29.11.09

Inacreditável

Só agora me dei conta de que não ganhei nenhum exemplar de Leite Derramado como presente de aniversário. Não que eu quisesse. Mas como fashion books'victim que sou, só posso imaginar que Chico caiu de moda.
(Sim, eu já ganhei diversos exemplares de Olga, Divã, Budapeste e livros de auto-ajuda em tal quantidade que posso dizer tranqüilamente aos presenteadores que trocarei o mimo. Guardei uma das Olgas, claro. E no meio dos fashion books já faturei uns bons Garcia Marquez. Então, que eles continuem a vir!!!)

25.11.09

Entre a Loura e a Morena



Mas sempre única!

Hoje, dia do combate à violência contra a mulher, dia de Santa Catarina* e dos 16 anos desta bela moçoila de melenas furta-cor.

*Júlia passou quase 24 horas sem nome até que minha comadra, Danúzia, tomou a atitude de descobrir o santo do dia. Como estávamos na dúvida entre Júlia, Leila e Laura, ganhou a primeira, porque minha avó, a Júlia Mello original, era de Florianópolis, ilha de Santa Catarina. Nem sabia eu, até então, que a santa padroeira da cidade é a Catarina de Alexandria, a do dia da minha Júlia. Tinha que ser este mesmo o nome da minha guria.

Hora de mophar

Blogar é quase uma consequência da vida atual. Há blogs temáticos, jornalísticos, temáticos. Os blogs de crônicas e os que nascem acompanhando nosso crescimento pessoal em etapas ricas da vida, como a maternidade. Entre esses, destaco dois, que tratam da experiência de maternagem aliadas a outras paixões. A Luciana fala de literatura infantil e as reações que os livros provocam nos filhotes. Hoje, que tenho filhos entre 21 e 16 anos, dá uma saudade danada da época em que eu era uma fornecedora de novos interesses, de alegrias, de novidades.
Acabo de descobrir que Lysa também tem um blog, que trata de cinema sob sua ótica, e das descobertas do Matteo - e as dela também. Um desses encontros foi com os Power Rangers, telesérie que me acompanhou por uns bons sete anos na vida. Quando assisti a primeira vez, não acreditei que aquele pastiche tosco de seriados japoneses teria sucesso. Enredo pavoroso, diálogos atrozes e... eu estava tão errada como na época em que me deparei com um programa mexicano que no Peru, aonde eu estava, era conhecido como Federico. Imaginava que aquela droga jamais se espalharia no Brasil. Anos depois, soube que Federico tornara-se Chaves em Pindorama.
Além de nada entender de audiência televisiva, fui obrigada, como quase todas as mães, a aceitar a presença delas entre nós. Os ridículos Power Rangers estavam entre os temas mais repetidos nas festas de aniversário. Incontáveis bonequinhos comprados em camelôs substituíam os que se quebravam, alternando-se como o elenco da interminável série, que atualmente é cultuada pelos que vêem sentidos maiores que os comerciais nesses enlatados.
Agora que meus filhos são maiores que eu (em estatura, beleza e possibilidades), os Power Rangers entram no mundo do Matteo e da Lysa. Até que duram bastante nessa sociedade do efêmero.




As fotos são do Natal de 94 em Rio das Ostras, com todos ainda deliciosamente mínimos, de um a 10 anos. Nas mãos dos meninos, os rangers e uns tais Cybercops, cuja existência já esqueci, mas que foram lembrados por meu consultor, Hugo.

22.11.09

Do outro lado do vidro

Sempre disse que ser repórter era conhecer luxo e penúria, por vezes, no mesmo dia. Sexta-feira, eu colhia os louros de uma entrevista com o Gustavo Franco sobre seu Shakespeare e a Economia , publicada no Valor Econômico ; sábado, fui para o Império Serrano, em Madureira, cobrir uma promoção do Tamoio Notícias, o tabloide popular para o qual também escrevo.
Graças ao Tamoio, volto a testemunhar o equilíbrio das relações sociais de uma cidade em que os contrastes tentam se camuflar, mas só se acentuam em diferentes campos. O lazer é o que mais nos surpreende. Não que eu jamais tenha frequentado sambas na ZNorte. Quando criança, era comum ir ao Maxwell, à Vila, à Mangueira. Quem organizava as caravanas era o Waldinar Ranulpho, que trabalhava na Última Hora onde papai era redator. Meu padrinho, João Ribeiro, era o motorista dessas incursões. Invariavalmente, perdíamos uma hora e meia na viagem, devido à falta de familiaridade de João com os caminhos.
Nas escolas de samba e nas rodas, éramos tratados como aristocratas graciosamente visitando o campesinato. Waldinar só nos chamava quando havia alguma homenagem à imprensa. Uma adorável figura, reverenciada pelos sambistas e macumbeiros, adorava carregar os mauricinhos da ZSul para seu habitat.
Adolescente, eu bem que tentava manter alguma dignidade ao lado de meus pais e padrinhos que partiam para a pista, dançando e sambando sem a menor compostura. Depois de fazer pose e armar carranca por uma meia hora, eu me rendia ao samba e caia na folia, sem ligar se dançava bem ou não. O que valia era ser contagiada pela animação que desafiava o calor e o cansaço.
Trinta e alguns anos depois, preparada para morrer de calor na quadra da Império Serrano,surpreendo-me com a alegria que a maturidade nos fornece. Quando repórter jovem, pouco me divertia nos plantões de domingo, correndo os subúrbios para cobrir a vida dos outros. Hoje, observo essa vida alheia como um aquário no qual gostaria de mergulhar, mas que devo respeitar, para não poluir com minha inadequação o ambiente que surge exuberante do outro lado do vidro.
O encantador nesse povo que dança entusiasmado é que eles não têm qualquer pudor nem tempo para reparar nos defeitos alheios. Estão na quadra para se divertir, para encontrar os amigos, brincar, namorar, viver paixões. As jovens passistas não são mais cabrochas. São lindas e desempenham papéis, entre eles o de enfeitiçar o público. Quase todos têm samba no pé, incluindo senhores de cabeças brancas, elegantes, que puxam qualquer dama para volteios como se estivessem em salões de baile. Há os homens de meia-idade que envergam camisas com inacreditáveis estampas. E os poderosos, de profissões não reveladas, com roupas de linho, cercados por belas ex-passistas. Na cozinha, as "tias" dançam enquanto servem quem foi ao samba para comer feijoada. A sede só é aplacada com cerveja. Moços e velhos sacam de bolsos ou bolsas acessórios preciosos para enfrentar o calor: toalhinhas de mãos, com as quais escondem as evidências da transpiração, leques ou ventarolas, uma tentativa de suportar o ar pesado e sufocante.
Em nosso camarote, mimados como celebridades, dançamos timidamente enquanto a quadra já recebe mais de mil pessoas, que pulam sem se importar com a temperatura que aumenta, vibrando com sambas de outras escolas. O que vale é viver e se integrar.
Então, a gente volta à vida real, tranquila, bem-comportada, no ar-condicionado. Deste lado do vidro.

18.11.09

Do you think I'm sexy?




Tudo bem que os homens mais sexies da People estão sempre acima dos 30 anos...
Tudo bem que Johnny Depp é uma unanimidade em termos de beleza, charme, talento...

... mas que aquele jovem vampiro está bem no quesito, ah, está!

15.11.09

Reciclando


Sou antenadérrima com o desenvolvimento sustentável desde criancinha. Meus pais eram ambientalistas antes disso virar moda: só compravam produtos biodegradáveis, separavam lixo orgânico do reciclável, reaproveitavam tudo o que fosse possível. O que me tornou uma culpada pela própria natureza e alguém extremamente apegada a tudo quanto é tranqueira que entra em minha casa.
Adoro banhos longos e ainda sou capaz de permanecer meia hora sob o chuveiro, culpada por desperdiçar a água do planeta. Já melhorei, fechando torneiras ao ensaboar louças ou escovar dentes. Máquina de lavar cheia sempre foi uma rotina, já que o número de habitantes nesta maloca supera qualquer recomendação ambiental da atualidade. Assim como passar roupa. Sempre lidamos com montanhas de peças semanais.
Esta imensa divagação (quem mandou vocês me enviarem mensagens tão doces sobre meus posts) surgiu a partir de uma visita à Paçoca , que fala em sacolinhas recicláveis nos supermercados. Como mulher do século passado, recordo-me bem das sacolas de trazer compras do mercado ou dos mercadinhos com sacos imensos de grãos nas entradas.
Quando saí da casa dos meus pais, comprei carrinho de feira, uma maravilhosa escada que acaba de completar 23 anos e passou à categoria de porta-plantas (olha a tranqueira que não vai pro lixo), e duas sacolas de compras, de material sintético. Em criança, ia à feira com Maria ou Mamãe, sempre carregando sacolas de pano e o carrinho - que também serviam para trazer garrafas de cerveja do supermercado em dias de festa.
As sacolas de Mamãe sumiram na História. As minhas se transformaram numa única, que aos poucos ganhou companhia de imensas sacas de lona ou material mais resistente, brindes de seminários ou das editoras. Serviam para ir à praia e, eventualmente, até para carregar compras. Elas começaram a frequentar supermercado quando percebi que precisava de um período de adaptação antes que as sacolinhas plásticas fossem banidas por lei. As empacotadoras olham meio com cara feia.
No passado, essas moças conseguiam armazenar 48 produtos em duas precárias sacolas plásticas. Agora que elas estão com os dias contados, botam três artigos em diversas sacolas duplas. Os fabricantes estão desesperados para soltar fora a produção. Deveriam era começar a desenvolver material que fosse absorvido pelo ambiente sem causar danos.
Tudo é adaptação. E eu, mais que levar sacolas duráveis às compras, começo a abandonar meu arraigado hábito de dobrar sacos plásticos em pequenos triângulos. Preciso urgentemente substituir meu TOC por outra compulsão.

14.11.09

À procura de Eric


Ando sentindo um esgotamento nos blogueiros.
Não só eu.
Mas muita gente. Jôka, Alexandre também.
Anda quente. Eu, por minha vez, só consigo trabalhar. Muito.
Mas vez por outra, compartilho algo com meus 13 leitores fiéis.
Como ver ""À procura de Eric, em que um carteiro deprimido, que cuida da família com o desespero e o desvelo de bons pais, busca apoio para as armadilhas da rotina no ex-craque Eric Cantona, um dos produtores e estrelas deste delicioso filme de Ken Loach.
As histórias de Loach sempre têm muita fala, muito carinho pelos oprimidos, muito alento para a desesperança. Este, poético e fantasioso como A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, que também apresentava o objeto de admiração alavancando vidas pequenas, mostra também a irmandade masculina, um universo que cada vez mais o cinema explora com sensibilidade. O futebol é só um elemento catalisador para a amizade profunda de homens simples, que reverenciam ídolos sem deixar as responsabilidades de lado.
Um encanto de história, num filme de senhores para os eternos meninos que crescem com doçura no coração.
(Sim, havia pouquíssimas mulheres no cinema. O filme tem lindos gols, jogadas maravilhosas de futebol. Mas mulher alguma precisa fingir que adora o belo esporte. É só dizer que foi assistir a um filme de Ken Loach).

11.11.09



Tenho um filho maior de idade...

No escurinho




Na província de Botafogo, mais especificamente em metade do meu quarteirão, cai a luz com alguma freqüência. Então, quando ontem, por volta de 18h30m, acabou a eletricidade, nem pestanejei. Fui pro cinema.
Acabou a sessão de Fados, voltei pra casa de táxi, para pegar outro casaco e trocar de sapato, já que a energia não voltara mesmo em meu combalido lar. Retornei ao cinema, Che entrou na Bolívia para tentar fazer guerrilha e ... fim de iluminação na cidade toda.
Outro táxi, mais notícias da escuridão, em casa, comemorando os 21 anos de meu primogênito, que me dava notícias das trevas lá do Planalto Central.
Claro que a luz só voltou às 7h30m em meus domínios.
Hoje, compro um lampião.

9.11.09

E o Caetano, hein?

Falou mal do Lula, criticou Woody Allen e ainda ganhou um Grammy Latino.
Ou seja, não precisava ser lembrado só como polemizador.

5.11.09

Ah, Oprah...

Minha cidade é linda, é esburacada, é violenta, é quente, é feia também.
Mas por que raios o Rio de Janeiro desperta TANTA ira nos que aqui não vivem?
Não bastasse à ridícula disputa Rio-São Paulo, dar satisfações à Oprah sobre pagamento de pedágio em favela já chega às raias do patético.
Certamente, para quem está acostumado a invadir países, pode parecer estranhíssimo que existam outras formas de dominação fora de seu próprio rincão.
Imagina se uma equipe de jornalismo tentasse mostrar os contrastes existentes em Chicago, uma cidade notoriamente conhecida por surtos de violência? Se alguém além do Michael Moore fizesse um filme sobre o sistema de saúde norte-americano, mais excludente que o SUS?
Haja dor de cotovelo porque não vai sediar Olimpíada...

O Garoto da Capa



Chega às livrarias O Campeonato, de Flávio Carneiro. Na capa, posando como o protagonista, está meu filhote Hugo, que não pretende iniciar uma carreira de modelo e manequim.
Além de Hugo na capa, o conteúdo do volume é muito bom.