2.3.20

Esses moços

Reza a lenda que em lugares desenvolvidos, quem se encarrega da mudança é o próprio morador, que dirige o caminhão com móveis, enfia tudo em casa e ainda trata de ligar eletricidade, água, gás e aquecimento. Aqui, isso não existe, pelo menos, não na Zona Sul. Se não me engano era o Fernando Sabino que considerava “o moço” a maior instituição brasileira. Sem “o moço” não há como dar partida no funcionamento do lar - e não apenas por causa da NET, Velox ou telefonia. A verdade é que o carioca de classe média da Zona Sul até aprendeu a cuidar de criança, mas mal consegue pintar um rodapé.
E isso vem de longe. Meu pai, catarinense, filho de pedreiro, só sabia mesmo trocar lâmpada. Já meu sogro, tcheco, devia ser capaz de bater uma lage, igual aprendeu minha amiga Luciana, depois que foi morar na França. Aqui, não tem jeito, precisamos dos "moços". Estou na fase em que eles são os mais aguardados visitantes da casa. Isso porque depois de outro amigo dar um jeito no meu computador, chegou mais um para ligar fogão e máquina de lavar. Porque eu, esperta que sou, cultivo "moços" entre os amigos.

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