2.3.20

Beasts of no Nation

Estamos banalizando a violência em nome de uma paranoia coletiva de segurança, insuflada por quem apoia milicianos. Alguém se lembra de Cláudia, a mulher que foi arrastada pelas ruas por um carro da Polícia, e morreu, o corpo esfacelado? Alguém se lembra da grávida cujo bebê foi atingido no ventre? Alguém se lembra do homem que estava em casa e foi fuzilado por um policial ao vê-lo com uma furadeira na mão? Alguém pode contabilizar quantas crianças foram mortas por bala perdida na porta de casa, na escola, na rua?
Vamos continuar nos lembrando apenas dos assassinatos do médico que corria na Lagoa ou da empresária que vinha com o pagamento dos empregados, na Gávea? Esses, gente daqui deste lado do Paraíso, foram mortos por bandidos, assaltantes, marginais. Os outros foram mortos pelo Estado.

A diferença é grande: marginal está fora da lei, o Estado é a lei.
A outra diferença é que a maioria dos atingidos pelas balas perdidas ou vítimas dos enganos dos agentes do Estado são negros e vivem em áreas pobres.
Ninguém pode ser assassinado. NINGUÉM.


ente, de um governador eleito que defende o extermínio de suspeitos.
Estamos abaixo das republiquetas de bananas. Viramos um daqueles países cujos nomes confundimos, como o local incerto e não denominado no filme "Beasts of no nation".
A barbárie nossa de cada dia cresce.

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