2.3.20

Lar Provisório, primeiros dias

No alojamento de refugiados chiques em que transformamos o lar provisório, perdi o teclado do meu PC, comprei outro - aqui no Balneário, onde se encontra de tudo - que durou duas horas e será trocado amanhã. Cada caixa aberta oferece a alegria do reencontro. Os livros estão todos bem fechados, caixas etiquetadas direitinho. O problema foi a retirada da São Clemente. Sempre sobram pequenos objetos - ou grandes, como espelhos, quadros e computadores (eu ia trazer comigo, no táxi; não aconteceu) que são embalados pelos homens da mudança. E aí, descobrimos fios elétricos ao lado de cadernetinhas e NENHUMA caneta. Tenho cerca de 60 Bics e canetas promocionais. Adoro a Bic Cristal 1.6, tenho em cores diversas, perfeita para quem sofre de tendinite. Desconheço o paradeiro. Apenas um lápis 2B Stylo, maravilhoso, surgiu até agora.
Mas todos os doze pacotes de esponja (sim, eu sempre compro um quando vou ao mercado, para que não falte. Não faltarão até o próximo semestre, pelo visto) estão à disposição dos abrigados.
O apartamento de dois quartos, reformado pela Danuzia Pietro é lindo, moderno e funcional. Pena que entramos nós, os refugiados, sem projeto de decoração, apenas em busca de um abrigo. Hugo e Júlia prometem adquirir a propriedade, se ganharem na Mega-Sena. Uma delícia casa de arquiteta: tudo cabe, tudo passa pelas portas. Mas da mesma maneira que saímos correndo de Botafogo, Danúzia fechou a obra às pressas e carregou uma linda maçaneta para Rio das Ostras. Então, dividimos os puxadores, um para cada quarto. Mas não podemos fechar a porta. Então, deixamos os puxadores voltados para fora, e as portas jamais se fecham...
Retomar o trabalho no meio desse caos é terapêutico, até porque não tenho mais os compromissos que atendia na Província. O dia corre vagarosamente, como em férias. Na segunda, mais explorações pela vizinhança e... primeira ida ao Mundial como moradora do Balneário!!!
(A noite foi divertidíssima. Um vizinho deu show, se esgoelando em árias. Não identifiquei de onde vinha a cantoria do Pavarotti das cercanias, mas a vizinhança em peso foi para as janelas aplaudir.


Primeira manicure que me atende no Balneário, Ana, está há 4 meses no salão, que vive vazio por ser num subsolo no Centro Comercial de Copacabana, talvez o mais antigo do bairro, na esquina de Nasa Sra com Siqueira Campos. Na frente fica ela panfletadora que deve ter uns 70 e muitos anos e usa tranças. Tem dois cabeleireiros que me cercaram para revitalizar minhas naturais "Quase luzes", as cãs que aparecem cá e lá, sem grande continuidade. Um mora no Vidigal. Ana, em Vicente de Carvalho. A dona do salão está nos EUA tratando da papelada de viuvez. É seu segundo casamento com um americano. Cada unha feita, cada penteado ou corte, os empregados fotografam e enviam para q ela veja as imagens por Whatszap. Tem cliente q não permite. Ana já trabalhou em casa de família, faz limpeza de pele e colocação de unhas postiças- que agora tem outro nome, algo como ornamentação de unhas. Na saída, ganho meu cartãozinho de fidelidade.
#beiradomar
#velhotadeCopacabana




A imagem pode conter: mesa, gato e área interna









Gato do Leme, criado em Botafogo, chegando a Copacabana - Agador, um carioca!


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