20.10.11

Adooro!!!

1. Primeira coisa que você lava no chuveiro?
Mãos.
2. Qual é o seu hobby favorito?
Ler.
3. Como você está se sentindo agora?
Bem.
4. Qual é a coisa mais próxima de você que é vermelha?
Uma caneta.
5. Como foi seu último sonho?
Não me lembro, mas tenho um recorrente, de praia, com diversas variações. O mar tá brabo, cheio de ondas em que a gente se enrola, consigo chegar à areia, corro pra calçada e lá também vira mar. Muitas vezes é em Ipanema, outras são praias absolutamente desconhecidas. Estou com meu pai ou com meus filhos, jamais sozinha.
6. O que você quer agora?
Ver "Um Conto Chinês", mas tenho que trabalhar.
7. Você é emotivo?
Noossa. Choro em anúncio de caderneta de poupança.
8. Já contou até 1000?
Não consigo chegar a 200.
9. Você morde ou lambe o sorvete?
Picolé, mordo. Casquinha ou copinho, lambo. Qualquer maneira de sorver vale a pena.
10. Você gosta do seu cabelo?
Gosto. Triste é que ele embranquece, alisa e afina cada vez mais.
11. Você gosta de si mesmo?
Me adoro.
12. O que você está ouvindo agora?
Um zumbido eterno no ouvido, alarido de vozes e minhas tecladas.
13. Queria poder mergulhar no céu?
Eu, não.
14. Você já conheceu uma celebridade?
Sim. Algumas.
15. Existe alguma coisa brilhante onde você está?
Luzes.
16. Qual seu lugar preferido da casa?
Meu quarto.
17. Você já passou trote?
Só quando adolescente.
18. Já esteve em um trem?
Sim. Tem metrô aqui, né? E já viajei de trem.
19. Você tem celular?
Sim.
20. Qual o sabor do gloss/batom que você usa?
Tô meio velha pra usar batom com gostinho...
21. Você tem alguma arma?
O sarcasmo.
22. Se você fosse homem, como gostaria que fosse seu cabelo?
Igual ao do Keanu Reeves
23. Com quem você vai estar hoje a noite?
Com meus filhos.
24. Você é alto(a)?
Não. 1,63m.
25. Já esteve apaixonado(a)?
Sim. Cinco ou seis vezes.
26. O que vai fazer amanhã?
Trabalhar. .
27. Está apaixonado(a)?
Não.
28. A última vez que você chorou?
Há dias, pensando em gente amada.
29. Qual foi a última pergunta que você fez?
Cadê meus óculos?
30. Estação favorita?
Outono.
31. Você tem alguma tatuagem?
Não.
32. Você é sarcástico?
Sim.
33. Já pulou um muro?
Já. Algumas vezes.
34. Cor favorita?
Amarelo.
35. Alguma vez você já bateu alguém?
Sim, mas me arrependo muuuito.
36. O seu cabelo é crespo?
Não.
37. Qual foi o último CD que você comprou?
Acho que foi o da Amy Winehouse.
38. Aparência importa?
Sim.
39. Você poderia perdoar uma traição?
Não.
40. Você gosta de sua vida agora?
Sim. Sempre gosto de minha vida.
41. Você consegue ficar sem mentir?
Claro.
42. Você odeia ou não gosta de muita gente?
Felizmente, conto nos dedos quem realmente não gosto.
43. Quantas vezes você fala ao telefone?
De cinco a 50.
44. O que você está vestindo?
Camiseta florida. Calça marrom de malha, blazer tijolo, botas castanhas.
45. Qual é seu animal favorito?
Gato.
46. Onde você tirou sua foto do perfil do Facebook?
Na cama. .
47. Você é estudioso(a)?
Pouco.
48. Você tem um emprego?
Sim.
49. Alguma vez você já pensou em se matar?
Claro. Mas tenho tanto medo que dê certo que jamais cheguei perto disso.
50. Acha terrível pessoas…?
Grosseiras.
51. Você acha que o sexo oposto te acha atraente?
Em priscas eras, achava. Hoje, não.
52. Uma pessoa para te conquistar precisa?
Ser alegre e gentil.
53. ..E jamais deve..?
Ser racista, machista, misógino, homofóbico, fascista.
54. Você acha que deve ter amor para ter sexo?
Não.
55. Como gostaria de morrer?
Não gostaria.

7.10.11

Reprimida era a sua avó

Minha mãe, Guiomar, provavelmente aos 3 anos, de mão na cintura, minha sorridente Tia Leda, com 4, Tia Zélia aos 7, Tia Consuelo com uns 13 ou 14 anos, Vovó Olga aparentemente grávida do último filho, aos 32, nos idos de 1928.

Cresci numa família de mulheres fortes, em que trabalhar era uma condição, não uma opção. Muito estranhava eu que o outro lado da família, o paterno, lá em Florianópolis, considerava natural a dependência econômica masculina. Talvez por isso eu sempre tenha visto Santa Catarina como um cantinho do mundo de outros tempos - e muito me choque encontrar a Ilha cada vez mais coberta de construções, tirando um pouco do viço de sua beleza natural.
Não que o Rio de Janeiro de minha infância fosse assim tão diferente. Que eu me recorde, era a única criança no colégio a ter mãe que "trabalhava fora" - e não na honrosa função de professora, mas na Caixa Econômica. Somente a mais velha de suas três irmãs abandonou a carreira - de professora, a única não-funcionária pública delas - depois do casamento. Teve cinco filho e, como se cuidar dos afazeres domésticos era pouco, ainda alfabetizou todos antes que entrassem no colégio.
Minha mãe e minhas tias sempre trabalharam em repartições públicas. Nunca faltavam ao serviço, pouco adoeciam e sempre foram funcionárias exemplares, incorruptíveis (uma era fiscal da Alfândega, linha dura, daquelas que ameaçava autuar por suborno quem tentasse lhe dar uma caixa de bombons) e responsáveis. Minha avó Olga não trabalhava "fora", mas, ao enviuvar aos 36 anos, decidiu montar uma pensão para estudantes em sua casa, na Travessa Euricles de Mattos, em Laranjeiras. Mamãe contava que ela tinha uma empregada e eu tenho pena da coitada, mesmo sem ter conhecido a moça. Convivi com as diaristas de Vovó, que sempre morou sozinha, e fazia questão de acompanhar a faxina, pano na mão, ao lado das empregadas. Gostava de jardinagem, cultivava violetas e samambaias em qualquer naco de terra, cozinhava bem e só delegou a administração de seu orçamento aos filhos perto de completar 90 anos. As mãos eram feias, enormes e ásperas de tanto lidar com lavagem de pratos, roupas, cuidar dos oito filhos e do marido, que passou quase duas décadas doente.
E foi ela que sempre repetiu às filhas que não seguissem seu exemplo, casando-se adolescente. Também dizia que todas deveriam trabalhar, porque "casamento não é meio de vida".
E isso tudo me vêm à lembrança agora, graças à bela Giselle Bündchen, estrela de uma campanha publicitária que presta um desserviço à causa feminista - um movimento que jamais se colocou contra os homens e que garantiu a eles alguns direitos, como o de se aproximarem mais dos filhos.
Minha avó, minhas tias e minha mãe jamais se declararam feministas. Também não gostavam de lutar contra o machismo, mas não aceitavam cantadas de chefes, franzindo o cenho assim que ouviam piadas mais pesadas. Ah, e todas eram mulheres bonitas, que se apaixonaram, namoraram bastante, se casaram e tiveram filhos. Minha pergunta aos que reclamam dos protestos contra a propaganda que exalta o comportamento submisso da mulher e o estereótipo da brasileira gostosona, sem qualquer outro poder de argumentação que não o sexo, é a seguinte: sua mãe trabalhava 'fora' ou dependia economicamente de algum homem?
Porque, desculpe, recordando outro antigo bordão publicitário, reprimida era a sua avó! A minha estava longe de se enquadrar nesse papel e nem quis tal destino para suas filhas.

5.10.11

Ando assim meio down

Tem gente que é destrutiva, que precisa derrubar tudo o que está em volta para ressurgir dos escombros. Sou assim. O problema é que, enquanto não viro fênix, sinto todas as dores da tralha que desmorona sobre mim, por falta de manutenção.

3.10.11

A decrepitude

Não estou em fase de entristecimentos.
Véspera de meu aniversário, motivo mais que justo para reunir amigos e alegrar-me. Só que estes 51 anos têm sido celebrados com baldes de água fria despejados sobre o champanhe.
Primeiro que não consigo ter tanto júbilo no coração há dez anos, já que minha mãe morreu exatamente três dias antes de meu aniversário. Fora essa névoa que circunda meu festejar (não sei se devemos manter a dor estampada no olhar a cada vez em que nos lembramos dos que já morreram, mas essa cobertura meio amarga, que destemperou minha vida me rodeia incessantemente; perder as grandes referências de minha vida é trauma para a existência inteira), chegam notícias muito ruins, sobre conhecidos. Não são amigos, mas pessoas que já entraram em minha casa, que estão dentro de meu cotidiano. Um descobriu na semana passada que tem câncer de pulmão com metástase cerebral. Outra, tem dois aneurismas cerebrais.
Nada que me impeça de encontrar quem adoça minha vida. Mas nos leva a refletir se o homem deve mesmo durar mais que 50 anos...