23.9.13

Emmy 2013

Emmy modorrento, calminho mesmo. Até os modelitos foram contidos este ano. Claro que sempre há alguma estrelinha que busca brilho maior do que o obtido por seu trabalho e surge na festinha com um figurino de filme de terror. 
Mas fora a mesmice das sempre elegantes, seguem aqui alguns astros destoantes.

As damas de vermelho

As mais belas da noite foram duas latinas, a brasileira gravidíssima Morena Bacarin, e a colombiana Sofia Vergara, sempre espetacular.



 Uma transição do vermelho para vinho deu um ar meio desalentado à Michelle Dockery.


Kaley Cuoco tem dúzias deste modelo. Só muda a cor, porque vem dando certo.



Heidi Klum é uma das mulheres mais bonitas do mundo. Por isso pode usar essa fantasia de cobra coral, perfeita para destaque do Salgueiro.


As noivas de Drácula

Este ano elas variaram entre a caipira básica...





... a transparência urbana que enfeia até a Amanda Peet...

... a homenagem de Vera Farmiga à Helena Boham-Carter (complementada pelo penteado do Johnny Bravo)...


.... outra transparência inadequada para qualquer ser humano ...



.... isso (que é feio, que parece alegoria carnavalesca pendurada em poste de cidade do interior do Brasil, que parece maiô, que desmonta o corpo da modelo, que foi desenhado por algum misógino que odeia MUITO as mulheres em geral e a mãe dele em particular)...


.... e a sempre notável Christina Hendricks, que foi até discreta em seu modelo belle epoque!!


Minha irmã é mais bonita do que eu


As Deschanel eram as irmãs mais belas da noite, indiscutivelmente. 

Forma de bolo

Minha ressalva quanto a esses modelos é uma questão prática. Como alguém consegue sentar-se com algo tão armado assim?



Em rosinha claro ou em fúcsia, não há como não se lembrar de flores em bolos de noiva.



E volta a pergunta: isso amassa quando a gente se senta?

As desalentadas


Vamos combinar que as mulheres de Hollywood contam com uma força-tarefa de especialistas em beleza para deixarem-nas mais belas que as deusas do Olimpo. Então por que tantas delas caem na conversa dos costureiros misóginos e saem assim?
 
Não há como um ser humano sentir-se natural num troço desses...



... tudo bem que Rooney Mara tem cara de eterno desalento, mas... não falta motivo, não é?  A saia é até interessante, mas ninguém merece essa blusa.


 O sorriso pra lá de amarelo da Alfre Woodard tem razão de ser. O rendão acetinado é para o carnaval carioca.



O modelito de Laura Dern aparece sempre em Hollywood em outras cores. Mas sempre com o mesmo desânimo por quem o enverga.


As verdejantes

Apesar dos tons quase semelhantes, nem sempre o verde traz esperança de um belo modelo para quem o usa.
Mayin Bialik parece ter incorporado seu personagem, a cientista tribufu de The Big Band Theory, que certamente vestiria algo assim.



Anna Chlumsky, que já foi a garotinha de Meu Primeiro Amor, cresceu e já aponta com a esperança que o verde pode oferecer.


E Sarah Hyland, de Modern Family , também reabilitou o verde.


Plumas, flores e rendões

Não que elas estivessem feias. Quem sou eu para falar de Malim Ackerman, emplumada e bonitinha, sempre?


Ou das flores que davam aspecto de cortinado ao vestidinho de Kerry Washington?


Menos ainda da  despeitadíssima - e sempre vencedora de Emmy - Claire Daines.




Mas devo confessar que estranhei a blusa de Jessica Lange, interessante, mas não para uma noite de gala. 



Roupa de poltrona

Agora, virou tendência nessas noites de premiação. Sempre aparece alguém vestido de revestimento de sofá. Inovando, este ano, a padronagem foi veludo acetinado com aplicação dourada. 




Tão interessante que merece uma segunda foto. 




E não é que funcionou bem?

E às vezes, quando menos se espera, não é que uma combinação simplesinha dá certo? Foi o caso da saia de cintura alta preta com a blusa rosada/branca. 


A simplicidade do preto e branco, redesenhado, remonta à Free Willy, mas também teve um bom efeito.




Os mais-mais

E aí vêm o que jamais deveria ter saído do fabricante...
O que dizer disso que vestiram nessa menina? Só uma criança mesmo pode aceitar tal... coisa!!! Um caso típico de jovem que não tem mãe em casa. 


Outro caso de desacerto amplo geral e irrestrito. Por que existe essa pala e um destaque negro sobre o busto? E a estampa específica para almofadas-sofá também piora a situação toda.


Lena Durham, de Girls, até tem boa intenção. Quer mostrar que nem todas as pessoas interessantes devem se enquadrar nos padrões de beleza da atualidade. Mas elas podem ter alguma ligação com a normalidade, o que é impossível para quem escolhe vestir outro tecido de almofada. Só não foi a roupa mais pavorosa da noite porque a concorrência sempre é pesada e...


... lá estava Melissa Leo, fantasiada de Tributo a Johnny Depp!!!


Um traje de dândi que nem Oscar Wilde ousaria experimentar...

10.9.13

A dominação




Eu vejo a imagem de uma linda jovem com um vestido que deve custar muitos dinheiros, diáfano, belo como a modelo, que exibe pernas finas sobre saltos altíssimos, compondo um quadro de mocinha desconcertada pela própria natureza da vida. É essa a mulher de hoje. Bela, alva, esbelta e insegura como crianças. O oposto, a mulher “resolvida”, tem seios fartos, quadris imensos e coxas descomunais, tudo bem exposto porque sua imagem é a da brutalidade, a de que seu único objetivo na vida está na obtenção do prazer sexual. .
A princesinha, ao contrário, será a presa fácil da fantasia masculina de dominação - ou até da corte, desde que ele siga o modelo de homem maduro, pronto a "ensinar" a menina os segredos da existência. As modelos poderosas dos anos 50/60 tornaram-se tão frágeis e infantilizadas como as princesinhas da Disney, impingidas às meninas hoje como o sonho dourado de um casamento espetacular.

Aos homens resta pagar por essas armadilhas do capitalismo. Claro que por trás disso tudo há muito dinheiro. A roupinha da ninfeta é tão cara quanto a preparação do corpo da popozuda. Quem vai custear essa vida artificial, desconcertante como o desalento das manequins ou o exagero das cachorras? Ah, mulheres, se aprumem! A vida é muito curta para cair nesse papo careta da meninice desamparada. Não acreditem em heroínas como a mulher do vampiro que jamais amadureceu ou a jovem que encontra um milionário sádico para chamar de príncipe encantado. Divirtam-se, vão à luta. Essas mocinhas posando de frágeis ou de animalescas sedentas por sexo estão trabalhando para ganhar muito dinheiro. Na vida real, elas são mulheres que negociam contratos com excelente retorno financeiro para se prestarem ao papel que o show business quer delas.
Talento é outra coisa. Isso é apenas empresariar. Não é arte, não é atitude. É mercado. É economia. Só.