24.9.12

Emmy 2012


Foi uma festa coloridíssima e de moda pouco ousada, quase austera. Geralmente, as premiações de Hollywood são bem menos atrevidas em criatividade de figurinos do que as da música pop, em que os astros se esmeram na procura de apresentar a roupa mais pavorosa que alguém possa envergar. A entrega do Emmy foi uma das mais chatas de todos os tempos, com um apresentador pra lá de sem graça e uns modelitos tão sem imaginação que eu senti muita falta mesmo da Helena Bonham-Carter. Mas sempre houve atrocidades, algumas delas listadas abaixo.

Como o destaque da noite foi a paleta de cores, elas servem de divisória para meus comentários, fashionista que não sou. Igual aos anos anteriores, contei com o inestimável apoio e as observações de minha amiga Sol, que estranhou, de cara, a classificação enlouquecida de Heidi Klum de que a cor de seu esvoaçante vestidinho verde-água (que na impressão parece azul-bebê) era Sea Foam - Espuma do Mar. Espuma de mar, pelo menos aqui no Rio, é branca. E um sutiãzinho pegava bem...





Uma variação da espuma do mar, dentro da daltonia Klum, foi o vestidinho de sereia de Sofia Vergara, fazendo a linha J-Lo não pôde vir.  






Ainda no mesmo tom, mas com um ar mais primaveril-poltrona, Juliana Margolis.



O que imediatamente remonta a um dos mais pavorosos vestidos da noite, da Elizabeth Moss do Mad Men, uma das amalucadas que nunca falham, sempre buscando o inusitado, o bizarro. Também foi na linha decoração de interiores. A padronagem é de papel de parede para norte-americanos. Ou almofada. Detalhe: a bolsinha. Sem contar o modelo, que não fica bem em ninguém mesmo. Nem em artista de cinema.


Ainda no reino encantado da estamparia de cortinas, surgiu a roupa da princesinha Branca de Neve/Ginnifer Goodwin, cabelinho curtinho, arrumadinho, vestidinho mais curto na frente pra ficar bem esquisitinho. Com um cinto para marcar bem e um sapato de biqueira em couro e plástico transparente, para mostrar os artelhos. 



Entramos então nos tons avermelhados, cor que, geralmente, combina com todos os tons de pele. Alguns modelitos da noite, no entanto, eram inadequados às dimensões de quem os envergava como a mulher de peito abaixo, concorrente séria ao Troféu Jayne Mansfield. .


A moça abaixo eu não conheço. Mas o vestido, sim. Ficou lá no fim da década de 70, nos embalos de sábado à noite. Para combinar tanto desalento, cabelos completamente revoltos, no melhor estilo Woodstock. Totalmente vintage. E, claro, sapatos dourados.


E então, em coral, surge a veterana Jessica Lange, que já passou da fase em que não se deve mais exibir braços em público. Manguinhas, senhora, mesmo que sejam em filó, transparentes, ajudam a esconder as marcas desagradáveis da idade.



E aí chega a moça abaixo, que, eu não sabia, é um gênio, igual à personagem que ela interpreta em The Big Bang Theory. Adorei a cor, mas o modelo poderia ser menos baile de formatura da década de 80.


É, Jena Malone, eu também estaria emburrada se alguém me fantasiasse de coro greco-romano...


Já Julia Louis-Dreyfuss, que mal conseguia se locomover com o vestido cuja cauda se prendeu no palco quando foi receber seu prêmio, não estava nem aí. Na frente, até que tudo ia bem. Atrás, além de aumentar o derrière, apertava os joelhos e impedia longas passadas.

Tina Fey lembrando um balcão de teatro de ópera - qualquer um.


E Ashley Judd, sereia rosada, revigorando o penteado bolo de noiva, mostrando suas raízes na country music.

Kelly Osbourne também honrou a deselegância discreta de sua dinastia, combinando o tom lilás do vestido com o do cabelo - ou seria o contrário?


Como a concorrência estava fraca, o modelito mais pavoroso da noite foi este. Indesculpável. Olha a tristeza da Emilia Clarke.


A absoluta  Rainha do Botox, Nicole Kidman, etérea, altíssima, branquinha, em momento portelense homenageando She-Ra, a irmã de He-Man, com lacinhos no sapato. Melhor fez a Rita Wilson, madame Tom Hanks, num pretinho básico, continua recorrendo ao melhor cirurgião plástico de Beverly Hills, provavelmente o mesmo que fez parar o tempo no rosto de Susan Sarandon.






E aí vêm os azuizinhos. Tudo tão feminino, tão vestidinho de formatura, tão desmilinguido ...


.... tão esvoaçante, né, Zooey Deschanel? 


... tão amedrontador...



... ou tão encantador quanto este sari estilizado sobre o dourado!




Amarelo é minha cor favorita. Em pinturas. Tem que ser muito linda mesmo para se enfiar num vestido-guardanapo e ainda ficar bem como a Kelly Cuoco ou a grávida Claire Daines.



A maravilhosa Julianne Moore também aderiu ao tom de limão siciliano, num modelo pra lá de sem-graça.

Nada que se comparasse ao verde de irremediável neon de Julie Bowen.



Deu mais ou menos tudo errado no diáfano modelito de Emily VanCamp. A transparência ficou estranha, a cor pegou mal e a pulseira de brilhantes em forma de laçarote é atroz. O que vale é que a moça é uma gracinha, né?





O tom do traje de Emily Vancamp era parecido com o do apavorante macacão de Portia de Rossi, que, inexplicavelmente, enfeiou, enquanto Ellen de Generes fica a cada dia mais jovial.



Christina Hendriks, de Mad Men, jamaism me decepciona. Até que para os padrões dela, estava discreta. E, como sempre, vencedora incontestável do troféu Jayne Mansfield.


Finalista da categoria noiva gótica, Kate Mara perdeu...


... para Kristin Wigg, que conseguiu trajar algo feio, desconjuntado, medonho mesmo.





Também não gostei da Elegia ao Robocop, título da fantasia de Lucy Liu.









A combinação de preto e branco sempre dá certo? Não no trágico caso acima. O detalhe da transparência abaixo dos joelhos é pior do que a armadura de esgrimista para os seios.





 Eu, se fosse a Melissa McCarthy, pedia o telefone do costureiro da Kathy Bates, que sempre foi gorda e consegue se apresentar numa festa com uma roupa mais descontraída do que a da atriz mais jovem. Por que essa obsessão em marcar cintura de gordo? 



O prêmio Johnny Depp de mais mal ajambrado foi para Jeremy Davies. Não apenas pelo paletó curtinho e os sapatos marrons, mas, principalmente, pelos cabelos raspados em pontos da cabeça. Segundo Sol, é a composição do personagem que ele faz atualmente na TV. Custava botar um chapéu?









22.9.12

Direto do canteiro - a reabertura!

Tô tão besta...
Não me canso de admirar a parede da varanda. Depois de um longuíssimo intervalo, recomecei a pintura em casa. Desta vez, uma equipe de amadores encarou rolos, pincéis e tintas para retomar a restauração da toca. Eu, Oto e Hugo demos a primeira demão na parede. Falta ainda muita coisa, mas vamos fazer aos poucos mesmo.
Engraçado que deu certo, embora eu achasse que não sairia direitinho, não.
Mas saiu. Cansa um pouquinho, a gente fica todo pintado, não houve qualquer laivo de brincadeirinha de filme americano com um jogando tinta no outro.
Me encheu de orgulho. E vou ficar com braços torneadíssimos.
Adoro a autonomia.

A equipe de pintura!!!!

13.9.12

Vida que segue

O intervalo da obra vai ser maior do que eu pensava.
A falta de recursos imediatos me obriga a planejar a recapitalização para retomar a pintura, provavelmente, depois da chegada da primavera.
O inferno astral começou dos bons, mas deu uma aquietada, felizmente. Dias de muito trabalho, de algum cansaço e muito movimento de gente moça festejando a vida em casa.  Eu era assim como meus filhos, festeira, sempre pronta a reunir os amigos.
Não dá pra reclamar, não.