22.9.15

Emmy 2015

O Emmy já passou, embolado com o Rock in Rio. Todo mundo já sabe do resultado, mas não do concurso de fantasias, que, desta vez, até foi bem ameno. Fora as chiques de sempre, foi uma profusão de vestidos rosados. Alguns deram certo. Outros, não. E sempre teve quem fez de tudo um pouquinho pra aparecer. Então vamos lá.

Na preguiça de ficar correndo atrás de modelos, essas decidiram por práticos paletós sem gravata. E ficaram muito bem.




Mas, no caso abaixo, deu tudo errado. A roteirista Jill Solaway não só ganhou o Emmy, como também o troféu de Pior Pijama e Pior composição com calçado. Usar Cavalo de Aço em noite de gala deveria ser incluído nas lista de crimes contra a humanidade.



Antídoto visual contra o susto: Nikolaj Coster-Waldau. 


Hors-concours em qualquer categoria das disputas por bizarrice, Alan Cumming até foi bem discreto na instalação James Bond visita Charles Chaplin.


Em rosa, houve de tudo, em tons e modelos. 


 A  festa de formatura...


A montagem art nouveau, um equívoco em excesso de tecidos e cortes ...


Christina Baransky, ousada, se arriscando a um tremendo tropeção com essa moda de pisar na barra do vestido.


 O vestido "saí do banho e amarrei uma toalha", sempre um clássico.


Sabe o avental da aula de artes? Pois é, manchou. 


Se o tecido é bom, não sei, mas que parece o mais ordinário cetinzinho neste modelito festa do interior/Cher e Gal vão à Campina Grande.

 Só uma grande atriz pode pegar a cortina do chuveiro da tia-avó solteirona e fingir que está feliz por transformá-la em vestido. E o modelito pode ser copiado em diversas cores, tudo para combinar com a louça do banheiro.


Não, não é um camafeu gigante, não. É aquela moldura que a gente usa pra esticar bordado ou tapeçaria. Sem dúvida um dos mais horrorosos vestidos da noite, com uma diversidade de tecidos e feitios impressionantes.

Não bastasse o tecido de bolsa de perua do Hemisfério Norte, a Linda Rosa Juvenil inovou com as pluminhas sobre as sandálias, uma releitura do chinelinho sexy de saltinho baixo. 

Antídoto visual contra o susto: Adrian Brody. 


A confusão visual deste pavor florido de Anna Chlumsky me fez esquecer que ela também quis vestir rosa, bem esmaecidinho, mas ainda assim, róseo. 


Os grafismos podem deixar quem vê de longe completamente tonto ...


... ou apenas confuso com a padronagem no estilo anos 30. 



Os estilistas gordofóbicos não fazem nada para ajudar as atrizes gordas. 


Para a bandeira do Brasil, este vestido só não tinha a cor verde. E ele abria inteiro, ficava esvoaçante. Apavorante.
 Transparência e calça-short: duas maldades que fizeram contra a moça.


A rubro-negra acima deu uma sorte danada: o costureiro gosta de mulheres e permitiu que ela vestisse algo para qualquer pessoa. É só fazer o número maior, ora essa. Deu certo.


Rendão, pétalas, olha só que beleza! E o cinto, claro. Não podia cair pior, não?


A vencedora da categoria Até as Divas Erram, Kathy Bates, com uma saia feita a partir da cortina de um cabaré da Praça Mauá.  La Bates gosta de uma reciclagem.


Kerry Washington, metaleira, uma reinvenção de Courrèges ou Paco Rabanne.


Como é muito lindo, bom conferir o derriére também.




Não basta ser metaleira, há que ser sereia. Título que fica, como sempre, com Sofia Vergara, que serve de alívio visual também...


A maravilhosa Regina King foi de cantora de blues dos anos 30. Mas o vestido serve também para o título de Bonequinha de Porcelana da noite.

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Tem strass, tem plumas, tem transparência, tem pintinhas. O pesadelo em branco fez de Gina Rodrigues  a melhor Noiva Caipira na Festa de Iemanjá.


Um problema que Morena Baccarin não teve foi o de escolher roupa. Escolheu uma camisolinha no catálogo da De Millus pra aparecer no Emmy. 


Já Laura Prepon, nesta fase de cabelos negros, foi de praga escarlate, harmonizando rabo de sereia com bolerinho-armadura dos figurinos de filmes de fantasia. Mas o pior ainda estava por vir. 

  
Toda a alegria da moça não ameniza a tristeza que é essa fantasia de Minnie Mouse para daltônicos. 


Nada justifica o traje  A Pele que eu não Habito


Uma novidade na categoria Free Willy: transparência em cor de pele, o que pode ser também uma releitura do calçadão de Copacabana.


E quanto tudo parece que não pode ser pior, surge alguém vestida de sobras do papel de parede do quarto da avó. 

Antídoto visual urgente: Pablo Schreiber. 


Mas aí, quem vem rir na cara do próprio cunhado é Naomi Watts, casada com Liev Schreiber, irmão do Pablo. Naomi entrou numa fase de vestir haute couture bem esquisita. Este vestido já era estranho na frente, mas tinha uma outra estamparia atrás. Parece mostruário da Imperatriz das Sedas. 



O Emmy 2015 também apresentou uma nova categoria em trajes de gala: o vestido toalha de mesa pra bolo de aniversário. Saias curtas superpostas com cauda, blusa transparentes... Um pesadelo que se compõe gradualmente. 

Uma graça de menina, uma desgraça de estampa de papel de paredes, outro horror curto na frente, comprido atrás. 

 Um novo olhar para a roupa Estofado de Poltrona. A estampa talvez seja mais adequada a almofadas. Uma tendência que veio para ficar. 



Heidi Klum consegue sempre se superar em matéria de roupa feia. Desta vez tem transparência, tem florzinhas, tem babados. Uma explosão amarelada, que piorava quando ela se movimentava. Conquistou os troféus Garota Dourada e Chamei o que vi de mau gosto, mau gosto, mau gosto.


Ela tentou entrar no Garota Dourada, mas não conseguiu nem um prêmio Elói Machado de Originalidade Feminina. Túnica balonê ou vestido? A dúvida confundiu o júri, que desclassificou a concorrente.

Antídoto contra o susto: Jon Hamm (e vem coisa ruim por aí ainda).


Há pretinhos básicos e os absolutamente imperdoáveis. A categoria Noivas de Drácula foi muito concorrida. 







Frances McDormand foi de Viúva Siciliana, de cara lavada e cabelos presos com elástico. E ainda tinha rendão nos braços e na saia. Vitoriosa como Mulher Rendeira e Mama da Máfia. Na foto, com os troféus. 



Em compensação, Jaime Lee Curtis recuperou o bom nome do pretinho básico, naquela comprovação de que menos é realmente mais. 


E Viola Davis, a primeira atriz negra a ganhar um Emmy na categoria principal, com um branquinho cheio de folhinhas, bonito que só!


Até que não foi tão assustador assim...