4.5.05

Grandes mulheres

Igual ao Eduardo Graça, reproduzo aqui a carta que a mãe de nossa amiga Gabriela Máximo enviou ao jornal “O Globo”. Eu, que sempre achei o Romário um chatinho talentoso, tornei-me admiradora dele pela maturidade e seriedade com que recebeu a pequena Ivy. Sua projeção ajudará, certamente, a todas as pessoas Down, que trazem muita felicidade a avós, como Dona Maria Alice e a mães como Gabi, uma das mulheres mais tranqüilas e orgulhosas de sua prole que conheço.

Para a Seção de Cartas do Segundo Caderno
Marcela, uma menina linda de onze anos, que cursa o primeiro grau, é uma das pessoas mais felizes que conheço. Gosta de coisas que as meninas da sua idade gostam. Dança jazz, faz teatro, desfilará este mês, convidada pela segunda vez, para uma grife de moda para pré-adolescentes. Mas não é por esse seu lado "alegre exibido" que ela mais marca sua presença no mundo. É por sua capacidade de dar e promover amor, por seu interesse genuíno na felicidade dos outros, pela facilidade com que dilui tensões e aproxima as pessoas à sua volta.
Na verdade, pela maneira suave com que nos torna, em seu convívio, pessoas melhores e mais felizes. Marcela é minha neta e tem síndrome de Down. Ao ler o Segundo Caderno hoje ( Gente Boa, 3/5 ), tive vontade de dizer isso e muito mais ao Romário e à Isabela. Tive vontade, principalmente, de felicitá-los pela chegada de sua princesinha e pela atitude bonita de exibi-la com orgulho como a exibiriam se ela não fosse Down.
Nem todos os pais demonstram de imediato essa aceitação. Por ser Romário a figura pública querida e respeitada que é, ele já está fazendo, em pouco mais de um mês, muito pela mudança de atitude das pessoas em relação aos portadores dessa síndrome. É na atitude preconceituosa de muitos, nascida da ignorância e da pouca capacidade de amar, que Marcela, Ivy e tantas outras pessoas encontram seus maiores problemas a superar.

Maria Alice Máximo/alicemaximo@superig.com.br

Nenhum comentário: