22.5.16

Cannes

Tanta coisa acontece no Brasil d'agora, que mal dá tempo pra prestar atenção nas bizarrices dos tapetes de Cannes. A musa brasileira Sonia Braga encabeçou o elenco de Aquarius, aos quais secundou no protesto contra a situação política brasileira. E foi assim, chique, charmosa, discreta em cor de vinho, uma beleza que se fixa na maturidade. 


Apesar de contar com estrelas de primeira grandeza do cinema francês, o canadense Xavier Dolan decepcionou em Cannes. Na estreia de Juste la fin du monde, quem deu show foi a veterana Nathalie Baye, num vestido envelope branco, combinando com os elegantérrimos Gaspard Ulliel e Vincent Cassel.  Lea Seydoux foi de Tzarina da Croisette, enquanto a doce Marion Cottillard, envergou um delírio de estilista misógino.




Marion é ousada, ninguém pode negar, mas os recortes do traje não favorecem ninguém. E se não fica bem nela, é só imaginar o desastre nas demais mortais.  


Outro imperdoável equívoco da Cottillard...


... que, felizmente, é uma excelente profissional, mas vai na onda de costureiros malvados, incluindo o sádico que a convenceu a se vestir com esse tributo a Joana D'Arc.


 Elle Fanning, que também é lindinha e talentosa, foi de princesinha numa noite ...


... de baiana do acarajé radicada em Paris, na manhã seguinte, ...


 ... e de Pavão Misterioso no badalado baile da Amfar. 

Na falta de Jennifer Lopez, Blake Lively decidiu encarnar a gostosa mal revestida, com um daqueles modelos que não caem bem nem numa beleza como ela e não devem ser sequer experimentados pelo restante da humanidade. 


Já Geena Davis aproveitou as sobras dos estofados da casa de praia para montar um vestidinho bem primaveril.  


A crepuscular Stewart, na versão loura de farmácia, foi de cisne branco.


Todos os anos, essa moça surge em Cannes com sua cabeleira de Marge Simpson. Tem complexo de Maria Antonieta, é russa de nascimento e vive na Europa. Com tantas extravagâncias capilares, só me intrigo com a força na musculatura do pescoço da Rapunzel e aonde ela se senta para assistir aos filmes num festival de cinema? 




As modelos - muitas delas brasileiras - são tratadas com reverência pelos sites de celebridades, que gostam muito mais delas do que dos artistas que vão a Cannes. Até quando usam um penhoar à guiza de vestido de noite. 


O absoluto ar de desalento da moça se explica. A pobre saiu descabelada, vestida de cortinado do berço do Bebê de Rosemary. 


  Na linha "Francesa também usa roupa feia", Vanessa Paradis, concorrendo ao troféu Galinha Pintadinha.


 A inspiração para este vestido foi um pesadelo do estilista  sobre seu  mergulho na Baía de Guanabara, da qual emergia coberto de garrafas de guaraná Jesus. 



Uma jovem órfã no tapete vermelho. Quem tem mãe, pai, irmão ou um porteiro amigo não sai assim, como se coberta por um saquinho de brindes de festa de criança. Teve muita coisa feia em Cannes, mas dificilmente algo há de superar isso...


... nem o modelito vintage, totalmente anos 70, retratados na finada Fatos & Fotos ...


... ou essa trágica Pierrete abandonada.



Melhor prender as melenas, botar uma blusa sem botão e jogar charme, à la garçon, como a deusa Charlize Theron. 




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