Comédias adolescentes norte-americanas geralmente tratam apenas de imbecilidades generalizadas, a reafirmação de preconceitos (a divisão social em losers e winners, negros e brancos, espânicos e wasps, pobres e ricos, nerds e vadios, virgens e devassos) e reservam aos adultos os papéis de coadjuvantes paspalhões. Há exceções, claro, como Picardias Estudantis, Meninas Malvadas, Ferris Bueller e todos os filmes de John Hughes, mas há um limbo comum medíocre, reforçado na era pós American Pie.O cinema francês, por outro lado, firma uma nova linguagem nos filmes para toda a família. Adolescentes e pais vivem conflitos, surgem situações ridículas nas quais os adultos se mostram mais perdidos que os jovens, porém os dois mundos co-existem. Há alguns anos, Gerard Depardieu fazia o pai divorciado da então menina e hoje namoradinha da América Katherine Heigl - repetindo o personagem que encarnara no filme original francês, Meu Pai, meu Herói.
Agora chegou a vez de Daniel Auteil ser o pai divorciado que vai tomar conta da filha com quem só convive nas férias. 15 anos e meio traz as bobagens de sempre do conflito de gerações. A diferença das produções americanas é que os dois lados são mostrados - a adolescente armadora, o pai patético, em busca da autoridade desmoralizada pelos dias de hoje. Dá num filme simpático e bem mais parecido com a vida real do que a pasteurização estereotipada que Hollywood prefere apresentar.
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