29.4.11

It's showtime, folks!

Como qualquer mortal, acordei cedo para acompanhar o show daquela família parasitária, feiosa e cheia de desdém pela plebe rude, mas que, vez por outra, providencia uma apresentação pública que os garanta na vida mansa - e chata - que levam. Sem grandes explosões de alegria, cumprindo horário britânico, uma cerimônia convenientemente curta e muita gente usando roupas e chapéus estranhíssimos.



Como o melhor de cerimônia de casamento é reparar nas roupas dos convidados, a gente começa de trás pra frente, com o beijinho protocolar dos noivos.


A irmã da noiva, que inovou vestindo branco - num modelito simplesinho e que será copiado agora por todas as madrinhas em casamentos. Mas parecia vestidinho de noiva também. Função da moça: carregar cauda da irmã - e, segundo os especialistas que pontificavam na TV, por isso usou branco, para se "confundir" com o vestido.

A noiva fez a própria maquiagem. Se usasse um profissional, quem sabe, pareceria menos enrugadinha?
A mulher do vice-primeiro-ministro tem um sobrenome espanhol e caprichou no modelito de dançarina de flamenco estilizada.


Charles, o príncipe herdeiro, paramentadíssimo, e a mulher, a polêmica Camilla Parker-Bowles, de casaquinho evasê.
As Mums - a da noiva, a Rainha Elizabeth e Camilla. O que a Rainha carrega naquela bolsinha?
Os príncipes William e Harry, envergando os uniformes murais de medalhinhas.
A mulher do premier britânico, que rompeu com o protocolo e foi sem chapéu.

O espetacular chapéu grafite de Zara Phillips, neta da rainha, inspiração para Lady Gaga.



A moça bonita que não identifiquei.
As daminhas e os pagens, tudo com sobrenomes aristrocratas.
Pra ver que a aristocracia também pode ter um jeitinho de povão: a princesa do Liechtenstein podia ser bem convidada para um casamentinho de um subúrbio brasileiro.

A festa dos chapéus.
A rainha Sofia, da Espanha, com o filho e a nora.

Novamente, a moça bonita e Lady Zara.

Outras convidadas, de um azul profundo e lilás rosáceo.

O alegre David Beckham e sua sempre emburrada mulher.

Acabei de descobrir que a Rainha da Dinamarca, Beatrice, já havia usado o chapeuzinho azul no batizado de seus netos!!!! A nobreza anda pobrinha, né? Na foto ao lado, a mulher do filho mais moço da Rainha da Inglaterra, acho que é Sophie.

Camilla, em detalhe. O chapéu da Rainha é igualzinho ao meu bolo de aniversário de 17 anos, sobre o qual joguei rosas amarelas.
A popozuda princesa sueca. Não fosse filha de brasileira...
A princesa Anne. Um jardim violáceo.

Indiscutivelmente, a mais pavorosa dupla de todo o show. As irmãs Beatrice e Eugenie conseguiram a unanimidade em termos de trajes típicos de casamento inglês. Não foram poucos os que as associaram às irmãs más de Cinderella.


O príncipe Albert, do Mônaco, e a noiva.


Novamente, a sra vice-premier.
Elton John e David Furnish, porque a realeza é pop.
A noiva, o pai e a segura-cauda.
Sem tanta badalação, com um véu bem mais ousado do que o da noiva do neto, Elizabeth e o príncipe Phillip, no milênio passado.

A mais linda das princesas, com o modelito que inspirou o vestido de Kate.

Um momento menos solene de Grace Kelly e Rainier do Mônaco.
Elizabeth, com um vestidinho cheio de bordadinhos e um buquê exuberante.

26.4.11

À toa

O desenho animado de Batman apresenta Tio Sam como personagem que alimenta sua força do patriotismo dos norte-americanos. Quando eu estava na faculdade, o livro da moda era "Para ler o Pato Donald", que mostrava a Disney enquanto porta-voz do imperialismo. Houve época em que todos os inimigos dos super-heróis da TV eram morenos com feições latinas. Agora, devem ser árabes, perigosos a ponto de convocarem o Tio Sam para auxiliar Batman, Robin, os Titãs e a Liga da Justiça. Está na hora de sair um "Para VER o Pato Donald".

15.4.11

Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder.
(Torquato Neto)

7.4.11

O horror, o horror

Não dá pra explicar, não dá pra pensar, nem pra falar direito sobre a morte de tantas meninas e de um menino (até agora) por um franco-atirador louco numa escola de Realengo.
A chacina nos dilacera porque é fruto da mente de um doente que teve facilidade, é provável, de comprar armamento e de mirar nas crianças antes de se matar.
Acho que é um bom momento pra gente se indignar contra as 'balas perdidas' disparadas em tiroteios entre bandidos e policiais, que sempre encontram vítimas inocentes.
Não é culpa do Rio, não é culpa do Estado, das autoridades, da falta de parâmetros morais ou religiosos de outrora.
É simplesmente inexplicável, besta, estúpido.

5.4.11

Eles também namoraram...

É difícil acreditar que pai e mãe foram jovens, que pai e mãe se apaixonaram, namoraram, casaram e (irch!!!) produziram a gente da forma mais tradicional que existe, antes desta era científica em que a concepção dispensa a inteiração corpórea (daqui a pouco vai surgir uma seita religiosa pregando a fertilização in vitro como forma mais recomendável de reprodução: além de "higiênica", evita o pecado da luxúria).

Remexendo nos álbuns de família, encontrei alguns momentos de meus pais enquanto amigos/namorados. Uma das que mais gosto é a deles caminhando na calçada do Museu de Belas Artes, ao lado de minha futura madrinha de crisma (é meio complicado ter madrinha de crisma sem ser crismada, mas eu a chamo de Dinda desde criança, embora permaneça dessacramentada). Acho que a foto é de 1954.


O mesmo trio está na agência de publicidade em que se conheceram e trabalharam, algum tempo depois. Meu pai olha na direção de minha mãe. Minha Dinda está de vestido estampado. Atrás de Mamãe está seu Moura, amigo de todas as horas, que também virou meio que parente.
Nas areias de Copacabana, no Posto 6, meu pai continuava de olho em minha mãe. Acho que esta foto é de 1956. Infelizmente, nenhum dos dois está aqui mais para identificar os amigos ao lado deles.



Às vezes, eles eram solenes e sérios, ao lado de meu tio que viera de Florianópolis conhecer o Rio.



Talvez meditassem sobre as críticas de minha avó materna ao namoro dos dois (ela também dava seus bordejos pelo Centro, ou melhor, pela Cidade, como se dizia então. Não sei se é na mesma calçada do MNBA ou se ela está pelo lado da Biblioteca Nacional, ou, quem sabe, em algum dos ministérios, perto da Antônio Carlos).



Continuaram festejando a vida.



Até que resolveram se casar, sem muita pompa (tinham mais de 30 anos), mas com a aprovação de minha avó, em março de 1959, tendo entre os padrinhos, os amigos-irmãos Edson e Myriam (e minha tia Leda, também...).



Puseram no mundo uma menininha, em outubro de 1960.



Moraram juntos em Ipanema, que deixavam pouco, e eram queridos pelos jovens amigos da filha.




Mas adoravam sair mundo afora também (aqui, em 1982, antes de embarcarem para a Europa, ao lado da comadre/madrinha de casamento Myriam, que os acompanhou na viagem. Edson, que também viajou com eles, batia a foto. À festiva despedida compareceu seu Moura. Porque era uma época em que todos comemoravam uma viagem à Europa, com fanfarra no embarque.)



Este ano completam-se 20 anos da morte dele, dez da morte dela. Gosto de lembrar deles nessa tarde em 1986, quando íamos festejar uma nova etapa em nossas vidas. Daqui a pouco, chego à idade deles.