Em janeiro deste ano, eu e o fotógrafo Renato de Aguiar fomos entrevistar Italo Rossi em seu apartamento no Flamengo. Voz marcante e uma impaciência no olhar, Italo teve a gentileza de nos receber no dia em que completava 80 anos. Tínhamos apenas uma hora para a entrevista, devido a seus numerosos compromissos.
Mais ou menos 30 anos antes, eu o vi no palco, na comédia "As Tias", quando enlouquecia os colegas em cena, de tantos cacos que falava, fazendo Edney Giovenazzi, que interpretava um cadáver, sacudir-se, na inútil tentativa de prender as gargalhadas.
O tempo era uma preciosidade que Italo manejava com alguma destreza. A dedicação ao teatro era tamanha que não pôde aproveitar quatro passagens a Paris, parte dos prêmios Molière, que ganhou por diferentes peças. Ao comentar isso, uma vez, no programa do Jô Soares, seu afilhado de casamento, foi procurado pela Air France e, então, viajou para Paris.
Enquanto conversávamos, contou seus planos de montar um ou dois espetáculos este ano. De olho no relógio, informou que faria reunião com um grupo de jovens atores que lhe pediram orientação. Posou para fotos com a tranquilidade dos que sabem dialogar com qualquer público.
Estou com um problema sério com as mortes de alguns artistas. Italo, como a Amy Winehouse, deveriam ficar mais um pouquinho com a gente, não?
Um comentário:
Depois de longo e tenebroso inverno, passo aqui. Só pra dizer que a primeira vez que vi Italo Rossi na TV (acho que foi em Escrava Isaura, ainda na década de 70, ou outra novela de época da Globo), fiquei hipnotizado. Ele crescia em cena e chegava a sufocar os demais com quem contracenava. Não fosse brasileiro, seria reconhecido certamente como um dos maiores atores do mundo. O que ele realmente era!
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