30.5.06

Paroles, paroles, paroles


"Assisto" a um filme francês com Nathalie Baye e Patrick Bruel (que está a cara de meu primo Ademir). Como quase todo drama francês, qualquer ação é solene, seja comer um pedaço de bolo ou fazer a barba. "Assisto" porque estou escrevendo um free lancer enquanto o filme transcorre. E, como qualquer filme francês, exceto os mudos e os de Goddard, todo mundo fala o tempo todo. Solenemente, mas não há uma cena com personagem calado.
Adoro filmes franceses. Sempre que os vejo, me lembro das sábias palavras de meu amigo e guru Ivson Alves: "A razão de filme francês ser tão falado é que os franceses acham a língua deles tão bonita que querem ouvir o tempo todo". Pode até ser. Sorte nossa.
(Tá, o texto requeria uma foto de Patrick Bruel, que é até muito simpático e já foi supergracinha. Porém, o título remete à gravação de uma canção com Dalida e o homem mais lindo do mundo antigo).
O santo que falta em meu altar...

26.5.06

No Valor, hoje


Eu gosto de futebol. Não tanto de acompanhar partidas - o que me deixa muito nervosa, exceto quando são as peladas do Rock Gol - , mas principalmente do arrebatamento que o esporte provoca. Acho interessante como os homens se infantilizam diante do jogo e como são bonitas as cores dos times, as fotos dos lances, o júbilo que uma vitória nos traz.
Como alguém voltada mais para o intelecto e até pelo fato de ser mulher, futebol sempre foi algo o mais distante possível de mim, embora eu estivesse nas ruas numa certa madrugada, lá se vão bons vinte e tantos anos, para comemorar a vitória do Flamengo sobre o Liverpool e sua sagração como campeão do mundia de clubes. E não dá para se distanciar tanto assim do futebol vivendo no Brasil. Parece que foi o Alex Bellos, o jornalista inglês autor de "Football, the brazilian way of life", que se espantou ao descobrir que no Brasil mesmo quem não gosta do esporte "tem" um time de futebol. É quase como dizer sua naturalidade. Sou carioca e flamenguista, sou mineiro e atleticano, gaúcho e torcedor do Internacional, paulista e corinthiano. No livro, Bellos destaca que os serviços funerários brasileiros incluem, muitas vezes, coroas com o escudo dos times ou as bandeiras dos clubes. Eu pensava que isso acontecia em qualquer lugar, até porque só os ingleses usam cachecóis com as cores de seus times. Bem, cachecóis, aqui, só de São Paulo para baixo, e eu não sei se usaria um do Figueirense, em Florianópolis.
Em tempos pré-Copa, a gente vê o futebol e a arte!

Copa rompe o preconceito

Por Olga de Mello, para o Valor
26/05/2006


Imbatível como traço de união cultural, social, afetivo e familiar no Brasil, prática desportiva que mais empolga as multidões mundo afora, o futebol era um tema timidamente explorado pela arte brasileira. Com exceção honrosa das artes plásticas e de uma razoável quantidade de canções populares que mencionam o jogo ou endeusam atletas, o futebol estava fora dos campos artísticos, com uma presença discreta nas telas de cinema e quase inexpressiva na literatura. Porém, às vésperas da 18ª Copa do Mundo, quando milhões de espectadores acompanharão as jogadas nos gramados da Alemanha, um previsível número de livros novos ou reeditados sobre futebol chegou as livrarias. Entre ensaios, crônicas, contos e até novelas, a surpresa para os leitores é que muitos dos títulos são de ficção.

Divulgação "Futebol" (1936), obra pioneira do paulista Francisco Rebollo Gonsales, pintor que chegou a jogar bola no Corinthians e depois no Ypiranga, em São Paulo

A literatura sempre demonstrou alguma resistência aos esportes em geral. Se a crônica esportiva criou seus personagens, como o Sobrenatural de Almeida de Nelson Rodrigues, a ficção demorou a incorporá-los. Talvez por motivos diferentes dos alegados por Lima Barreto, que atacava violentamente a prática do esporte com uma xenofobia assumida, chegando a criar, em 1919, a "Liga contra o Football". Graciliano Ramos apostava que o jogo seria apenas um modismo passageiro. Ambos foram vencidos e, enquanto o futebol deixava de ser um esporte de elite para conquistar as classes populares, também arrebanhava uma legião de admiradores entre os intelectuais. Hoje, ao lado de ensaios sobre o esporte, histórias que têm sua trama centrada em jogadores de futebol já chegam às livrarias. É assim em "O Paraíso É bem Bacana", de André Sant'Anna, que conta a saga de um astro de futebol, e em "Vai na Bola, Glanderson!", de Hélio de la Peña, centrado na história de um menino suburbano, que pode vir a se tornar uma estrela do esporte.

Para Clara Arreguy, que acaba de lançar "Segunda Divisão", sobre as 24 horas que antecedem a final de um campeonato fictício de times pequenos, foi exatamente a popularização do futebol que o distanciou dos escritores. "A carência de produção cultural em torno do futebol é apenas preconceito contra o que se imagina como uma manifestação inferior", diz Clara, lembrando que passaram-se cerca de 60 anos desde a chegada do futebol ao Brasil para que ele merecesse estudos antropológicos. "Por isso demorou tanto até existir uma produção ficcional sobre o futebol, embora a cultura brasileira seja uma devedora do esporte."

Na introdução do recém-lançado "22 Contistas em Campo", o organizador Flávio Moreira da Costa diz que a ausência do futebol como tema na literatura brasileira poderia ser explicada porque o esporte seria uma expressão em si mesma, tanto no Brasil quanto em outros países: "E se o futebol é uma expressão em si mesma, toda outra expressão estaria condenada a se diluir. Como se fosse um discurso sobre o discurso, redundância, imagem enfraquecida". O escritor Sérgio Sant'Anna não se acanhou diante da imensidão da expressão futebolística, citando as estrelas dos gramados em contos, até criar um personagem que é jogador de futebol na novela "Miss Simpson" - cuja adaptação cinematográfica por Bruno Barreto, "Bossa Nova", rendeu cenas hilariantes sobre o aprendizado de palavrões em inglês. A dobradinha entre literatura e cinema está em "O Medo do Goleiro na Hora do Pênalti", novela do alemão Peter Handke, filmada por Wim Wenders. O protagonista é um ex-goleiro que comete um crime. Além do personagem, a novela tem um dos mais expressivos títulos na tradução de um sentimento diante da vida/esporte. Algo que também era mostrado pelo inglês Nick Hornby, em "Febre de Bola", coletânea de crônicas que relacionam o cotidiano ao amor pelo futebol, e que inspirou uma bem-sucedida adaptação cinematográfica.

No cinema nacional, o jogador de futebol teve destaque em raras produções. Em 1980, "Asa Branca - Um Sonho Brasileiro" falava da ascensão de um aspirante ao estrelato nos campos. Em 1984, o futebol é o pano de fundo para a tortura e as perseguições políticas em "Pra Frente, Brasil", de Roberto Farias. Numa época politicamente mais amena, o nostálgico "Boleiros - Era uma Vez o Futebol", de Ugo Giorgetti, levou um público de apenas 60 mil pessoas aos cinemas brasileiros, em 1998. Já "O Casamento de Romeu e Julieta", de Bruno Barreto, sobre o romance entre um casal que torce por times diferentes, foi visto por quase 1 milhão de espectadores.

Uma das teses para a pouca empolgação que a ficção sobre o futebol provoca nas telas é que as jogadas em campo parecem falsas, mesmo quando coordenadas pelo mestre John Huston, que se arriscou a filmar o esporte em "Fuga para a Vitória", que reunia os atores Michael Caine e Max von Sydow aos jogadores Pelé, Ardilles e Bobby Moore. Os craques interpretavam prisioneiros dos nazistas que vão se enfrentar num jogo armado para demonstrar a superioridade dos alemães. A luta de prisioneiros e seus guardas também está na comédia inglesa "Penalidade Máxima" (Barry Skolnick, 2001), que mostra um torneio dentro de uma penitenciária, com jogadas mais modestas, mas que também pecam pelo excesso coreográfico. "A Aposta" (Mick Davis, 1999), outra produção britânica sobre a disputa entre freqüentadores de dois pubs que demonstram maior empenho em se regalar de cerveja do que em correr atrás da bola, não apresenta um futebol brilhante, mas mostra o quanto o esporte está inserido no cotidiano do homem comum. Mas o enlevo despertado pelo futebol talvez tenha sido melhor representado em "A Copa" (Khyentse Norbu, 1999), produção do Butão, enfocando a epopéia de dois meninos que fazem de tudo para conseguir assistir aos jogos da Copa de 1998 dentro do monastério budista onde vivem.

É em outras telas que as manifestações e os conceitos representados pela paixão nacional vêm sendo retratadas há muito, ora com um olhar carinhoso sobre a infância disputando bolas em campinhos, como fizeram Portinari e Teruz, ora mostrando os lances profissionais baseados na própria experiência do artista quando jovem, caso de Francisco Rebolo, um ex-jogador de futebol. Djanira, Aldemir Martins e Rubens Gerchman são alguns dos artistas de renome que se debruçaram sobre torcidas e times para captar o impacto causado por jogadas coletivas e individuais.

O espaço privilegiado que o futebol ocupa na pintura também lhe é reservado na música popular brasileira, que o acolheu como tema, mesmo se fosse apenas para dar nome a uma canção instrumental. Em 1919, Pixinguinha e Benedito Lacerda lançavam o chorinho "1 a 0", que só ganhou letra, escrita por Nelson Ângelo, 74 anos depois, com licença das famílias dos compositores. A intimidade do futebol com a música talvez venha do casamento de seu pai oficial no Brasil, Charles Miller, com uma pianista, Antonieta Rudge, que, em viagens com o marido, costumava apresentar composições brasileiras.

Chico Buarque, um apaixonado torcedor do Fluminense, falava da alegria do homem comum com seu time em "Bom Tempo" ("Satisfeito, a alegria batendo no peito/ o radinho contando direito/ a vitória do meu tricolor/ vou que vou") ou comentava a situação do país em "Meu Caro Amigo" ("Aqui na terra estão jogando futebol/ tem muito samba, muito choro e rock'n'roll"). Já o rubro-negro Jorge Ben fazia a exaltação do atleta em "Fio Maravilha", um sucesso nacional que descrevia a atuação do jogador durante uma partida. O maior ídolo do Flamengo não foi esquecido por Jorge Ben Jor, que homenageou Zico em "Camisa 10 da Gávea". Hoje, o título de porta-vozes musicais do esporte ficou com os roqueiros do Skank, que exaltaram a "coisa linda" que "é uma partida de futebol".

25.5.06

Bairro de muita fé


O Apocalipse chegou a Botafogo!
Cratera no Humaitá e incêndio no supermercado Mundial...
É isso que dá ter tanta igreja naquele bairro.
Só na Rua da Matriz, que começa em frente à referida matriz do bairro, tem uma igreja adventista, duas evangélicas, um terreiro e um centro espírita.
Na São Clemente, um templo da Universal do Reino de Deus, uma Renascer Apostólica, uma nova presbiteriana, três católicas, duas ligadas a colégios (Santo Inácio e Nossa Senhora de Lourdes). Na Rua Humaitá, um casarão que já foi clínica e restaurante atualmente é um centro holístico, ou seja: jogam-se búzios, bota-se tarot, tem centro espírita, umbanda e cartomante.
Isso sem contar com mais, pelo menos, umas seis igrejas católicas, duas na rua, nada a ver com os colégios, uma anglicana (na Escola Britânica) e um sem número de centros espíritas distribuídos em tudo quanto é rua do bairro.
Assim, até Deus cansa e castiga!!!

24.5.06

  • Existem alguns lugares com clima igual ao do Rio de Janeiro desses dias. Recordo de dois ficcionais e uns reais. Os verdadeiros são Londres e aquelas ilhas geladas, que têm excelente produção cultural, talvez até pra compensar aquele tempinho desgraçado que enfrentam sempre. Os dois outros são Macondo, do Cem Anos de Solidão, e o planeta em que Obi Wan Kenobi vai buscar pistas do Anakin Skywalker, no segundo filme da série "Guerra nas Estrelas". Chovia tanto no set que dava pena dos dublês e dos atores. Uma das poucas coisas boas daquele filmeco.
  • Júlia deu um golpe na família inteira, forçando-nos a acolher provisoriamente uma gatinha muito mansinha que uma mulher ia jogando na rua. Tem uns quatro meses, é boazinha e linda. Mas não a quero, infelizmente, não tenho lugar para tanto bicho em casa. Por isso, apelo aos vinte habitués deste blog que recebam a bonitinha. Ela é uma graça, porém o abrigo São Francisco, como a Sol chama minha casa, está com sua capacidade esgotada. O plantel atualmente comporta três gatas (e a abrigada), uma tartaruga e cinco pássaros. Tá bom, né?
  • Desprovida momentaneamente de recursos para a manutenção dos confortos da vida moderna, aprendo a lidar com um computador defeituoso (apaga tanto que parece as usinas de Angra). Descobri há meses que existe vida sem telefone celular, embora não ter religado meu aparelho provoque imensa irritação nos conhecidos e amigos. Desde a entrada do celular em nossas vidas, a reação de quem telefona e não é atendido é sempre indignada. Não adianta dizer que o aparelho fora desligado porque começara a sessão de cinema ou porque o proprietário estava no banheiro. Já ouvi amigos dizendo que vão com o celular ao banheiro. Eu não levo celular ao banheiro, nem à praia. É uma questão de filosofia de vida. No banheiro, por razões lógicas, não quero ser interrompida. E praia com celular mata todo o conceito de esquecer o tempo e dolce far niente que o ambiente exige. Minha última privação é a TV a cabo, que só vou religar daqui a algumas pingadas de dinheiro. Na primeira noite sem os essenciais seriados da Warner e Sony, os episódios de séries infanto-juvenis indispensáveis para a formação de dogmas da sociedade de consumo norte-americana ou os fabulosos animés japoneses, nos reunimos (!) para assistir juntos ao "O Barato de Grace", no DVD. Pena que isso vá acabar antes do início da Copa...

21.5.06

São Sebastião, rogai por nós.

Durmo tarde desde criancinha. Meus filhos também são assim. Trocamos dias por madrugadas e chego à época da vida em que dormir é cada vez menos necessário. Sinal de velhice, embora velhos durmam muito, cochilem muito, como gatos.
Adormecer e acordar na madrugada, perder o sono, descompromissada com a manhã seguinte é uma delícia. Mas despertar por causa de bombardeio no morro - o que tem acontecido há alguns sábados, sabe-se lá por quê - só reforça a impressão que teima em negar a verdade: viver no Rio de Janeiro é cada vez mais uma falta de opção de recomeçar a existência em outras plagas. Detesto esta sensação de desencanto que o cotidiano carioca provoca, que a sobrevivência nesta Pátria nos traz. Minha terra, o que foi feito de ti?
Quando meu pai morreu, fomos enterrá-lo num dia ensolarado de junho, céu azul anil esgazeado, sem uma nuvem, temperatura agradável, depois de registrar o óbito no cartório ao lado do clube do Fluminense, o time que ele amava. Eu olhava pela janela do carro e me consolava, pensando que naquele momento, então, Papai estava a salvo de assaltos e da violência urbana. Isso foi há quinze anos. Quando minha mãe morreu, há quase cinco anos, meu alívio era por não precisar mais me angustiar com ela, tão desprotegida em meio a este caos. Isso é lá coisa que acalente a dor da separação?
Insisto tanto em persistir no meu canto e não tenho como lutar para mantê-lo livre de todo o mal.
Ajuda, São Sebastião, ajuda! E chame São Jorge, São Francisco, Ogum, Oxóssi também, Santa Clara pra clarear nossos caminhos, Vinícius de Moraes para inspirar amor em corações ressentidos, Rubem Braga, Fernando Sabino, CDA, gente de fora que amou esta cidade, Tom, que tanto cantou esse verde, esse sol, esse mar... Que um exército amoroso circunde a muy honrada e bela São Sebastião, que a inunde com carinho, com uma doçura que mate tanta corrupção, cobiça, ignorância e desesperança.

3h42m da manhã, insône desde as 2h32m, quando começou o bombardeio - durou uns 20 minutos, talvez.

19.5.06

Errata - Perdão, Zico!

Pesquisando sobre o inacreditável desenho "Supercampeões", descubro que a série foi produzida de 1983 a 1986, ou seja, bem antes de Zico ir para o Japão.
Parece que pretendia popularizar o futebol no País e não faturar mais ainda com ele.
Zico só foi para lá depois.
O Arenas tem, afinal, sua primeira errata

Hoje, no Valor

17.5.06

A culpa é do Zico San!!!!

Não há como negar a tremenda capacidade dos japoneses de incorporarem elementos de culturas estrangeiras como deles e, mais ainda, adaptarem sua filosofia de incentivo ao esforço pessoal como garantia do sucesso profissional ao pior subproduto cultural que eles criaram: o desenho animado com personagens de olhos redondos em constante estado de tensão e agressividade à espera de uma provocação qualquer para explodirem em lutas violentíssimas, sem qualquer motivo justo aparente, das quais sairão vitoriosos.
Esta análise social deste fenômeno da comunicação - ando trabalhando com o mundo acadêmico e já começo a ser contaminada pelo cinetifiquês - deve-se apenas a ter descoberto ontem o desenho animado Capitão Tsubasa, conhecido no Brasil como Supercampeões. Os personagens de olhos redondos são jogadores de futebol. Meu Virgílio em minha versão neon-pop da descida aos infernos do submundo cultural foi Hugo, que me resumiu trama e moral da história: os japoneses descobrem o futebol e vão jogar em diversos países mundo afora, onde todos os times são compostos por perebas e salvos pelos craques nipônicos de cair para a Segunda Divisão. Nos treinos, os sensacionais reis da bola japoneses são desafiados pelos melhores jogadores de cada time e ganham as contendas com jogadas geniais. Detalhe: antes de cada chute eles gritam o que farão, na melhor tradição de filme de lutas marciais. Em vez de "IUUUUHHH, golpe do dragão de olhos dourados", berram "Chute de trivela", o que deveria, inclusive, facilitar a defesa dos goleiros no momento de um pênalti, já que, sabedor do que terá de enfrentar, ele teria tempo de calcular a trajetória da bola e a finalização da jogada, estimando, naturalmente, a força do vento, gravidade etc.
Um dos bravos guerreiros nipônicos é contratado por um time brasileiro e vai morar em São Paulo. Uma São Paulo à beira-mar, que tem um estádio igualzinho ao Maracanã, praias e o Cristo Rendentor. A cidade é identificada na chegada do craque o aeroporto, mas o time, com cores e escudo semelhante ao Corinthians, tem nome inventado, assim como os clubes europeus em que outros jogadores japoneses vão brilhar. Ah, lógico, o técnico da seleção do Japão é um brasileiro chamado Roberto Rongo.
Tudo bem que os japoneses estejam animados com a Copa do Mundo, que eles se empolguem e até venham a mostrar belíssimas performances no gramado. Agora, transformar o futebol numa batalha entre samurais... E pensar que a culpado por isso é o Zico...

12.5.06

No "No Mínimo", hoje



Bem, o último parágrafo não é meu.
Nem alguns ajustes feitos no primeiro.
Depois de muitos anos, escrevo com tanta frieza que mereci o toque de um redator para dar uma certa comoção à matéria.
Mas no fim, acho que mostrou um pouco dessa mulher que há seis meses parecia ter mais de 60 anos.

2.5.06

Barrigadas cariocas

  • Cesar Maia não podia deixar a oportunidade passar em branco: está preocupado com a possibilidade de tumultos no Centro do Rio devido à greve de fome de Garotinho!
  • A Secretaria de Segurança informa: aumento de 21% nos assaltos a pedestres em abril, comparando com o mesmo mês de 2005. Ah, bom, ainda bem que não foi de março para abril. Uma das vítimas recentes foi meu filho, que chegou em casa se desculpando pelo atraso, mas é que fora assaltado e precisou pegar uma carona, já que o ladrão levou sua pequena fortuna, o dinherinho da passagem. O pior disso foi que nem me comovi ou me apavorei com o perigo que ele poderia ter corrido, mas considerei um fato corriqueiro. Só depois é que me dei conta disso.
  • Rosinha e os filhos foram visitar Garotinho na sede do PMDB, onde o mártir cumpre seu sacrifício. Ela, com feição entristecida, comovida com a atitude do Bolinha, que diz ter perdido 1,7 kg em 42 horas de greve de fome. Gente, esta dieta é maravilhosa! Me expliquem COMO um homem de 46 anos, gorducho, com metabolismo lento, consegue emagrecer TANTO em TÃO pouco tempo??? Essa dieta do PMDB Hills é sensacional!!!

1.5.06

O homem que avacalhou a greve de fome

Protestar usando o corpo já foi coisa séria. Ghandi fazia greve de fome. Irlandeses do IRA (não defendo o terrorismo jamais, que isto fique muito claro; mas o IRA tem uma causa importante, embora empregue métodos lamentáveis) também. Monges tibetanos ateavam fogo aos corpos. Kamikazes jogavam seus aviões sobre outras aeronaves em guerra.
Agora, Garotinho inventa greve de fome em protesto contra as notícias sobre estranhos depósitos de dinheiro público em ONGs ligadas aos seus.
Além de roubar o ímpeto factoidista de Cesar Maia, Anthony Matheus ainda desmoralizou a greve de fome.
Há quem diga que isso é apenas uma dieta relâmpago.
Outros, como eu, só acham uma maneira de aparecer nas páginas de jornais em ano eleitoral.
Tal atitude deveria ser passível de cassação política por falta de decoro.

Keith Quebra Coco

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