30.6.07

He's back!



Parece que é só vestir o traje que o charme retorna...
Old Indy rides again...

28.6.07

Sir James Paul, em forma!

Como faz falta a graça de Eduardo no Rio... Foto by Ana Cristina Machado, sem uma máquina à altura de sua excelente intenção de registrar a passagem de nosso escriba vip por mi casa.

14.6.07


Primeiro diziam que os homens eram polígamos por natureza porque precisam semear sua descendência em todo o planeta. Para terem certeza de que uma mulher teria filhos seus, criaram tabus como virgindade e trataram de inventar a fidelidade feminina.

Depois, veio a história de que as mulheres procuravam homens de acordo com o tipo físico que desejavam para seus filhos. Agora, uma experiência na Inglaterra aponta que mulheres bem tratadas pelos pais casaram-se com homens muito parecidos fisicamente com os genitores.

Não tem jeito: a ciência sempre tornará muito chata a corte e o amor.

13.6.07

VASCO!!!!

Com este brado, eu e alguns coleguinhas saudamos as delicadezas proferidas em redação, numa referência a uma matéria publicada no milênio passado no Globo, intitulada "Esse jeitinho Vasco de ser". A matéria listava o perfil de alguns cariocas que tendem a se adornar de forma exuberante e também de encarar a vida a partir de dogmas de comportamento, tais como mulher gosta de apanhar, homem não chora e outras besteiras. A quintessência desse homem seria Eurico Miranda, o cartola vascaíno. Isso não tem nada a ver com os demais vascaínos, pessoas gentis em geral.
Enfim, jamais imaginaria que empregaria o grito de guerra para me referir a uma mulher como Martha Suplicy, que teve educação esmerada, apesar da peruíce pós-Botox. Nenhum ministro pode dizer "relaxa e goza" sem parecer, no mínimo, grosseiro. Falar isso para os passageiros que purgam os pecados de seguidas péssimas administrações do sistema aéreo nacional é uma indignidade.
Informação politicamente correta: este blog nada tem contra vascaínos. O blog só é anti-botafoguense por natureza, tá?

12.6.07

80 anos


Ariano Suassuna é uma dos melhores entertainers que já tive a alegria de assistir. Em criança, acompanhando meus pais a uma palestra sobre religião e alguma erudição chata que filho único tem que aturar (eu era obrigada a comparecer a tudo quanto era evento cabeça e andava a reboque de meus pais em todos os botequins da vida; cresci insuportavelmente arrogante, claro), descobri que aquele senhor comprido como um Dom Quixote era divertidíssimo. Falava sobre teologia contando casos engraçados e encenando jogos de futebol.
Nos 80 anos de Ariano, ele está se desdobrando em aulas-espetáculo ou em entrevistas para tudo quanto é programa e jornal. Vi a que ele concedeu ao Jô Soares e me acabei de rir. Uma das muitas graças que contou: sua mulher estava no fim de uma gravidez e caía chuva forte, com risco de transbordar o rio em frente à casa onde viviam. Ariano contou então que decidiu rezar. Pensou em apelar São Ariano, que o pai resolvera homenagear quando nasceu, mas antes de fazer suas preces, "prevenido que era", decidiu pesquisar um pouco da vida do santo. Acabou se dirigindo a São Pedro. "Descobri que São Ariano podia não servir. Não é que havia morrido afogado? "

10.6.07

Trecho da novela que um dia sai


Definitivamente, resfriada. Olhos doloridos, lacrimosos da noite passada perdida, beijos tão insípidos que não se ampliaram em toques e (re)conhecimentos de terrenos fáceis de percorrer.
Caixas se empilham na estante, copos se enfileiram por semanas, é preciso trabalhar e jamais abandonar o home office seguro onde embalagens de azeite em miniatura se escondem atrás de calendários.
Não há sentido na prateleira que acumula descongestionantes nasais, fotografias alinhadas em porta-retratos que jamais compensam a ausência dos retratados, galinhas d'angola em barro pintado, um pequeno Buda sorridente, gordinho, uma fita dourada que veio em um presente e nunca será reaproveitada nem há de virar laço no pescoço da gata.
Farelos, cacos de indecisão e contas nunca acertadas com o passado que faz esquecer o aniversário da sogra, do cunhado, da irmã, que inveja dessa irmã que nunca passará dos 27 anos, que é livre aos 27 anos, sem marido, sem filho, sem sogra, como é chato ter família, como é vazia a vida sem família, menos a da irmã, que não tem tranqueira na estante nem na vida.

7.6.07

Corpus Christi


Tem um sol mais ou menos brilhante e um céu mais ou menos azul lá fora.
Faz mais ou menos calor também.
Aqui em casa, não.
É puro Paris.
35 textos a parir, me enrolo em cachecol de lãzinha, calço meias, meu Deus, há quanto tempo não calço meias para aquecer as pontas geladas que um dia foram meus artelhos (palavrinha feia, daquelas que se escondem por trás dos dedos, como quando a gente tem medo de olhar cena de filme de terror; parecem encobrir um segredo indecente que se revela completamente sem graça).
De quimono quadriculado aflanelado, eu crio, eu trabalho.
Para três homens muito amados - Artur, Hugo e Alinôr - e pra um monte de amigos felicíssimos, depois de 23 anos fora da Libertadores...
Meu coração ficou absolutamente dividido. Afinal, o Figueirense era o time de meu querido primo Sílvio, que morreu há alguns meses, e representava minha família também. Mas acho que, no fundo, Papai torceria pelo Fluminense.
A partida? Tão ruim que eu preferi assistir ao Rock Gol!

4.6.07

Alinôr

Hoje faz 16 anos que meu pai morreu.
Gosto de acreditar que sua última visão no planeta foi de mim, sua única filha, que apertava sua mão e falava: "Oi, querido", pois ele havia aberto os olhos. Mas acho que foi apenas um esgar, um reflexo no desfalecimento.

Fiquei anos sem sonhar com Papai, até que minha mãe morreu e ele virou figurinha fácil nos meus sonhos. Passei a brigar muito com ele, então, por ter sido o primeiro a largar o barco. Acordava mal, triste, depois desses sonhos, até que as participações de Papai ficaram mais parecidas com a pessoa que ele era, sarcástico, engraçado, alegre, ranzinza, por vezes, curioso e interessado na vida.

Sempre o vejo quando tento tento vislumbrar, olhando de esguelha, o título do livro que alguém está lendo no ônibus ou no metro. Sempre o sinto quando o Fluminense ganha e meus filhos comemoram, felizes, pelo time do qual ele era ardoroso torcedor. Sempre o encontro quando descubro um novo autor, um novo cineasta ou tomo um chopp gelado numa tarde de verão. Quando escrevo ou corrijo textos, quando dou gargalhadas com atrocidades perpetradas contra o entendimento claro, quando procedo com serenidade e absoluta convicção sobre o que estou fazendo, quando vou à praia e sinto a areia nos pés. Por muitos anos, ele me levava à praia, mas não podia entrar no mar, devido às alergias violentas que explodiam a cada mergulho.
Meu pai está na minha pele morena. Nos cabelos lisos escorridos de Júlia e na forma como ela sorri, fechando os olhos como ele. Na tranqüilidade de Hugo, que não se apressa para nada, me dando nos nervos igual ao avô. Nas palhaçadas de Oto e de Júlia, que gostam de brincar e fazer os outros rirem sem qualquer motivo, do mesmo modo que Papai. Na ironia de Hugo, nas mãos finas de Oto e, principalmente, no carinho de Artur, que o sente com um amor do qual não pode ter recordação, já que Papai morreu quando ele tinha apenas dois anos.
Há 16 anos, fui registrar seu óbito no cartório ao lado do Fluminense e imaginei que Papai estaria feliz se soubesse que ali estava a marca de sua saída da cidade que mais amou. Era um dia lindo, de céu esgazeado, como dizia minha avó Júlia, a mãe dele. Desde então, o mundo perdeu muito de sua graça.

2.6.07


It was fourty years ago today (o lançamento mundial; in Great Britain was in June,1)

De uma Moura

Há mais de dois anos, quando eu ensaiava abrir um blog chamado Arenas Cariocas, escrevi esta introdução, que depois foi pro lixo. O primeiro esboço foi um blog chamado Arabescos. Depois veio, creio, algo como "Trabalhos de Moura", o que ensejou as observações abaixo.

Finalmente, quem sabe, finalmente, estou abrindo um blog, com um título meio bobão. Servirá de back up pro que já jogo no Multiply, que sofre de desconfigurações irritantes e periódicas. Ou servirá mesmo para me exercitar fora daquele mundinho fechado e caloroso. Ou de nada servirá. A esta altura da vida, quem quer fazer diário público, exceto as crianças?
Agora fazer blog, postar, seja lá o que for, dá um trabalho pra mouro algum botar defeito. Minha mãe adorava dizer que havia trabalhado como uma moura. A brincadeirinha é porque nós somos Moura de nome. Mas eu me lembro também de um conto pavoroso "A Moura Torta", provavelmente dos Grimm, falando duma mulher feia, manca, vesga, que ia acabar bem e feliz com um príncipe rico, lindão, que desfazia o encanto que a transformara na moura torta. Então, esta Moura nem tão torta assim vai continuar mourejando pra postar e se entender não apenas com a linguagem, mas com o veículo.
A escolha do modelo já deu trabalho. É verdade que eu gosto muito de laranja e amarelo, mas fiquei encantada por este visual aristocrático. Afinal, sob a moura batalhadora existe uma aristocrata rural inglesa, que adoraria sentar-se à escrivaninha com diáfanos vestidinhos apropriados para sentar-se à escrivaninha e escrever cartas aos amigos, numa escrita rude carregada em uma embalagem bonita e clássica. É como se Sophia Loren vivesse dentro de Nicole Kidman ...
Sou uma moura da estirpe do Othelo (espero que não tão vaidosa e autocentrada, nem tão absurdamente pouco confiante em quem me ama) ou daquele que cortou um lenço de seda com uma cimitarra pro El Cid. Creio que era Saladim. Meus mouros são guerreiros sem sangue nas mãos. O sangue fica nas cimitarras (amo o som aspirado e sensual das palavras originalmente árabes ou das que usamos para descrever os árabes e seus artefatos).
Com salamaleques, partilharei minha visão das areias da muy leal São Sebastião e sobre quem as pisoteia.

1.6.07

Meias palavras


Tudo bem que o país seja conservador, mas por melhor que sejam as intenções do governo em reduzir o preço de anticoncepcionais, incentivar a contracepção dentro de uma campanha de "planejamento familiar" não é meio careta?
É sua uma questão de utilização direta de termos. Por que não se fala em educação contraceptiva, em vez de planejamento familiar. Família dá a idéia de algo já constituído, estruturado. Uma pessoa solteira não faz planejamento familiar, faz contracepção.
Só isso.
E tomara que caia por terra a noção absurda de muitas adolescentes de que a maternidade precoce é a carta de alforria para o livre exercício da sexualidade. Isso deveria estar na base da nova campanha do governo.

Da série "Ai, meu Deus, era tudo o que eu queria..."


Dúvida cruel

Será que Keith Richards usou maquiagem para compor seu pirata?

A felicidade, by publicidade


Há um determinado horário em que as emissoras de TV fechadas abrem espaço aos comerciais de produtos ligados ao funcionamento do intestino. É impressionante o quanto surge de propagandas de iogurtes que, comprovadamente, acabam com a constipação das... mulheres, claro, o que, na cabeça genial dos publicitários, deve conferir um tom mais delicado ao tema.
Esses mesmos iogurtes, no passado recente da propaganda, eram utilizados como arma no combate à obesidade feminina, porque homem não tem esses problemas, não.
Além dos anúncios de iogurtes laxativos, há duas pérolas que se sobressaem atualmente dos demais comerciais. Um é aquele encantador filmete em que um menininho de, aparentes cinco anos, chega em casa informando à mãe que "quer fazer cocô na casa do Pedrinho", onde o banheiro foi equipado com um daqueles perfumadores ambientais horrorosos que incomodam qualquer passageiro de táxi. Detalhes: a voz do menino/dublador é insuportável; a idade da criança é de quem já vai ao banheiro sem auxílio materno.
A outra obra-prima publicitária é a conversa franca com as mulheres de meia-idade, que se inicia com a observação elegante: "Secura vaginal é um tremendo desconforto, não?". Desde o "incomodada ficava sua avó", esse sim um bom achado, não ouvia algo tão impactante e revolucionário...
Agora, bom mesmo é o anúncio de um produto chamado algo como "Hemorril", em que um homem diz à mulher que sofre terrivelmente com hemorróidas e ela, sorridente como numa propaganda de margarina, diz: "Amor, esqueceu de tomar seu hemorril hoje?" .

Definitivamente, preciso parar de ver televisão.