Acho que um dia, meus pais, que somavam vários irmãos - sete de um lado, seis do outro - decidiram me arranjar mais alguns tios. No pacote estavam seus padrinhos de casamento, os baianos, pais de cinco filhos, todos altos e magros, Edson e Myriam - que meus próprios filhos só conhecem como Tio Edinho e Tia Myloka, uma brincadeira com os apelidos deles, já que eu só chamo de "tio" os parentes.
Em momentos felizes e em momentos terríveis, os quatro estiveram juntos. Viajavam juntos, riam juntos, liam juntos. Em 1991, com a morte de Papai, literalmente assistida por Edson, o quarteto começou a se separar. Meu tio o seguiu há exatos 15 anos, na véspera de seu aniversário, que se comemoraria hoje. Mamãe se foi em 2001. Tia Myloka permanece entre nós, rodeada por filhos e netos.
Certamente, se existe outro plano no Além, os três estão sentados num pub, bebendo cerveja (Mamãe, caipirinha), falando de literatura e música, rindo de política e da vida.
É o consolo que resta a nós, os que ficamos.
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Um comentário:
adorei ! eles eram ótimos !
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