23.2.15

Oscar 2015 - A sobriedade está na moda.


Foi uma noite de Oscar tranquila, com muito discurso interessante, uma pulverização de premiações entre todos os concorrentes e pouca gente de roupa estranha. As moças estavam sóbrias, os moços... bem, não há muito como errar com os trajes masculinos, exceto quando se insiste no bizarro. Foi o caso do belo Jared Leto, parecendo Jesus Cristo  em Festa Caipira






Eddie Redmayne, a grande zebra da noite,  estava realmente surpreso com a premiação ...



... e chegou a se descontrolar ....


... antes de recuperar o prumo e fazer os agradecimentos de praxe a pai, mãe, agente, mulher, diretor.


Patricia Arquette, com sua sainha de fenda pra lá de demodê, mas que fez um conjunto interessante com a blusa de grega estilizada  ... 



botou óculos, puxou papel do bolso, pediu melhores salários para as mulheres e deixou de ficar parecida com Ana Maria Braga/Suzana Vieira para refletir mais uma semelhança com Meryl Streep 


... que adorou a fala de Patty, secundada por J-Lo (canastrona até no entusiasmo).




              Dona Meryl meteu um blazer e foi pra festa, cabelos em coque, como a maioria da mulherada na noite.


Antes de gritar ao lado de Meryl, J-Lo garantiu a atenção dos fotógrafos com um vestido cor de pele, mostrando ser uma mulher de peito.


Ela também avisou que iria trocar de roupa para a festinha pós-premiação. Mudou a fantasia de Princesa Peituda para Sereia Peituda. Só manteve a bolsinha.




Chloe Moretz quis um vestidinho com a estampa de papel de parede da casa da avó, uma variação da roupa com padronagem de poltrona que sempre surge nessas noites de gala. 


Felicity Jones também foi de princesa, com um corpete em forma de elmo, cravejado de pedrinhas, lembrando aqueles caminhos entre os canteiros de um jardim. 


Melanie Griffith acompanhou a filhota Dakota Johnson, falou que apoia muito a carreira da moça e que ainda não teve coragem de assistir ao filme pornô soft que a menina estrela. 


É que Melanie Griffith nunca mostrou o corpo assim de forma tão despojada antes, como pode-se perceber por suas aparições em Fogueira das Vaidades, Cidade do Medo Dublê de Corpo e Working Girl.






Gwyneth Paltrow não pôde usar o discreto chapéu florido que ela adora, mas pegou uma almofada em forma de rosa, encaixou no ombro, e saiu por aí.





Os brincos, em compensação, eram lindos. 


Kiera Knightley também aderiu ao flower power, cheia de bordados e inscrições no primaveril vestidinho que parecia o do casamento da Angelina Jolie.  A tiara de flores foi comprada em camelô no Réveillon carioca. 


Lupita, a que está sempre chique e linda, também deve ter se inspirado nos trajes de virada de ano brasileira. Desta vez foi de Rainha das Águas, toda trabalhada nas pérolas.



Lady Gaga pegou emprestadas as luvas do bombeiro hidráulico que faz ponto na esquina.  




Mais tarde, no tributo aos 50 anos da  Noviça Rebelde, trocou de cabelo e botou um vestido de princesa plástica.



 Oprah caiu no conto do drapeado. E esqueceu a chapinha em casa. Deu nisso. Foi de princesa Fiona.





Marion Cotillard, gracinha, lindinha, só pode ser cobaia da Dior pra roupa esquisita. Se na frente estava tudo bem, vamos dar um jeito de estragar atrás, botando uma faixa abaixo dos quadris. Complementando, o cabelo boi lambeu. Tem alguém que detesta a moça lá na Dior, ah, tem.



Naomi Watts quis dar um certo glamour ao consagrado modelo carioca de top com jardineira. A estampa de tijolinhos metálicos não ajudou. 





                                            Nicole Kidman foi de Barbie Boneca de Porcelana.





             Cate Blanchett e o espetacular efeito de um colar de turquesas num pretinho básico.


Scarlett Johansson e o dilema:mostrar o peito ou o colar? Superposição que não deu certo.




O merecidíssimo Oscar de Julianne Moore (pelo conjunto da obra) só não combinou com o vestidinho no estilo tapetinho de banheiro dos anos 60. Ao menos não inventaram um colarzinho pra fazer um conjuntinho com as flores, que lembram muito docinho de festa de criança. 


No meio da mesmice geral, o troféu Helena Boham-Carter ficou para a jovem Lorelei Linklater, nessa confusão de transparências com fenda, envelope na cintura, padronagem... Nem sempre a juventude atenua tantos elementos superpostos. 

1.2.15

Misses

Foi-se o tempo em que uma baiana aqui, um moleque de Debret ali e um Tio Sam acolá faziam a festa dos trajes típicos em desfile de miss. Hoje, miss é uma mulher de quase dois metros de altura, no máximo 48 quilos de peso (com roupa de gala), seios aumentados cirurgicamente e um sorriso tão pouco expressivo quanto seu conhecimento literário - que não alcança sequer a leitura do Pequeno Príncipe. Elas continuam empenhadas em lutar pela paz mundial, mas, definitivamente, se não seguirem alguma carreira de atriz-modelo-manequim, certamente, estarão fadadas a serem apresentadoras de televisão e de concursos de beleza.
Por isso, causou espanto a atitude cheia de ressentimento da segunda colocada no concurso de Miss Amazonas. A desclassificada da selva tropical não apenas arrancou a coroa da vencedora, como também fez discurso contra as regras do certame.
Como não vi concurso algum de miss, mas vislumbrei as fantasias, digo, os trajes típicos que as coitadas tiveram de envergar, fiz uma pequena seleção abaixo. A maioria serve para desfilar em escola de samba de segundo grupo. O restante inspira a Cher, a Bjork ou os atuais czares da moda -  que odeiam mulheres e botam estrelas de cinema pra vestir coisa esquisita em noite de premiação.

Este Pavão Branco de Bariloche é o traje que representa a Argentina.



Miss Canadá, de Jogadora de Hoquei na Festa de Haloween.



As madonas entraram na moda nas passarelas dos concursos de miss. Sai tudo Elegia à Nossa Senhora. A Miss República Dominicana caprichou e tem um altar na barriga. Mais Frida Kahlo impossível. Pena que não seja mexicana..



Miss Grã-Bretanha, de bond girl do Austin Powers.


Miss Espanha de, provavelmente, Dona Isabel, a Católica. Bonita, mas... típica? Folclórica?



Miss Estados Unidos de Tia Samantha, a Princesa da Disney, versão para maiores.


Miss Honduras, pronta para ser destaque da Acadêmicos do Cubango.



Miss Venezuela, que desta vez não ganhou, numa homenagem aos ipês amarelos, imagino.


Miss Brasil de cacatua branca.



Miss Peru protagonizou A Vingança do Inca.


Eu não sei quem era a moça, nem a quê ela queria aludir, mas, tenho certeza que lembrava um bombom delicioso.




E. por último, toda a graça do folclore suíço. Sim, a moça é a típica suíça.