25.9.09

Martha Stewart rides again

Sou uma pessoa influenciável. Por parcos momentos, mas sou. Já tive absoluta certeza de que o satélite Kohutec cairia sobre minha cabeça e corpo grávido só porque o Fantástico anunciava a ínfima possibilidade de sua queda ser sobre áreas sólidas do planeta. Não gosto de programas sobre Nostradamus e o calendário maia que acaba com a existência terrena daqui a pouco mais que dois anos. Certamente, não estaria entre os jovens que se suicidavam após a leitura de Werther, caso fosse uma mocinha européia na época de seu lançamento.
Filmes e livros me inspiram a tentativas vãs de aprimoramento pessoal. Retomei um diário parado há uma década após assistir a Bridget Jones. Não liguei rádio e tentei ficar no escuro, temendo o ataque dos fantasmas da rede elétrica, só por ter visto Poltergeist. E não há livro ou filme que retrate um bom cozinheiro/decorador/costureira, qualquer dessas pessoas talentosas que fazem parecer facílimo montar um casaco de penas de cisne, por exemplo (referência a Um Longo Inverno, de Laura Ingalls Wilder) que não me levem a um arroubo criativo no mesmo campo. Geralmente, essas incursões acabam com a constatação de que já fiz muito mais que boa parte da humanidade, sobrevivendo em uma cidade violenta (mas lindona), botando quatro brasileirinhos no mundo, cuidando de bichos, lendo um bocado, driblando perenes crises econômicas.
Sempre almejei o posto de dona-de-casa de anúncio de margarina. Aquelas mulheres lindas, magras, bem-trajadas, que sorriem a filhos e maridos, enquanto eles provam quitutes fumegantes, antes de saírem para seus afazeres. A santa mulher, hoje, faz tudo isso e ainda limpa tudo, correndo depois, em seu carro maravilhoso e novinho, para um emprego dos sonhos. É lógico que esta deusa existe. Uma de minhas comadres é assim. Na verdade, duas delas são assim, além de três amigas. Sabem cozinhar, organizar uma casa perfeitamente, dar ordens sem culpa alguma às empregadas, disciplinar filhos e maridos. E ainda são extremamente bem-sucedidas profissionalmente.
Sou a antítese delas. A única coisa que realmente faço bem, além de ler e organizar livros e armários, é cortar cabelos. Há anos corto os meus. O que não é grande vantagem, pois eles são o que se classifica de "cabelos jeitosos". Corto sem ver atrás, só pelo tato. Dá tudo certo. Sempre. Melhor que as loucuras às quais já fui submetida por cabeleireiros. Também sei acalentar bebês. Mas acabam aí meus talentos.
Então, influenciada por Julie e Júlia, filme e livro já aqui comentados, fui para a cozinha fazer um rosbife e um risoto simplesinho. E... alvíssaras, deu certo!!!! Meu princípio foi básico: todo mundo que não tem empregada, no cinema, sabe cozinhar. Quem vive sozinho, no cinema e na literatura, sabe cozinhar. Todo mundo diz que é só seguir a receita. Fiz isso com o risoto. Um sucesso, comestível mesmo. O rosbife seguiu minha lógica pessoal: "Tempera, joga no forno, pense no sacrifício dos mártires, segura a mão de Deus, e vai!". Ficou absolutamente divino!!!!
Ao fim da leitura de Julie e Julia, certamente, estarei capacitada a abrir meus salões e oferecer iguarias aos amigos. O problema é que leio muito rapidamente. Será que em dois dias eu me torno uma chef? Minhas cobaias também não podem ser consideradas apreciadoras da boa mesa. Hugo está na fase da vida masculina em que pedra com sal e cebola constituem um sabor inigualável. E Júlia, apesar dos 50 kg distribuídos por mais de 1,70m, come o dia inteiro em quantidades semi-industriais. Bate tranquilamente uma lasanha congelada. Sozinha.
Sigo, então, com a mesma certeza que me levou a transformar minha casa em filial da Mata Atlântica. O jeito é experimentar. Igual a plantar. Tem dado certo, embora algumas espécies continuem perecendo. Pimenta não sobrevive aqui (meu avô tinha pimenteiras em todos os canteiros de seu jardim. Disputava o espaço com roseiras de minha avó. Não herdei o dedo verde de ambos, mas insisto). Meus spaghettis e estrogonofes têm um fator surpresa a cada apresentação. Agora, chegamos ao rosbife. Te cuida, Claude Troigrois. Ao menos, minha pronúncia em português é melhor que a tua...

23.9.09

Veja o filme, leia o livro em qualquer ordem

Sempre um será melhor que o outro, creio. "Gostei mais do livro" é mais comum que "gostei mais do filme".
Esta semana vi dois filmes baseados em livros. Um dos livros, Aconteceu em Woodstock (Record), li numa manhã de sábado, mês passado. Uma delícia, divertido, os bastidores do maior festival de rock da história (em qualidade, mais do que em quantidade de dias ou de público). Hoje, assisti ao filme de Ang Lee. Uma boa adaptação, mas que talvez tenha deixado de lado o furor que significou Woodstock. Ao menos foi o que percebi pelas expressões de alguns dos coleguinhas na cabine de imprensa, pré-Festival do Rio. Uma menina, bem jovem, não se mostrou comovida nem entusiasmada pelo filme. Ele não me entusiasmou também, mas só ter Imelda Stauton roubando toda e qualquer cena em que aparece já é de encher corações e mentes do público.




Ladra de cenas também seria Meryl Streep em Julie & Julia, se nesta nova dobradinha da diva com Nora Ephron não estivesse o maravilhoso Stanley Tucci - secundados, infelizmente em poucas cenas, por Jane Lynch. O filme é uma sucessão de reencontros de La Streep - com Ephron, com Tucci e com Amy Adams. E também a retomada de Nora Ephron de um de seus temas favoritos - comida - , levantando a história de Julia Child, a americana grandona que coletou receitas francesas para donas-de-casa norte-americanas que não dispunham de serviçais encarregados do preparo dos quitutes.

O filme é docinho, menorzinho, engraçadinho. O livro, que eu comecei a ler ontem, ainda não me pegou de jeito. O filme abre mais o apetite. E a exuberância de Meryl é perfeita, assim como algumas adaptações cinematográficas para obras literárias. Entre as melhores estariam Tess, de Roman Polanski, em cima de Tess D'Uberville, de Thomas Hardy, O Colecionador, de William Wyler, quase a cópia da novela de John Fowles, O Mensageiro, de Joseph Losey, em cima do original de L.P. Hartley, O Diário de Bridget Jones, de Sharon Maguire, mas que teve acompanhamento da autora da história, Helen Fielding, sem contar clássicos como A Leste do Eden, Vinhas da Ira, O Sol Por Testemunha E O Talentoso Ripley, além de todos os baseados em histórias do Nick Hornby.
Falo dos que vi e li.
O bom é poder conferir as duas versões. E guardar a que prefere para boas discussões.

21.9.09

Emmy 2009

E mais uma vez, Hugh Laurie perdeu o Emmy, Mad Men e 30 Rock ganharam, uma micro-atriz de teatro levou o prêmio de coadjuvante, um grande ator de cinema ganhou o de ator em série de TV (Paul Giamatti estava fora do páreo este ano), uma série britânica recebeu alguns premiozinhos, duas consagradas superstars de Hollywood foram agraciadas com estatuetas douradas.
Assim, sem grandes surpresas, foi o Emmy 2009.
Agora, à faina terrível de mostrar os modelitos das estrelas!!!

Glenn Close maravilhosa como sempre - de frente; atrás o vestido tinha umas amarras e buracos estranhíssimos.

Tina Fey envergava uma das mais belas fatiotas da noite, porém não consegui resgatar qualquer registro dela de corpo inteiro. Aqui, cumprimentando Alec Baldwin, melhor ator em comédia (chega, né, barangão! Olha que eu gosto desse ator tão irregular, que perdeu a beleza e consegue dar boas interpretações, vez por outra. Mas tá bom, né?)

Outro look de dona Tina, mesmo com o vestidinho eclipsado pelo sorriso dos coadjuvantes.

Dana Delaney, cabelos fora do contexto etário e vestidinho de casamento em subúrbio carioca, com bordadinhos no corpete.

Esta moça, que não conheço, foi de cortina de chuveiro.
A mais linda grávida da noite era Heide Klum, de pretinho básico - o vestido, claro; Seal não tem nada de básico, nem está ao alcance de pobres mortais latino-americanas...

Majestosa, maravilhosa, vitaminada, imponderável, inoxidável: Sigourney, para quem os anos passam fantasticamente e permitem que envergue uma só alça - vermelho foi a cor da noite.


Sandra Oh, dourada, talvez com a roupa mais bonita da noite. Lógico que tinha uma corda de cortina para quebrar o rigor, porque estilista tem que dar um toquezinho estranho num modelo perfeito.

Jennifer Love Hewitt, diáfana, cabelos à Heloísa Helena pronta para festa. Conseguiu fazer Jamie Kennedy elegante.

Chandra Wilson é adorável. O vestido é interessantíssimo. Quem disse que gorda baixinha não pode ser diva? Vou encomendar um igualzinho.
Allison Hannigan chegou divina aos 35 anos!!! A bolsinha precisa destoar, mas não compromete, não.

O cortinado drapeado continua em alta. Pena que deixe mulheres tão interessantes como Kate Walsh parecendo convidada para o mesmo casamento de subúrbio que Miss Delaney. A escova progressiva é do mesmo salão que a Jennifer Love-Hewitt frequenta.

Patricia Arquette e o marido. Ela, vencedora do quesito Baixinha, ex-bonitinha, boa atriz segurando uma série bobinha.

Mais dois convidados do casamento suburbano, Kevin Bacon (ele envelheceu... cadê o menino de Footloose?) e Kyra Sedwick, com fenda e bordadinhos que seriam um sucesso em festa do interior brasileiro.

Alec Baldwin, vencedor do quesito Embaranguei, mas faço sucesso, tá?


Dois momentos da nanica que se vestiu de espelho - disparada a roupa mais estranha, feia e inadequada da noite - recebe seu Emmy de coadjuvante.

O grande Brendan Gleeson, imenso em tamanho, volume e talento, vencedor do Emmy como ator do telefilme em que interpretou Churchill, com a coadjuvante de 24 horas.

Shohreh Aghdashloo, atriz coadjuvante por House of Saddam, chegando aos 60 e linda.


Julia Dreyfuss e Amy Pohler, uma dupla bem alinhada.

A zebra da noite foi a vitória de Toni Colette sobre as outras atrizes de comédia. O vestido era interessante também. Justin Timberlake... ai, ele não tem cara de menino da papelaria com jeito de bom rapaz?

Eu adoro o Jon Cryer - embora o odiasse na Garota de Rosa Shocking -, porém detesto essa cheerleader, que se transmutou em Cristina Aguillera. Cryer, que ganhou o Emmy de coadjuvante em comédia, usava um estranhíssimo colete de tio da gente, embora L.A. estivesse uma fornalha ontem.

As Gossip Girls. O decote frontal mais ousado da noite. E o vestido com alças mais pavorosas do mundo. De costas, então, é um terror. Parece saído dos piores pesadelos estilísticos de academias de ginástica dos anos 80.

Alguns homens optaram pelo look sem gravata, no estilo cafajeste anos 60 recebe donzela em casa ou Miami Vice. No moço que apresenta Survivor ficou feio.

A diretora de Little Dorrit não sabe caminhar de saltos altos e não tinha corpo para vestir um longo coladinho na barriga, sem sutiã que segurasse o busto no local adequado. Estava felicíssima, anyway.

Eu tenho muito medo do Ben de Lost.

Jessica Lange é culpada pela profusão de xarás suas nascidas no Brasil e pela canção O nome dela é Jéssica. Envelheceu muito, continua com vozinha de menina e um gosto por cores pouco recomendáveis para senhoras que não frequentem casamentos suburbanos.

Drew Barrymore foi de estrela de cinema. Estava linda, uma princesinha.


Mila Kunis, lindinha, em vinho sanguinolento. Melhor se a cortina de gaze cobrisse os sapatinhos.

At last, but not least, o troféu Kleiton e Kledir - Uma moça tão bonita envergando o que pode haver de mais esquisito numa roupa só. A cortina drapeada abaio das coxas, rendas de vestido de noiva torneadas por transparências que culminam no toque deste maldito fecho-eclair. Certamente, o designer inspirou-se em Fonte da Saudade, dos irmãos gaúchos.

Este post seria impossível sem a contribuição valiosa de Solange Noronha, que, há anos, se pendura ao telefone comigo a cada intervalo, para fazermos o registro do que é risível, condenável ou elogiável.

17.9.09

Horror

Mais um tarado que violentou a filha durante 30 anos, gerando quatro crianças. Desta vez, na Austrália.
E nas mensagens do Globo On Line entra um evangélico para dizer que tal atitude é coisa dos demônios que habitam os corpos. Dá seu exemplo. Fumava dois maços por dia. Deixou, depois de uma bênção de um pastor.
Olha, já é difícil para mim acreditar na divindade do filho de uma mãe solteira judia. Aliás, acho que os nazistas jamais refletiram sobre a origem do deus dos cristãos. Jesus era judeu e jamais renegou sua religião. Enfim, não tenho fé, mas não posso atribuir comportamentos doentios ou vícios ao Capeta. Tenho uma amiga que diz que não pode parar de fumar nem de beber porque há uma Pomba Gira cruzando seu caminho. Seja lá o que isso quer dizer, para mim esta é a melhor de todas as desculpas que já escutei para justificar a necessidade por tabaco e álcool de um ser humano. Será que esses espíritos, das trevas ou da luz, não têm mais o que fazer do que ficar infestando corpos?
Os leitores on line pregam a castração do tarado. Existe castração química hoje em dia. Não há necessidade de extirpar órgãos. Isso não seria minimizar a culpa desse sujeito sem respeito pela própria família? Não seria conferir a ele muito poder? Afinal, se não for contido em sua bestialidade, é um perigo para a sociedade?
Ah, a vida às vezes é muito besta.

16.9.09

Malandragem, dá um tempo!

Não gosto de Fórmula-1. E olha que sou do tempo do Fittipaldi (e, depois, do Copersucar, um fiasco terrível). Teve uma época em que eu acompanhava o noticiário. Havia um francês bonitão, que morreu (claro), correndo. Tinha o Peter Revlon (que também deve ter morrido nas pistas, não me lembro), o "sueco Ronnie Peterson", que era meu favorito. Quando ele se estabacou e morreu numa corrida, a Suécia acabou com as corridas de F-1. Os suecos são malucos...
E tinha o Nikki Lauda, o Alan Prost. George Harrison andou por aqui assistindo a um GP-Brasil.
E aí vieram Piquet e Senna. Hoje morre menos gente, parece. Mas as falcatruas agora chegam a público.
Cá pra nós, por que essa besteira de dizer que o Piquezinho foi desleal ao bater no carro do coleguinha pra beneficiar o primeiro motorista de sua escuderie? Aquele alemão feioso já fez malandragem semelhante, o pobre do Rubinho ficou quanto tempo "sempre atrás do alemão"?
Esporte rende muito dinheiro. As malandragens, as roubalheiras só não podem ser descobertas. Nelsinho Piquet não soube encenar sua jogada. Há alguns momentos, estávamos vendo o gol de mão do Maradona em plena Copa do Mundo. Flagrante, claro, mais que visível. Mudou alguma coisa? Não, ele foi ladino e ganhou uma copa.
Eu não gosto de corrida de automóvel. Mas não banquem as vestais, por favor! Isso tudo é negócio. Ninguém vai anular a corrida, nem desclassificar a equipe. Afinal, o piloto principal é totalmente inocente, não sabia de nada...

É uma Barra, mora?

A disputa Rio-São Paulo é tão besta que não mereceria a menor atenção. Por ser risível, ela acaba atraindo olhares de quem não liga pra tanta besteira. Chega às raias do ridículo quando jornalistas esportivos paulistas perdem tempo em televisão lamentando o fato de o Rio de Janeiro contar com um estádio público, como o Maracanã, que, segundo eles, impediu os times cariocas de construírem estádios monumentais próprios. Sempre há uma voz serena nesses debates dizendo que o Rio foi capital federal, do reino, da colônia, porém os exaltados se aferram a argumentos ensandecidos para denegrir a imagem carioca.
Agora, numa coisa, certamente, os paulistas ganham dos cariocas: é na paciência para enfrentar trânsito ruim e cobrir longas distâncias.
Sim, eu fui à Bienal. De metrô, ônibus e ônibus. Meu combalido veículo está parado, sem bateria. Então, enfrentei a vida em condução, aproveitando para reconhecer a Barra da Tijuca, região que só alcanço se há necessidade profissional ou pessoal que exija minha presença lá. A Barra é imensa, feia e, agora, congestionada também. Levei duas horas e pouquinho de Botafogo ao Riocentro. E vi, pela primeira vez, a Arena do Pan!!!! É linda!!! Novos condomínios que estão para ser lançados. Velhas biroscas na estrada do Riocentro, o primeiro solo em que me aventurei num volante, com colegas de faculdade.
Ao retornar, me distraí com a conversa de um pai e seu filho, um garoto de uns 13 anos, com um sotaque meio americano. Descobri que o menino vive com a mãe nos EUA, acho que em Atlanta. O pai, que falava com o menino naquele tom de "Papai ama você, filhinho", é paparazzo! Recebeu diversos telefonemas de outros fotógrafos que perguntavam se ele conseguira fazer a foto da Adriana (seria a Galisteu). No Leblon, eles desceram e passei a ouvir as conversas cruzadas de todos os que empunhavam celulares. Uma mulher explicava a um amigo que não poderia viajar com o namorado naquele fim-de-semana, porque "ele tem filha, e fica com ela no domingo; no próximo, eu fico com a minha filha. No outro, quem sabe a gente tenha folga". Chegou um determinado momento em que as conversas eram tantas e em milhares de decibéis de altura que ficou impossível me concentrar em apenas uma.
E cheguei ao Rio, digo, à Zona Sul em apenas uma hora. Sair da Barra é bem mais fácil que andar por ela.

14.9.09

Patrick Swayze (1952-2009)


Se houver Céu e vida eterna, tenho certeza que, neste momento, Patrick Swayze pegou a Martha pra dançar!
Quando éramos jovens e passou Dirty Dancing, eu, que queria levar cinema a sério, ousei dizer que só a trilha sonora prestava. Martha, minha melhor amiga, disse que eu não tinha sensibilidade. Brigamos, como sempre.
Anos depois, Martha já havia morrido quando comprei o DVD de Dirty Dancing, em homenagem a ela. E me lembrava dela sempre que eu via Patrick Swayze, um ator ruinzinho, mas simpático e, até a doença, incrivelmente bem conservado. Um dos últimos filmes que vi dele foi um sobre São Jorge o e Dragão, em que Swayze era o vilão. E teve um passado na Inglaterra, com Mr. Bean fazendo papel sério - mas a comédia tinha Maggie Smith e Kristin Scott Thomas, para compensar. O filme dele que eu realmente gostava era um pipocão pra Sessão da Tarde, com Keanu Reeves investigando uma quadrilha de surfistas.
Mas era um ator simpático, não?

10.9.09

Melhor não comentar


Ando muuuuito enrolada com trabalhos, mas não dá para deixar de fazer uma pausa e refletir sobre a foto acima.
A manifestação era de professores de escolas públicas, que protestavam contra uma ridícula tabela de escalonamentos salariais.
A PM ganha pouco. E os filhos dos PMs, certamente, estudam em escolas públicas.
É só para pensar.
Nem dá pra comentar.

Merece reflexão também a frase publicada no Globo On Line, que talvez nos leve a compreender o desprezo de um servidor do Estado aos professores.
Seguindo o raciocínio de quem produziu a pérola, teria acontecido um caso de total e absoluta negação quanto a atos concretos ou a objetos palpáveis. Praticamente um dilema existencial, inexplicável por nossa vã filosofia:
Na chegada ao Palácio, os manifestantes ofereceram flores aos policiais, mas eles as negaram.




4.9.09

SOS Leitura

A Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Menezes fica na Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, e foi montada pelo pedreiro sergipano Evando dos Santos de maneira libertária. Depois de descoberto pela imprensa, Evando ganhou um financiamento do BNDEs para arrumar os 13 mil volumes – uma coleção que iniciou quando, numa obra em que trabalhava, viu que havia um lote de livros prontos para o lixo.
Conversei hoje com Evando e devo entrevistá-lo semana que vem, para um novo veículo, um tabloide que começou a circular há três semanas no Rio, o Tamoio Notícias, dedicado aos “exilados” nordestinos. Evando é um desses, que sustenta seu amor à leitura, hoje, com a filantropia dos pequenos doadores.
Quem quiser ajudar pode fazer depósitos na agência 0782 do Itaú, conta 78.892-1. Mais informações por telefone (21-2481-5336) ou e-mail (bibliotecatobiasbarreto@gmail.com).

Ao esmorecer do inverno



Às vezes, minha impressão é que terei um fim rápido. Uma doença devastadora, dessas que tomam o corpo em dias e acabam com a vida sem dar tempo de entender, de correr atrás de reparações ou de arrumar a casa pros outros. Das que não permitem sequer arruinar os dias de quem vai sobreviver. Um mal que deixa todos estupefatos.
Não sei se é esta a morte que eu desejo ou mereço. Merecer a morte, quem a merece? Sei apenas que nunca me conformarei em partir tão cedo. Porque amanhã sempre há o que fazer, ver, desejar, ler, sonhar.