3.9.16

Grey power em Botafogo

Aconteceu e registrei há um ano, no Facebook.
Grey power em alta na província de Botafogo. No campo de batalha que é o Mundial, hoje absolutamente entupido de gente se esgueirando pelos corredores ocupados pelos repositores de mercadorias (só pode ser marketing, poxa. Eles não param de fazer isso - ou então ficam arrumando os produtos nas gôndolas), uma senhora entre 78 e 84 anos implica com uma mulher jovem de carrinho cheio na fila dos idosos. A moça aguardava a patroa, uma senhora entre 78 e 84 anos. A que chegou depois começa a gritar pelo gerente e se enfia na frente da empregada. Chega a patroa, as duas batem boca. A acusadora dá um empurrão na outra. Salomonicamente, o gerente fecha o caixa e ambas se transferem para outras filas, onde, gentilmente, outros consumidores lhes cedem a vez.
Pego um táxi. O taxista, língua coçando no palato, me conta, sem que eu peça, que
1) a passageira que descia e que me abria a porta, faixa etária entre 78 e 87 anos, cabelos negros até a altura do peito, está fazendo comprinhas para ir a Paquetá, passar uns dias com o namorado. Digo "que bom pra ela!". E ele completa: "É um romance secreto, ela não quer que os filhos saibam". Eu continuo no "que engraçado". E ele: "Ela falou que o marido é muito bom, mas muito chatinho, por isso arranjou o namorado".
2) abre um preâmbulo que não é vaidoso, longe disso. Mas que ontem, dois rapazes, no carro parado ao lado dele, perguntaram se sua barba era natural e elogiaram o rosto hisurto. (eu só via a cabeça, fios brancos esparsos, fininhos...) E que uma mulher o interpelou no Posto 6, onde ele mora, para dizer que sua barba era linda. "Mas eu não gosto, sabe? Envelhece". E eu: "Então, tira". E ele: "Só depois do Natal".
Felizmente, cheguei a meu destino, antes que ele viesse com um papo qualquer sobre fantasias amorosas de um Papai Noel.

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