12.5.16

Geração Coca-Cola


A minha geração, os nascidos em 1960, estava na primeira infância em 1964. Éramos crianças quando os Beatles estouraram, muito pequenos para aproveitar Woodstock, ou entender maio de 1968. Crescemos no Brasil do "milagre", um tempo em que perseguições políticas eram mencionadas cautelosamente pelos pais, que proibiam a gente de cantar "Eu te amo, meu Brasil", mas não deixavam de torcer pela Seleção em 70. Não lutamos pelo feminismo, nem contra a ditadura. Dançamos em discotecas, comemoramos a Anistia e pedimos Diretas Já. Assistimos à liberação das peças, filmes, das artes outrora censuradas. E aí vieram eleições diretas. Não fomos caras-pintadas, já éramos adultos desesperados com o confisco das poupanças.

Virou o milênio e acreditamos que poderia haver uma mudança. Houve. 

Como será o amanhã? Parecido com o que conhecemos nos anos 90. E pior. 

Ainda bem que existe um depois de amanhã.

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