5.3.15

Deusas nórdicas






Por acaso, me deparei com uma foto da atriz Britt Eckland, que, aos 72 anos, faz reality show na Suécia. Está com um corpo bem bonito, usa roupas de mulher jovem e cabelos semelhantes aos que usou na época de Bond girl/namorada de roqueiros. O rosto se estragou em plásticas - que ela própria lamenta.
Fui caçar fotos recentes da nipo-escandinava Liv Ullman, que está com 76 anos e é reverenciada como a grade dama do teatro da Suécia (Liv nasceu no Japão, é filha de noruegueses, mas fez fama como musa e mulher de Ingmar Bergman). Pose ser que Liv tenha feito plásticas, mas as diversas rugas são compatíveis com a idade, assim como o vestuário mais discreto.

Britt, inegavelmente, foi lindíssima, badaladíssima, e conquistou homens muito cobiçados, como Peter Sellers, Warren Beatty e Rod Stewart. Teve três filhos e só fez dois filmes notáveis na carreira: um 007 ruim e um policial bom, estrelado por Michael Caine.

Dos amores  de Liv, pouco se sabe, fora Bergman, pai de sua única filha. Teve outros casamentos, com homens de fora do circuito estrelar. É autora de livros, diretora de cinema e teatro, colecionou prêmios e duas indicações a Oscar. Bonitinha como qualquer mulher jovem, surpreendeu o mundo por desdenhar de Hollywood, onde tentou viver, sem acostumar-se, entretanto, com a opulência do american way of life.

A velhice marcou as duas. Britt, menos talentosa, chegou ao cinema por ser estonteantemente bela. Liv, por sua força como intérprete. Sem qualquer juízo de valor, eu preferia ser Liv, embora as feições de Britt atraíssem, à primeira, à segunda, a qualquer vista.

No fim, resta o conteúdo mesmo (mas, como consolo para quem lutou tanto pra continuar bonita, Britt deve ter se divertido um bocado vida afora, né?).