30.6.06



Adios, hermanos!

No Valor, hoje

Uma matéria fantasmagórica, mas de gente muito viva!

29.6.06

A copacabanização de Botafogo


Alvíssaras! Botafogo já tem C&A e Lojas Americanas!!!
Um dos bairros mais suburbanos da Zona Sul (só não é mais porque sempre haverá o Catete. E o Largo do Machado, claro!), apesar de ser a matriz do Grupo Estação, Botafogo ainda não merecera sua loja de departamentos de rua desde que a Sears acabou. Na verdade, já existe Casa & Vídeo há muito por aqui, mas fica na Praia, no lugar do finado cinema Ópera, porém Casa & Vídeo não tem um quinto do status que uma C& A pode trazer a essas redondezas.

Botafogo tem aspectos curiosíssimos. Já se disse que era o bairro com o maior número de colégios da cidade. Não é. O Méier tem mais. Outro recorde de Botafogo deve estar com a Voluntários da Pátria, provavelmente a rua com o maior número de drogarias e farmácias no mundo. Outro dia, contei. Eram 17 nos três quilômetros de extensão. Pode ser que haja outras novas, recém-inauguradas. Impressionante é que uma vez aberta a nova drogaria, ela se fixa no local e jamais fecha, diferentemente de outros estabelecimentos comerciais no bairro. Parece que o número de farmácias corresponde à alta concentração de consultórios médicos na área. Dizem que há muitos consultórios desde a instalação de Furnas - e seus funcionários com bons planos de saúde - na região.

Assisto à copacabanização de Botafogo desde a inauguração do Praia Shopping, que deflagrou um boom de construções sofisticadas (ou seja, aqueles apartamentos microscópicos em edifícios imensos que contam com uma estrutura de lazer que geralmente permanece ociosa, exceto aos sábados, quando todas as criancinhas fazem aniversário e têm festas com recreadores que berram acima do volume de músicas da Xuxa). No entanto, além dos cinemas do Grupo Estação, o único point sofisticado de Botafogo é o supermercado Zona Sul.

Timidademente, as Americanas abriram uma loja Express num desses novos prédios, em terreno que já foi um colégio. A C&A inaugurou hoje com preços competitivos e distribuindo brindes aos clientes novos. Fui conferir por volta de 15h. Estava lotada, com cheirinho de nova e muitos, muitos consumidores. Sem dúvida será um sucesso para atravancar ainda mais o trânsito da Voluntários da Pátria, na quadra anterior ao Bingo do Governo Estadual.

No filme "A Máquina do Tempo", Rod Taylor senta-se na traquitanda para viajar até o futuro e vê prédios ruindo e outros sendo construídos à medida em que avança nos anos. É a sensação que Botafogo me traz, a de um bairro em renovação, seguindo rumo ao futuro. Só não sei se para melhor.

Incompreensível

... por que a bela canção "The Blower's Daughter", que pontua os amores de quatro pessoas no inquietante "Closer", transformou-se no aterrador "É isso aíííí", na versão de Ana Carolina e Seu Jorge?

Que alívio!

Fiquei muito mais tranqüila depois da declaração de Parreira, manchete do Globo de hoje: "Não é com jogo bonito que seremos campeões".
Já sabemos o que nos espera, então. Aquele joguinho desencontrado, confuso, com bons goleadores. E alguns gols. Confesso que no primeiro jogo, cochilei. Espero manter-me alerta nos demais.

28.6.06

Do João Ubaldo

Faço minhas as palavras do Baiano!
Aquelas peladas no Aterro estão mais animadas que as partidas do Brasil.



Eu sabia que "Um homem, uma mulher" era um dos filmes mais água-com-açúcar do mundo, mas não imaginava o quanto.

Fui arrumar meus DVDs e eis que descubro este coberto de ... formigas!!! Indignadas com minha intromissão, as hordas de formiguinhas atacaram minhas mãos e, pedindo desculpas a todos os nossos ancestrais, de acordo com os preceitos budistas, taoístas ou sei lá o que ístas, tive de eliminá-las do disco com um bom banho de torneira.

Como ninguém viu o filme aqui em casa, resta a dúvida: de onde surgiram misteriosas marcas de doce na caixinha? Certamente, geração espontânea não foi. Mas como nesta casa as coisas somem (minha maquiagem desapareceu. Restaram apenas os batons e alguns lápis de olhoo. Sombras, rímeis, tudo sumiu. Sem contar com Valentina, a tartaruguinha. Já fuçamos todos os cantos, mas há três semanas ninguém vê a bichinha) e reaparecem sem que haja qualquer explicação lógica, vou apenas aceitar a situação como ela se apresenta. E aproveitar para dar uma olhada num dos filmes mais românticos e bonitinhos do cinema.

Viva o Gordo!!!!


Ronaldo lavou a alma de todos os brasileiros acima do peso!!!!

26.6.06


Quem ficou chupando o dedo foram os australianos e quem viu aquele estranho pênalti marcado contra a Austrália.
Depois do show de incompetência da arbitragem na véspera, outro juiz faz bobeira. Do jeito que esta Copa vai, time "grande" que jogar mal acaba nas finais de qualquer maneira.
Amanhã, o Brasil só sera eliminado se os orixás conspirarem a favor de Gana. Mesmo que os africanos não tremam diante do gigantismo dos brasileiros, só continuam na Copa se forem muito bem em campo.

Sobre gênios efêmeros


Como qualquer ser humano acima dos 40 anos, uso a tecnologia rezando para que tudo dê certo. Sei manusear computadores pessoais há pelo menos vinte anos, o que, no Brasil, não é tão comum. Lembro-me que o primeiro notebook que conheci era do Tom Flannigan, que vinha conhecer nossas belezas, em 1983. Seu pit stop era em minha casa, onde aferrolhei seu notebook, que ele pretendia carregar Amazônia adentro. Tolinho, coitado! Dois anos depois, O Globo informatizava a redação. Uma festa! Tinha escala de treinamento para aprender a mexer no sistema operacional, cursinho de uma semana, com dispensa de trabalho. Em tempos ancestrais, um repórter podia até ficar cinco dias de bobeira aprendendo a usar maquinário novo.
Computador em casa só fui ter em 1988, um valente 286, tela preta e branca. Mas ainda não me tornara dependente, o que só aconteceu comigo e com a maioria da humanidade após o advento da Internet, claro. Estou em meu segundo e combalido Pentium, que utilizo todos os dias religiosamente para trabalhar e/ou me comunicar com o mundo inteiro. Continuo sem compreender quase nada de tecnologia, fazendo a mais absoluta questão de utilizá-la intuitivamente. Sou daquelas pessoas que ignora solenemente o manual de instruções, embora aposte que pelo menos três de meus amigos mais chegados só mexam em alguma aparelhagem depois de entenderem como instalarão o fio terra - se é que ainda se usa fio terra! Recentemente descobri que os automóveis não dispõem mais de afogadores. É verdade que utilizo um carro adolescente, minha valente Elba verde, que retomou seu apelido de "Abatida" ano passado, quando sofremos uma colisão na Avenida Brasil. Como não há recursos para o conserto, dez meses depois, o carrinho, que completará 15 anos de serviços constantes em 13 de agosto, tem uma porta avariada. O estado é vergonhoso, porém, como continua funcionando (agora também sem silencioso, o que, convenhamos, torna um suplício vexaminoso passar com ele por qualquer lugar da cidade), a gente vai levando.
Pois bem, hoje descobri que sou um gênio em aproveitamento tecnológico. Acabo de ler uma dica na coluna da Elis Monteiro do Globo. Diz ela dos problemas que uma pessoa teve ao perder todo o seu back up de fotos de família por armazenamento incorreto de DVDs. E conclui que, além de ter cinco ou seis back ups em espaços diferentes (no PC, em outro PC, diversas cópias em CD), vale a pena gravar seus arquivos na rede, ora. Algo que eu já faço há algum tempo e que todos os meus amigos tecnologicamente superiores dizem "Sim, é uma possibilidade", como se fosse totalmente natural que isso acontecesse, com aquele ar meio surpreso, mas com o olhar de "como é que eu não pensei nisso antes", igual a de homens que ouvem um comentário pertinente a respeito de futebol pronunciado por uma mulher.
Gravar arquivos na rede é uma saída tão banal que o Google vai criar um armazenador de dados pessoais! Idéia que me veio quando perdi minha primeira agenda eletrônica e descobri que o melhor jeito de garantir minha lista de telefones era ter diversos caderninhos com todos os números necessários. Uma forma anacrônica de guardar os "contatos", porque nessa vida contemporânea ninguém mais tem telefone e endereço, mas algo muito maior, que exige um uso de plural.
Gente do século passado, como eu, não vive do efêmero, mas até consegue se utilizar dele bem direitinho, né?

25.6.06

Campo de Batalha

Dezesseis cartões numa partida - um recorde, pelo menos no número de vermelhos (quatro) na mesma partida da Copa.

Futebol tem dessas coisas

Metade das seleções que participam da Copa do Mundo têm técnicos estrangeiros. Brasileiros, são Felipão (Portugal), Zico (Japão), Marcos Paquetá (Arábia Saudita) e Alexandre Guimarães (Costa Rica). Tem argentino treinando o México (Ricardo Lavolpe), sueco mandando na Inglaterra (Sven Goran-Ericsonn), holandeses à frente de três equipes (Coréia do Sul, Dick Advocaat, Guus Hiddink, a Austrália e Leo Beenhakker, Trinidad e Tobago), croata comandando o Irã (Branko Ivankovic).
Além desses, os técnicos gringos são o sérvio Ratonir Dujkovic (Gana), o francês Roger Lemerre (Tunísia), o alemão Otto Pfister (Togo), o francês Henri Michel (Costa do Marfim), o uruguaio Aníbal Ruiz (Paraguai), o colombiano Luis Fernando Suárez (Equador).
Bom esta liga das nações, mas confusa também, né? Embora totalmente compreensível. O brasileiro fica tão desagradável ao considerar seu futebol o melhor do mundo que, confesso, não ficarei triste com uma vitória africana na terça-feira. Até porque este futebolzinho apresentado pelo Brasil não me empolgou.

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A Copa do Mundo traz estranhos hábitos. Só depois do desfecho da partida iniciada ao meio-dia é que sairemos para o cinema.

22.6.06


Paredes amarelas, terracota, magenta. Só essas cores podem me cercar.
Juntas, com verde forte e preto, formando as estampas jamaicanas, me enfeitam.
Uma vez escolhi esses tons para um tererê, em Búzios.
O artesão, chapado, extasiou-se: "São as cores dos rastafári", imaginando minha cabeça coberta por dreadlocks sebosos.
Eu só quis um tererê, que acabou caindo no mar, tempos depois, desprendendo-se de meus cabelos.
Essas cores de batalha me incitam.

17.6.06

A única não-zebra do dia.
Valentes, os americanos. Mereceram o empate - até com gol contra - de tanto que embolaram o meio-de-campo italiano. Bem que antes do jogo o Hugo cantava: "Vai ver eles vão fazer igual ao time de 1950", referindo-se à maior zebra das Copas do Mundo, a vitória da seleção americana sobre os ingleses, em Belo Horizonte. Lógico que este time é muito mais acostumado a soccer do que o de 1950. Então, foi uma zebrinha, só.
A zebra. Gana mereceu ganhar. Mas que goleiro!!!! Trabalhou sozinho o segundo tempo inteirinho. Devia estar exausto quando marcaram o segundo gol.

16.6.06


Até o advento do "novo" cinema argentino, eu, como brasileira típica, limitava minha simpatia aos argentinos que conhecia pessoalmente, devotando total desprezo ao Maradona e à arrogância dos hermanos. Mas ao ver a Argentina no buraco e ao encontrar com o universo de um belo país devastado pela inépcia governamental populista, que teve seus filhos torturados, mortos e/ou desaparecidos, aos poucos me encantei com aquele povo que, trinta anos atrás, era sinônimo de peruas maquiladíssimas, invadindo a Ilha de Santa Catarina todos os verões.
Depois de Norma Aleandro e Ricardo Darin me levarem em direção da sensibilidade daquelas terras, depois de ver muita coisa boa que eles puseram em tela (na literatura, claro, não havia o que contestar. Afinal, amo Cortazar e Sábato, respeito Borges), tive que admitir publicamente que admirava Maradona e condenei com veemência aquela punição draconiana por sua dependência de drogas.
Resta saber se eles continuarão brilhando na Copa. Por tudo que o país foi maltratado, eles até merecem. Agora, aturar não será fácil. Ficarão insuportáveis.

15.6.06

Bonitinho, mas ordinário


Não foi o o caso da Inglaterra, hoje, mas haja jogo que só tem gol nos minutos finais das partidas...

Momento mulherzinha

Depois de tanta foto de futebol, só a quintessência do ser mulherzinha: uma noiva!!
E aqui estou eu, recortada por Júlia, com minha fantasia de noiva, quase vinte anos atrás.
Não que eu fosse uma noiva dessas de carteirinha. O vestido era cópia de um modelo apropriado para madrinhas. Só decidi o feitio um mês antes do casamento e provei-o apenas uns dois dias antes da cerimônia.
Eu só queria um modelo dos anos 20 e acabei assim, com um colar de pérolas até os pés. Provavelmente era minha frustração por nunca haver saído de melindrosa no Carnaval. Acabei forjando um vestido vintage - palavra que ainda não havia entrado no jargão das ruas. Então, fiz um vestido de pontas, com um blusão de renda, que saiu mais barato do que meu ... sapato!!
Encontrei este site sensacional sobre moda e roupas vintage - linkado acima. E achei um modelo muito semelhante ao do meu vestido, com o detalhe de haver sido desenhado sessenta anos antes.
Só queria me casar outra vez com pompa e circunstância pra sair de melindrosa por aí. Porque de Scarlett O' Hara estilizada, como se usa hoje em dia, precisaria voltar aos 25 anos, claro!
Ah, importantíssimo: voltei a envergar o vestido de casamento em duas ou três ocasiões posteriores. Lendo Edith Wharton, descobri que isso era um costume da elite novaiorquina vitoriana. Para eu ser aristocrata só me falta a estirpe mesmo!

13.6.06

O bom menino

Banho Tcheco


Morro de pena de meu amigo americano, Tom Flannigan, conhecido como o yankee que não perde Copa do Mundo, mas, afinal de contas, sou mãe de quatro descendentes de tchecos!!!

12.6.06


Eu juro que torci por Angola, mas... tenho um fraco por este gajo...

10.6.06

No Valor, ontem

Quem entrar deve procurar, no mesmo caderno, a matéria de capa, assinada por meu irmão, Eduardo Graça. é um perfil maravilhoso sobre o Gay Talese.

Voltaire



O computador está quebrado, mas eu consigo escrever nele com alguma persistência.
O telefone da sala está quebrado, mas existe o do quarto.
Problemas hidráulicos fecharam um banheiro, porém há mais dois.
Filhos geograficamente distantes, ainda bem que tive quatro e dois literalmente estão ao lado.
A campainha quebrou, mas foi sempre assim mesmo.
Algumas contas são pagas, outras não.
É só trocar meu nome para Cândida, que tudo há de voltaire a ser bom!!!!

5.6.06

Detonados

Meu parâmetro para a chegada da velhice é o desinteresse em novidades musicais. Dá para viver perfeitamente com as milhares e milhares de canções populares que já conheço e registrei em 45 anos. Vez por outra me encanto com algum novo grupo, uma voz, uma batida. Só.
Jamais ouvi - e acredito que não darei atenção ainda hoje - os Detonautas. Não posso falar nada da qualidade musical deles, nem pretendo.
Posso falar de minha dor, como carioca, ao ver mais um homem juntando-se à relação diária de assassinados por motivo vil. Só não me digam que é sem motivo algum, por uma banalidade: tem motivo, sim, foi latrocínio. Este rapaz que jamais ouvi tocar tira do anonimato a lista de mortos nossos de cada dia. Era branco, de classe média, menino de família (estava com o irmão e a avó no carro). Baleada de raspão foi também uma senhora que aguardava um ônibus, com uma criança no colo.
Vai haver tristeza, choro, passeata. Mas a Copa do Mundo vai começar e só a família e os amigos de Rodrigo Netto sentirão falta dele. Lamentamos a perda de alguém para a violência e seguimos rezando para que não aconteça com um dos nossos. Como está sem sentido viver nesta cidade.
Vivi esses anos todos sem conhecer Rodrigo Netto. Também não conheci quatro homens, identidades não reveladas, cujos corpos foram encontrados hoje de manhã, dentro de um táxi no Centro. Detonados, como Rodrigo - um trocadilho triste, não irônico. Ao tomar conhecimento dessas cinco mortes, a única coisa que posso fazer é pranteá-las, imaginando suas mães, seus filhos, seus pais, irmãos, namoradas, mulheres, amigos. Não há passeata nem eleição que comova nossos administradores federais, estaduais e municipais a decretarem o início do fim desta guerra sem sentido, escrita apenas por perdedores, assistida por muitos com a mesma indiferença a que ontem experimentei ao ver as aventuras de Wolverine e Cia, em" X-Men 3". Pena que não possamos deixar nossos temores reservados ao que está na tela também.