31.1.12

As mais lindas livrarias do mundo

Nesses tempos em que os livros de papel estão fadados a figurar em museus, ainda há belíssimos templos que os vendem, mundo afora. Aqui no Rio, temos as lindas livrarias da Travessa, uma rede que mantém qualidade - os vendedores conhecem livros - e a beleza das instalações (mesmo quando são em locais pavorosos, como o Shopping Leblon - ô, troço feio...)

Mundo afora são muitas as livrarias bonitas. Não pude reproduzir aqui as fotos de uma que fica en Santorini, a Atlantis Books, pequena e cercada por um cenário encantador. Escolhi algumas aqui, e quis destacar outras, para embonitar essas areias.









A Lello, no Porto, em Portugal, é um luxo só.











Ateneo, em Buenos Aires, era um teatro.




O Café-Livraria - Cafebreria - El Pêndulo, no México, junta duas paixões minhas: livros e plantas.





A lendária Shakespeare & Company, em Paris, que perdeu há pouco seu fundador, George Whitman, que acolhia hóspedes, com o compromisso de que eles lessem um livro por dia.






A Bart's Books, na Califórnia, é outra que permite ao leitor aproveitar o solzinho e escolher seus livros.












16.1.12

Globo de Ouro 2012

Glamour, beleza, sorrisinhos forçados de perdedores, falsa modéstia dos ganhadores. Estava tudo lá, na entrega do Globo de Ouro, apresentado por um até contido Ricky Gervais, que só constrangeu publicamente Johnny Depp a admitir que ainda não havia assistido ao Turista - que já havia sido alvo de piadas do inglês na festinha do ano anterior.







Como não houve indicações para Mad Men nem para Alan Cummings ou para Helena Bonham-Carter, o público perdeu a chance de conhecer novas atrocidades estilísticas - principalmente a de algumas atrizes do seriado, que sempre eram finalistas para o traje mais pavoroso da noite.
Este Globo de Ouro foi discreto. Equívocos de figurino compareceram, claro. Mas a maioria preferiu investir nos modelos consagrados, alguns até revisitando modelitos já experimentados. E já que abri com os rapazes, que, geralmente, conseguem escapar das armadilhas do guarda-roupa, passo logo ao homem que desbancou o look cuidadosamente desleixado de Johnny Depp: Thomas Jane, que recriou o look bancário-gânsgter, dispersando o foco entre o chapeu e a gravata escandalosa. Vencedor do troféu Alan Cummings de desmoralização do bom-gosto.




A vitória de Thomas Jane foi apertada, porque a categoria Alan Cummings requer um toque de comediante, que Robert Downey Jr tentou, com a casaca absolutamente fora de contexto que envergou.


Como a maioria dos rapazes não consegue inovar em termos de bizarrices, restam os cabelos para dar um mau nome à elegância. Felicity Huffman acompanhou o marido William H. Macy num dueto divertido sobre perder prêmios e também no look estou-fazendo-faxina-de-início-do-ano.



Para compensar o fim do casamento com mulher mais velha, Ashton Kutcher fez barba, cabelo e bigode, e pose al lado da sempre linda Elle MacPherson.


Representando o sangue latino, a dupla mais bonita de língua espanhola e inglês macarrônico, Antonio Banderas e Salma Hayek.



Já Gerard Butler caprichou na escova para montar cachos de leão, enquanto Mila Kunis prendia em coque para não eclipsar o Dior pretinho, esvoaçante, de voal - modelo muito parecido com um que ela vestiu, alguns prêmios atrás.




Julianne Moore adora os brincões verdes. Já envergou esses mesmos ou outros, bem parecidos, em priscas eras. Rob Lowe, recém-saído da máquina bronzeadora, lindo e despenteado, como convém à descontração dos moços bonitos. Ah, sim, La Moore foi vestida de pagode chinês. Ou de sino.



Antes de perder o prêmio de melhor canção original para Madonna (???), Sir Elton John era só sorrisos. Depois, fechou a cara a noite inteira ...



... mas nada comparável ao eterno ar de enfado de Harrison Ford, com sua Callista vestida de melindrosa de luto, de sapatos de bruxa encalorada.








Na categoria de mais belo casal do mundo, Brangelina, sempre.




Nicole Kidman, de estampa de sofá aristocrático, e o imutável penteado de seu marido sertanejo.


O quesito Big Brown and Beautiful tem uma só rainha, a Queen Latifah. Mais do que o peso, importante é escolher um bom estilista, que goste de suas clientes e não insista em ...



... drapear todo o qualquer tecido que envolver uma mulher ...






... criar babadinhos na fatiota da menina de Glee e despir braços que deveriam estar sob manguinhas discretas ...



... quebrar abaixo do busto um corpo largo, que, no mínimo, aparenta gestação eterna, além de diminuir a altura da silhueta de Melissa McCarthy.




Um look popular na década de 70 era o que tinha tecidos com batik, uma técnica de tintura sobre tecidos, adorada pelos hippies. Sarah Michelle Geller, pioneira nos amores vampirescos da ficção atual, conseguiu, com esse batik do Terceiro Milênio, deixar seu vestido com um ar, digamos assim, de Feira de São Cristóvão.



Meryl Streep abiscoitou mais uma estatuetazinha, bancando a Margareth Tatcher. Cansada do modelito senhora inglesa da década de 60 (sim, a Dama de Ferro usava roupas absolutamente demodées nos anos 80), Meryl atacou com uma daquelas estranhas fatiotas que servem também para shows de música country.





Sempre há as repolhudas. Desta vez, Tina Fey caiu na tentação.




Troféu Helena Bonham-Carter de esquisitice 2012 foi para a quase sempre hors concours da categoria, Tilda Swinton, que também conseguiu pontos no quesito Despenteado Original. Lá pelo meio da festa, a franja despencava mais do que as melenas de Johnny Depp.

Sorridente, feliz com seu Troféu Amasso, Reese Whiterspoon combinou as mechas despenteadas com o vermelhão amarfanhado.


Imbatível na concepção mais horrenda do que é uma roupa foi Lea Michelle, com esta homenagem ao peixe envenenado por chumbo. Ganhou o Troféu Cher-Bjork de inadequação estética do certame.



Aí, a gente respira um pouco, com a Kate Beckinsale, perfeita, ...



... para logo depois lamentar a violeteira Julianna Margulies, tão bonita, mas parecendo uma mergulhadora chique com brincos de esmeralda!



Outro intervalo de alívio com Jodie Foster, supergracinha!



A divina Jessica Lange rendeu a frase da noite do impagável implicante Rubens Ewald Filho: "Ela já ganhou tantos prêmios... Não há ninguém mais adequado do que Jessica Lange para interpretar uma mulher decadente...".



Jane Lynch, braços invejáveis para mulheres mais jovens...

A moça alta que faz pose de namoradinha de George Clooney...





O pessoal de Dowton Abbey, minha novelona britânica favorita. Hugh Boneville, despido da aristocracia, deixou a barbicha por faser. Adoro o desglamour...



Meninas de Glee, as sucessoras das Mad Women: o que é esse turbilhão rendado em coral? E a transparência? E os babadinhos? E a ramagem vermelha que sobe o peito qual trepadeira ou estamparia de colar em paredes?




Sim, Charlize Theron, as deusas também erram. O vestido... well, é Dior, mas... Decotão e fendão... Sei, não. Agora, o bandó no cabelos é imperdoável.



A sereia Sofia Vergara, uma das mulheres mais lindas da noite, e vencedora do Troféu Joel Santana de Idiomas.

Evan Rachel Wood é uma mulher de peito, embora sem busto). A cor estava divina, mas... precisava ir de alegoria à fauna amazônica, cheia de penas que custaram a vida de tantos e tantos papagaios?

Mas sempre há Debra Messing, linda, com um modelito que já vi em outros carnavais, noutras cores, noutras pessoas. Deu tudo certinho.

Uma nova categoria é a transparência que dá impressão de que o vestido desafia as leis da física. Alguns desafiam as do bom gosto mesmo...

A noiva caipira da noite foi Jessica Biel, que caprichou no visual "Uma Casa na Campina" ou qualquer outro livro de Laura Ingalls Wilder.

Claire Daines, outra mulher despeitada, porém ousada em arriscar novos figurinos que sempre caem bem.




Também sempre existe a jovem que faz papel de menina em seriado de TV e vai à festa com roupa inadequada para maiores de sete anos de idade. Este pesadelo em violeta tinha um estilo para cada parte do corpo. E ainda tinha uma barrinha preta...





Kate Winslet, saia e blusa bem acertadinhas...


... que não causaram o furor do modelito transparente nas laterais com manchinhas animalescas de Jane Fonda (que, juro, já vi num show da Elza Soares! Ao menos, o conceito da transparência lateral é o mesmo). Só que Ms Fonda, mais de sete décadas de vida, pose vestir qualquer coisa! Mesmo.






As amigas Busy Phillips e Michelle Williams (esta, no eterno papel de mãe da filha de Heath Ledger) de tiara da amizade. Busy, vestida de cortina grega. Michelle, em ode à viuvez na Quaresma que ainda não chegou.




E então, chegou Madonna, plúmbea, de vestido que daria certo se não houvesse tanta mistureba, com a raiz castanha do cabelo bem evidente. E a estrela de seu filme sobre a Duquesa de Windsor vestida como a noiva perdida de um filme de Tim Burton. Muito estranho. Mesmo.



Agora, chega, tá?



Emily Blunt, majestosa. Sempre.