase tungada dos royalties do petróleo e pré-sal, a cidade fez manifestação que contou com a ressureição de Rosinha Garotinho, repagina e botocada.
Devia ter manifestação contra o Metrô, que por décadas foi um dos poucos serviços elogiados no Rio. Agora tornou-se vergonhoso, constrangedor, perigoso.
Policiais lotados nos morros "pacificados" são presos por banditismo.
O Rio é uma terra desmoralizada, enxovalhada. Se personificado, teria mais flechadas que a imagem de seu padroeiro. Seria alguém sujo, ferido, estuprado, belo, mantendo altivez e resquícios de uma beleza que teima em afrontar os exploradores. Um personagem daqueles romances arrasadores de Thomas Hardy, em que tudo dá errado, mas não se alquebra a vontade de seguir em frente.
Buscamos motivos para festejos, enquanto nos arrastamos andrajosos, trôpegos, ultrapassando percalços e a lógica.
Este é um ano eleitoral. Mais um que só fará soterrar novamente as esperanças de eleitores ingênuos sobre a reconstrução da muy honrada e leal cidade de São Sebastião.

Um comentário:

Milena Magalhães disse...

hum, vontade imensa de fazer este curso na PUC! E, sim, somos definitivamente diferentes dos nossos pais, embora haja os pontos de encontro... descubro agora que sou mãe.

Um beijo, Olga.