27.1.15

Moléstia

Último dia de férias, quinto com febre, segundo no antibiótico. Braço roxo de tirar sangue pra constatar que não é dengue, pilhas de roupas para lavar, a cada banho de suor, dores no corpo, na cabeça, em tudo.
No primeiro atendimento, na Policlínica de Botafogo, uma jovem médica me pergunta: "A que a senhora atribui essa febre?"
Quase respondi: "Ao péssimo ensino brasileiro que lhe deu um diploma de Medicina", mas aguardei o restante do exame. Que não envolveu o uso de termômetro (a queixa era: FEBRE HÁ DIAS).
Saí do hospital e fui para o São Lucas, onde outra jovem médica não só verificou temperatura, como apertou pescoço, barriga, tudo - e me enviou para aquelas torturas medicinais, que sempre nos transformam num ser mais humilde (exame de sangue, nebulizações, raio-X de pulmão, ultrassom e tomografia de abdômen).
Dois quilos a menos. Não era assim q eu esperava iniciar minha dieta do ano, mas... tá valendo!!!

PS: a equipe de plantão do São Lucas parece saída de seriado médico de TV. Todo mundo bonitinho. Já melhoram as condições do paciente só no olhar. 



Rescaldo da moléstia, uma semana após o início do tormento:

O ruim de ter crescido numa família em que as pessoas só adoeciam em caso de intervenção cirúrgica ou para morrer (mesmo, ninguém tinha problema de pressão alta, pedras nos rins; uma crise de vesícula resolvida em emergência; e asma, a gente contornava) é que qualquer período com virose toma proporções dramáticas. Ao longo de sete dias, acreditei, piamente, no fim de tudo. Ensaiei cartas de despedidas para os filhos, imaginei como gostaria que fosse meu serviço fúnebre (tocando "I will survive", claro), quem deveria encomendar meu corpo ou me dar a unção de enfermos. 
Caminhando a passos hesitantes para a recuperação total, percebo o céu azul escândalo de hoje e sinto que ainda está um calor de dar inveja ao Senegal, cá em S. Sebastião. Verão 2015, você acabou comigo!

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