29.6.15

Fantasias musicadas no BET Awards

Tenho a impressão de que muitos artistas, atualmente, mal têm tempo de trabalhar, já que vivem aparecendo em festas de premiações diversas. O Bet Awards, criado há 14 anos pelo Black Entertainement Television, fez sua festinha ontem. Lá estavam homens vestidos de molequinhos ou cafetões, enquanto as mulheres usavam decotes abissais e transparências em trajes carnavalescos. Tudo bem, é pessoal de música, um setor em que, atualmente, Mick Jagger tornou-se símbolo da sobriedade. Mas... bem, não havia necessidade da overdose de mau gosto.



Nicki Minaj, a grande premiada da noite levou a mãe, que, aparentemente, compartilha seu gosto por trajes feiosos. No fim da festa, Nicki trocou por algo menos formal e igualmente apavorante.



O colar para compor o 'pimp look' era obrigatório em boa parte dos cantores.


Rihanna fantasiou-se de advogada de filme pornô.


A atriz Zendaya  se esqueceu da saia.


E esta deu um mau nome ao pretinho básico.

Macacão, decotão e o infame cintinho dourado da atriz Laverne Cox.

Janelle Monae, chique e blasé, destilando charme, com uma capa imensa, alongando sua diminuta figura.

A capa não surtiu o mesmo efeito na composição super-heroína-guatelmateca-galática de  Demetria McKinney.

A cantora Serayah também escolheu dois modelitos para a festa. O primeiro já era triste, o sonho do fetichista sadomasoquista discreto, mas o segundo, seguindo a linha lendas e segredos das populações nativas da América Central, foi, realmente, indesculpável.

Cristina Millian também apostou no tema nativo americano. Desta vez, dos EUA. Com um toque naturalista, claro.

A inspiração maia/asteca também no amarelão de Naturi Naugthon.


Talvez a pior composição da noite, mesclando estampas feias e sandálias execráveis. Lembra imitação de Romero Britto. 

A fantasia de cobra aponta uma tendência apavorante da moda: a barra da calça que encobre totalmente os sapatos, o que deve ser perigoso. Já imagino os tropeços. Ou os fios correndo direto, quando encontram alguma falha na calçada...

Outra barra de calça cobrindo os sapatos. E outro decotão com colarzinho. 


Outra tendência: o macacão de discoteca dos anos 80. Vintage Studio 54.


Tendência também: transparência + renda + constrangimento absoluto de quem veste e de quem vê algo assim.



Em dúvida sobre qual seria o pior modelito da noite, deixo a questão aberta: a fantasia de urubu em noite de gala ou o desastre na saia em gomos? 

19.6.15

O feminismo, os insetos e a elevação espiritual

Eu sei que existe machismo. Como todas as mulheres, fui alvo de comentários machistas. Felizmente, como poucas mulheres, convivi, escolhi conviver e insisti em educar homens com uma mentalidade de respeito às diferenças. Ensinei a meus filhos que homem não "ajuda" nas tarefas domésticas, mas que faz sua parte, como o pai deles fazia. O começo de tudo está aí.
A propósito, meu pai, se vivo fosse, estaria prestes a completar 87 anos. Era ele quem me levava à praia e à pracinha.
Não é uma questão de geração, mas de educação, de formação.
Assim, além de combater o machismo presente, é essencial educar os que vem pela frente.
Minha mãe sempre trabalhou, como meu pai. Ambos me tornaram responsável pelo meu sustento e pelo dos meus. Parar de trabalhar para cuidar de filhos, no meu caso, jamais foi uma opção. Não sei se eu seria melhor ou pior pessoa se tivesse tal escolha.
Agora, a escolha de ser independente se apresentou para mim como destino. Independência financeira, claro. Porque mantenho uma lacuna irremediável em minha formação, que não consegui corrigir em minha filha.  Para nós duas, o extermínio de baratas é uma atribuição masculina.  Intransferível. No dia em que eu conseguir suplantar esse terror, aí, estarei pronta para transcender ao Nirvana.



16.6.15

Deu a louca no chapeleiro

Há 150 anos, Lewis Carrol criou o Chapeleiro Louco.
Em Ascot, o título deve ser disputado a tapa. Espantosa é a felicidade estampada nos rostos das jovens e senhoras que se dirigem ao prado com aquelas alegorias de cabeça.
Falta carnaval na Inglaterra e melancia pra pendurar no pescoço, claro.


O assassinato de aves para a utilização de plumas que não mereciam figurar em fantasias de escolas de samba de segundo grupo deveria ser crime inafiançável. A propósito, a composição da extrema direita aparentemente deu certo.



No show de extravagâncias de Ascot, é difícil apontar a mais horrenda. Mas juro que já vi essas bolas de isopor enfiadas em fios de alta tensão, em estradas.


A quase nonagenária rainha e seu marido estavam, exuberantes, mas compostos - embora rosa choque... bom, ela tem idade e poder, né? Usa até broche com colar...


O casal caprichou no verde limão/neon - algo que fica ruim até em propaganda dirigida ao público consumidor de refrescos tipo Tang. Atrás, a propósito, uma jovem se aproxima em laranja Tang também.


Essas duas aproveitaram os vestidos que alugaram para ir a um casamento aristocrático (lá, todo mundo se casa de dia - que já é pra evitar longos e brilhinhos, sem tanta papagaiada), mandaram montar algo que combinasse. Não combinaram. Com nada.


A decantada elegância britânica dá lugar aos modelitos que não fariam feio em desfiles na Sapucaí.


O pavoroso arranjo floral não foi a pior entre tantas instalações capilares.


A concorrência era forte. Essa aí apostou nos cavalos e nas flores negras sobre um padrão de toalha de plástico da cozinha.

A mulher-mariposa foi a vencedora do grande troféu Drag Queen  Ascot 2015.

8.6.15

Tony, oh, Tony...

Essa história de falar mal da roupa alheia dá um trabalho...
Nada entendo de moda, mas tenho um olhar muito crítico em relação às montagens que alguns criadores impingem às mulheres que servem de vitrine pro trabalho deles. E as últimas festinhas do cinema têm sido verdadeiros desfiles de fantasias carnavalescas. Não bastava o povo da música pop andar igual mendigo maluco, Hollywood embarcou na doideira.
Mas no teatro é diferente. As pessoas são mais sóbrias, deixam o exagero pro palco naquelas montagens sapucaienses que encenam na Brodway.
Atendendo à cobrança de minha amiga Lu Medeiros, saquei algumas fotos do tapete vermelho da entrega dos prêmios Tony, ontem. Diante das últimas extravagâncias em premiações, até que a turma estava contida. A grande exceção foi Alan Cummings, que se esmera nas vestes ridículas.


Já a cantora canadense Kiesza usou um vestido imperdoável que ficaria melhor no desfile do Cacique de Ramos. 


As fendas abissais, decotes profundos e recortes incompreensíveis continuam em voga. A modelo e atriz Amber Valetta quis ir contra a tendência e providenciou uma cortina para sua homenagem à  Xena, a princesa guerreira


Joan Samlls, modelo, foi com o mais novo figurino de camuflagem para mulheres alistadas nas Forças Armadas.
 Outra linda modelo e manequim de roupa estranha. Depois reclamam quando se diz que elas não pensam muito. Adoro as cores. Odeio o top.


 O constrangimento de Rose Byrne só é inferior ao imenso decote. Que acaba num ziper. Que vai até a bainha do vestido. Que ainda tem uns trapos nos ombros. É pra deixar sem-graça mesmo.



Nem sempre o preto é elegante, como comprova a escolha de Rita Wilson.


Sutton Foster é só alegria em seu vestido vermelhíssimo, com camadas que me lembraram uma colcha de chinile.



E esses vestidos curtos na frente com cauda atrás continuam tornando feias as mulheres bonitas. As vítimas da noite: Marg Helgenberger e Beth Berhs.


Troféu Até as Divas Erram ficou para Helen Mirren, com esse misto de camisola e vestido de noiva caipira.


Patrícia Clarkson A-MOU a padronagem do vestidinho que Salma Hayek usou em Cannes. Salma tinha ainda uns três metros sobrando. Chamaram a costureira e adaptaram o modelito. 



Uma das pedidas da noite foram os modelos estampadinhos. Emily Skeggs e Vanessa Hudgen tinham os mais bonitos...


... a modelo francesa Constance Jablonski, o mais feio, mas que lhe garantiu o troféu Camisolinha da Hering da noite.


Ashely Greene voltou aos tempos da discoteca.

Elizabeth Moss foi a Rainha da Primavera da noite.

Amanda Seyfried usou vestido confeccionado com papel de presente.


Outra prova de que nem sempre o tom preto ajuda na elegância, como bem percebeu Ashley Tinsdale, a infelicidade em pantalonas.

 J-Lo, fazendo a linha comedida. J-Lo realmente sabe surpreender. 


Já Kiesza era só felicidade na mais horrenda fatiota da noite. Que bom que ela se divertiu, né?