6.7.12

Do canteiro - Dia 4

Acho que odeio o pintor. Não arrasta um móvel para o lugar e acha que poeira em chão sai por obra e graça do divino Espírito Santo. Há pegadas brancas por toda a sala.
Com o cheiro de massa corrida se alastrando por tudo quanto é canto, arrisquei-me a comprar um salgado na padaria que chamamos delicadamente de "ruim". Tem outra no quarteirão que identificamos como "a boa". A ruim não faz só um dos piores pães do Rio de Janeiro - e olha que esta cidade se notabiliza pela péssima qualidade das panificadoras, com honrosas e maravilhosas exceções para confirmar a regra. A Ruim faz também os piores salgadinhos do mundo. Há pouco tempo, mudaram os donos, gerentes, empregados. Só mantiveram a tradição que poderia lhes conferir o título de "a pior do bairro".
Hoje ainda tenho que comprar tintas para que a nova equipe de pintores comece na segunda-feira.
O atual, não sei se retornará, já que tem outros compromissos na próxima semana e eu não quero me apegar a mais ninguém...
Estou mal-humorada. Pensava que ficaria feliz com a obra. Não estou. Não hoje.


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