28.6.10

Fechada em Copas

Minha primeira Copa percebida foi a de 1970 - na qual, beatlemaníaca, torci pela Inglaterra.
A segunda, de 1974, foi um fiasco a cores, apesar do vaticínio de um bêbado inesquecível, quatro anos antes, na noite de reveillon, que tropeçou em mim e em meus pais, que caminhávamos para a casa de minha tia:"Um feliz ano novo, e que o Brasil seja campeão na Copa de 74".
Em 78, fui torcer com os amigos da turma da praia e o Brasil acabou eliminado por uma impossível derrota do Peru.
Em 82, enfrentei pela única vez, o trânsito meia hora antes do jogo. Ia em direção ao Centro (é, jornalista, vida glamurosa, plantão a seco), enquanto todos os motoristas se esgoelavam pela contra-mão. O Brasil perdeu, fiz beicinho em solidariedade a um namorado que era repórter de Esportes.
Em 86, comprei um insuportável apito verde, o Apitolino, e decidi me casar durante um jogo da Dinamarca.
Da Copa de 90, pouco me recordo. Meu pai estava doente, tinha um filho bem pequenino, vira Paul McCartney no Maracanã. E não suportava Maradona.
Em 1994, o casamento estava por um fio. A Copa acabou à noite, tínhamos um quiosque em Rio das Ostras, abrimos para beber Kaiser Bock, as crianças brincavam na areia, amigos apareceram. Fazia muito frio.
Em 1998, assisti ao último jogo com minha mãe. Seria sua última Copa.
Em 2002, não houve como assistir a nada. Eu dormia e sabia do resultado no outro dia.
2006 foi divertido. Iniciava etapa profissional nova, aproveitava para ver tudo quanto era jogo, pois era livre para decidir meu tempo.
Esta Copa não tem novidade. Deve dar Alemanha na final. Joguinhos fraquinhos. No fundo, uma esperança que, sem ligar pra torcer, o Brasil se dê bem. Já aconteceu em 1958 (eu não havia nascido), em 62 (tinha um ano), em 66 (não me recordo de nada), em 70, em 94 e em 2002. O problema se dá quando boto fé na Seleção.

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