29.6.05

A culpa é da imprensa II

Um colega, publicitário, me conta que parou de ler jornal porque a imprensa dá mais espaço a notícias sensacionalistas que a fatos que elevem a moral do leitor. Ele diz que vê jornal pela televisão e que as más notícias são repetidas à exaustão o dia inteiro.
Realmente, não há por que nos interessarmos por depoimentos sobre corrupção.
Não sei por que se mostram dois ônibus incendiados por moradores de um conjunto habitacional do Leblon, revoltados com a morte de um rapazinho, provavelmente por ter se recusado a ceder à extorsão praticada por seguranças ou PMs. É o tipo da notícia que o leitor não sabe se entende a razão dos revoltosos, tem pena da morte de mais um jovem de forma absurda e bárbara ou se condena o vandalismo, porque não há assassinato que justifique a violência contra o patrimônio de quem nada teve a ver com aquilo.
Também não dá para entender por que a imprensa conta a história de uma mulher que vai às compras, em um shopping elegante, e descobre que seu bebê foi levado para uma delegacia quando retorna ao estacionamento, aonde havia deixado a criancinha trancada dentro de um carro. Ponto para a Polícia, que agiu corretamente, resgatando o bebê de uma mãe absoluta e totalmente irresponsável, que deverá perder a guarda da criança.
Era bem melhor lermos boas notícias e ignorarmos este mundo, igualzinho aos que posam com sorrisos que não afetam os olhos nas colunas sociais.

Nenhum comentário: