2.4.09

Katyn


Em 1940, cerca de 12 mil poloneses, a maioria militares de alta patente, foram executados pelos invasores soviéticos em Katyn. Os corpos foram descobertos pelos nazistas, três anos depois, e utilizados para mostrar a selvageria bolchevique. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os soviéticos afirmam que o massacre foi obra nazista, eliminando qualquer informação - ou informante - contrária.
O veterano Andrzj Wajda, um dos baluartes contra o totalitarismo na Polônia, conta de forma aparentemente linear e convencional esse episódio histórico. O toque sutil de reflexão é pela inutilidade em se apontar o matiz político do culpado. Quando os russos entraram na Polônia recém-invadida pela Alemanha, soviéticos e nazistas festejavam-se como companheiros. Ao romperem, os primeiros são apontados como os sanguinários assassinos dos poloneses pelos segundos. Derrotados, os nazistas levam a culpa pelo massacre. O fim da União Soviética levou ao reconhecimento da autoria do crime.
O filme não discute os culpados e sim o uso político do massacre, a conivência exigida para quem pretende sobreviver à opressão. O mal que supera a ética. E sempre o horror, a covardia que é qualquer guerra. Wajda é filho de um dos oficiais mortos em Katyn.

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