16.9.09

É uma Barra, mora?

A disputa Rio-São Paulo é tão besta que não mereceria a menor atenção. Por ser risível, ela acaba atraindo olhares de quem não liga pra tanta besteira. Chega às raias do ridículo quando jornalistas esportivos paulistas perdem tempo em televisão lamentando o fato de o Rio de Janeiro contar com um estádio público, como o Maracanã, que, segundo eles, impediu os times cariocas de construírem estádios monumentais próprios. Sempre há uma voz serena nesses debates dizendo que o Rio foi capital federal, do reino, da colônia, porém os exaltados se aferram a argumentos ensandecidos para denegrir a imagem carioca.
Agora, numa coisa, certamente, os paulistas ganham dos cariocas: é na paciência para enfrentar trânsito ruim e cobrir longas distâncias.
Sim, eu fui à Bienal. De metrô, ônibus e ônibus. Meu combalido veículo está parado, sem bateria. Então, enfrentei a vida em condução, aproveitando para reconhecer a Barra da Tijuca, região que só alcanço se há necessidade profissional ou pessoal que exija minha presença lá. A Barra é imensa, feia e, agora, congestionada também. Levei duas horas e pouquinho de Botafogo ao Riocentro. E vi, pela primeira vez, a Arena do Pan!!!! É linda!!! Novos condomínios que estão para ser lançados. Velhas biroscas na estrada do Riocentro, o primeiro solo em que me aventurei num volante, com colegas de faculdade.
Ao retornar, me distraí com a conversa de um pai e seu filho, um garoto de uns 13 anos, com um sotaque meio americano. Descobri que o menino vive com a mãe nos EUA, acho que em Atlanta. O pai, que falava com o menino naquele tom de "Papai ama você, filhinho", é paparazzo! Recebeu diversos telefonemas de outros fotógrafos que perguntavam se ele conseguira fazer a foto da Adriana (seria a Galisteu). No Leblon, eles desceram e passei a ouvir as conversas cruzadas de todos os que empunhavam celulares. Uma mulher explicava a um amigo que não poderia viajar com o namorado naquele fim-de-semana, porque "ele tem filha, e fica com ela no domingo; no próximo, eu fico com a minha filha. No outro, quem sabe a gente tenha folga". Chegou um determinado momento em que as conversas eram tantas e em milhares de decibéis de altura que ficou impossível me concentrar em apenas uma.
E cheguei ao Rio, digo, à Zona Sul em apenas uma hora. Sair da Barra é bem mais fácil que andar por ela.

Um comentário:

Julio disse...

Putz, eu q o diga Olga

Passo todo dia pela Barra. Não aguento mais. kkk

SRN bjão