19.12.12

Balanço

Eu acho que já peguei uns três ou quatro fins do mundo.
Um foi no dia da inauguração da usina nuclear de Angra 1. Eu tinha uns 20 anos, começava meu estágio na TV E. Foi quando conheci o samba de Assis Valente "E o mundo não se acabou", porque já havia presságios do fim dos tempos décadas antes. Como disse um colega, então, o mundo acabava, mas o Brasil teria uma usina nuclear.
Depois, vieram outras datas, sempre com uma preparação de seitas como os Borboletas Azuis, que viviam numa comunidade perto de Brasilia.  E haja Assis Valente para ouvir. Precavida, jamais peguei na mão de quem não conhecia, nem beijei a boca de quem não deveria.
Só em 2012, houve uns dois anúncios de fim do mundo - um deles eu nem sabia que estava marcado. Agora tem a data final do calendário maia.
E mesmo com o prognóstico de explosão do planeta, eu vivi 2012 sem qualquer proveito extra, dada a possível proximidade do apocalipse. Foi mais um ano em que não emagreci 20 quilos, em que não fiz ginástica, em que não acabei de reformar a casa (devo recomeçar em janeiro), em que não escrevi um livro, em que não me livrei dos gatos, em que não viajei, nem fui a exposições de arte, sequer a boas festas. Aliás, foi um ano em que não dei festas!
Então, no sábado, eu continuarei vivendo, esperando que em 2013 eu consiga fazer um pouco do que pretendia em 2012.  Isso se não tiver um livro e uma rede me convidando para me embalar, de papo pro ar...

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