29.9.05

Descobri que a expressão "ter um gato no peito" para definir o estranho ruído produzido pelos asmáticos é muito fiel à realidade quase trinta anos após a última crise, na infância. Voltei a ser asmática ano passado e tenho gatinhas ruidosas, que emitem estranhos sons quando contrariadas. O chiado se confunde com um lamento - exatamente o que vive dentro de meu peito e me constrange, pois jamais sei se estou incomodando meu companheiro de leito, meu vizinho de poltrona de cinema ou quem divide comigo o banco do metrô. Não sei se as gatas são as principais responsáveis pelo barulho que se instalou em mim. Tenho certeza que elas têm alguma relação com ele. Mas o que fazer com tais agentes provocadoras?
Chiar baixinho o resto da vida. Minha e delas.

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