26.5.13

Enfim, Cannes chegou ao fim!

Olha que eu adoro Cannes, mas esta cobertura de modos daqui deste lado do Atlântico, sem estar por lá, cansa. Agora que o festival, como sempre politicamente antenadíssimo, apoiou o amor entre os iguais, diversidade no trajar foi o que mais aconteceu. Um pequeno apanhado dos dias anteriores, mais as loucuras de ontem vai aqui - sem repeteco da irmã de Beyoncé, porque, convenhamos, foram tantas trocas de roupa de tanta gente que a coitada da Solange Knowles não chegou a causar tanto impacto quanto nos primeiros requebros pelo tapete vermelho.

Nada conseguirá superar a fantasia abaixo, un certain régard sobre Pierrô e Colombina, aproveitando material de decoração carnavalesca que adornava as ruas cariocas até os anos 1980/90. O ser humano tem que ser muito desprovido de autocrítica para sair por aí com algo assim, que atordoa os sentidos e atrapalha quem está ao lado.


Esta ex-apresentadora da televisão italiana não deve ter compreendido que uma estreia cinematográfica compreende o tedioso ritual de assistir a um filme. Quem constrói essa ogiva capilar não pode entrar no cinema, pois impedirá a visão de qualquer desafortunado que se sentar atrás da discreta admiradora de Marge Simpson.




E eu estava sentindo falta de Tida Swinton, ela apareceu, mais do que discreta, pra promover seu filme de vampiros dirigido pelo Jim Jarmush, com dois atores maravilhosos: o veteraníssimo John Hurt e o jovem Tom Hideleston. Tilda parecia dublê de David Bowie, mas estava muito contida.



Enquanto desta vez ela só despenteou as melenas, em anos anteriores, mais coloridinha, ela se vestia de cardápio de loja de sucos.


Descabelada também, no fim de festa, Nicole Kidman também tentou inovar. Tascou uns Laboutins nos pés, vestiu um Chanelzinho com esses arremedos de penas, mas perdeu feio na categoria aviária...




.... na qual não teve para ninguém além de Laetitia Casta, que não se contentou em vestir um Dior simplesinho, não. Arranjou uma capa de asas, homenageando seu personagem favorito em He-Man, a Feiticeira.



Na mesma noite, La Kidman se redimiu das peninhas, num deslumbrante branquinho básico


Mas durante o dia, ninguém conseguiu ofuscar a exuberância de Emanuelle Seigner, a Dama de Vermelho (inclusive na calcinha), ladeada pelo coleguinha Mathieu Amalric e o marido Roman Polanski.



Os senhores, aliás, não ousaram com paletós coloridos, limitando-se a usar ou não gravatas - porque a moda não foi criada para estressar os homens, mas apenas azucrinar as mulheres. Mesmo quem já foi o mais belo entre os belos, Alain Delon, aos 77 anos, de mãos dadas com a ministra da Cultura francesa e com qualquer moçoila que se abria em sorrisos aos seus ainda encantadores olhos azuis, está acima das exigências fashionistas.


Cannes festejou Delon, restaurando O Sol Por Testemunha, que teve o mais belo, porém sofridíssimo Tom Ripley, punido no fim - ao contrário do livro.





O cartaz do festival deste ano foi tão bonitinho - um beijo de Paul Newman e Joanne Woodward, do filme Amor Daquele Jeito, uma comédia deliciosa,  passada em Paris - que eu vou botar aqui e copiar pra mim!
Au revoir, adieu!


25.5.13

Cannes 2013 - A bela, o fera e esquisitices


Liv Tyler e Wim Wenders.

E, na falta de Tim Burton e Helena Boham-Carter ou da sempre estranhíssima Tilda Swinton, o casal Win Wenders compôs a dupla bizarra do festival. Em tempo, adoro Tim, Helena, Tilda e Wenders, que, mais jovem, era bem interessante. Envelheceu, enfeiou? Arrumou um cabelo amalucado pra compor um visual diferente. Porque depois de velho, a gente pode tudo, né? Até brincar de ser ridículo!




24.5.13

Tá chegando a hora

Volto a Cannes, que, este ano, tem cobertura de moda igual as das premiações hollywoodianas. Teve muita atrocidade desfilada pelo tapete vermelho. Muita beleza também. Mas, sei não, parece que a Riviera Francesa não combina tanto assim com as criações enlouquecidas dos costureiros, digo, estilistas. Essa gente toda linda, muito mais bonita do que as meninas que passeiam por nossas praias, merecia um pouco mais de glamour, não? Mas vamos às ousadias do povo que não encontra melancia pra pendurar no pescoço.

Versace nunca me decepciona e, desde a separação do Seal, Heidi Klum também não. Linda, né? Mas está  virando uma Lady Gaga de tachinhas.  

Contraste absoluto com Sofia Coppolla  no discretíssimo pretinho básico.



May Ling preferiu os paetês em grafiti...



Seguindo a tendência do momento, Emma Watson de saia e blusa. 


A estamparia do vestido de Nicole Kidman só pode ser uma homenagem à flora de seu Havaí natal. 


Mila Jovovich também apostou na estamparia de azulejos de cozinha de casa de campo sobre uma estranha armadura branca em formato de camiseta. Pode servir para o próximo Resident Evil




Eva Langorria numa releitura do verde e rosa mangueirense.


Eva Langorria numa releitura do que seria uma igreja barroca da América Espanhola - o altar é representado pela cruz, a transparência fala sobre a alma do nativo explorado e massacrado pelos invasores europeus. Acho que dá samba-enredo.


Existe uma regra que as indianas e asiáticas em geral cumprem: pelo menos num tapete vermelho desfilar  trajes que remontam a seus países. Então, correm o risco de cair na esparrela onde ficou presa a Aishwarya Rai: um corte hindu e uma estampa cheia de brilhinhos da colcha daquela tia avó que vive no interior. 


Mas também há o dia em que as asiáticas decidem se fantasiar de Scarlet O'Hara. Sonam Kapoor aproveitou as sobras do estofado da casa da mãe, combinando com sapatos igualmente atrozes. 

Fan Bingbing, que geralmente usa trajes com dragões, peixes e toda a fauna chinesa, preferiu uma saia e blusa que junta o modelito de senhora em show de Las Vegas na década de 60 com a leveza diáfana de figurinos para bailar ao som das valsas interpretadas por André Rieu. Bem adequados à idade dela. . 





Araya A Hargate, bonitinha tailandesa, foi de princesa Disney. 


Já Selita Ebanks, que é das Ilhas Cayman, preferiu encarnar a  mulher do Rei do Sião.



Dá para compreender por que uma mulher linda como essa top model Doutzen Kroes veste este desastre em forma de roupa? Só pode ser para valorizar os próprios traços. Agora, raciocinem comigo: se nem essa mulher fica elegante com um treco desses, imaginem as pobres mortais...


E então chegam aquelas terríveis francesinhas, que sabem dar um sorrisinho e ganhar qualquer platéia, vestindo até essa coisa estranha escolhida pela Marion Cottillard (essa moda de vestido curto na frente com cauda só pode ter sido inventada pelos estilistas das cantoras tecno-bregas) ...



... ou o apavorante vestido de noiva de Drácula da Audrey Tatou. Elas continuaram gracinhas, como sempre.


Quando uma top model quer caprichar na breguice, ela vai fundo. Não contente com as franjas sobre a saia curta ou com a transparência sob o que poderia ser uma armadura medieval estilizada, a eslovaca Adriane Karembeu arrumou uma crina de megahair para amarrar em rabo de cavalo. 


Não sei, não, mas o sorriso da Zoe Saldana, que caiu no mesmo conto que a Jovovich, de acreditar que branco combina com qualquer coisa, me parece meio amarelo. Ou azulado.



Eu juro que meus amigos Ronny e Júnior têm um balde de gelo com essa mesma textura do vestido da Jessica Biel. Se fosse só pelo tecido, até ficava interessante, mas aquele acabamento em plumas me lembrou imediatamente o inesquecível
cisne de Bjork



... não, Bjork é insuperável...


Vão dizer que eu implico, mas é que não havia percebido antes. O trigal de Solange Knowles era transparente. Claro, né?



E só pra provar que eu não sou injusta, recordo o roupão de dormir da Florence Welch, que só perdia em mau gosto pros sapatos mesmo. Fortíssima candidata ao troféu Melancia no Pescoço.



23.5.13

Ainda na Croisette

Cannes é um festival, com milhares de noites de gala e estreias de filmes, exigindo charme, beleza, descontração e muito tapete vermelho dos organizadores. Totalmente diferente de Hollywood, que concentra a peruíce explícita em noites específicas. Na Croisette, não. A mulherada tem que arrumar traje diurno, noturno e, algumas vezes, aquelas fantasias esquisitas para concorrer ao prêmio Bjork de Bizarrice Original.

Eu não ia falar mais nada de Cannes, não, mas é impossível ficar impávida diante da excelente forma de Sharon Stone, que já passou dos 50 e está linda. Envelheceu? Sim. Fez plástica? Provavelmente. O resultado é estupendo até porque há rugas indisfarçadas no rosto.


Falando em coroa com tudo em cima, o grupo de beijoqueiros abaixo, além de ser o elenco do filme Un Chatêau en Italie, tem diversos membros da mesma família. A diretora Valeria Bruni Tedeschi escreveu uma história baseada em sua própria vida, chamando a mãe, Marisa, e o marido, Louis Garrel, para trabalharem sob suas ordens. Detalhes interessantes: ela é irmã da ex-primeira-dama francesa, Carla Bruni, filha de dois músicos (Marisa é pianista) e tem um filho com Garrel, 19 anos mais jovem! Preconceituosa que sou, quando vi as fotos do filme, imaginei que eles interpretassem mãe e filho, não um casal de namorados.









Alcançando a maturidade, mas ainda longe dos 40, a belíssima Milla Jovovich vestiu saia e blusa nos mesmos tons, mas com diferenças para cada evento.




De noiva, Nicole Kidman. 




Dita Von Reese é uma stripper que faz sucesso porque parece uma mulher saída de posters das décadas de 40/50. É bonita, mas esquisitinha, não? O vestido, certamente, agradaria a Adele.



O estranho casal formado por Kirk Douglas e Matt Damon deixou toda a extravagância para a tela na biopic de Liberace.



Muito mais estranho do que os dois atores soltando a franga foi o novo modelito de Solange Knowles. Melhor do que aquele invólucro de gaze e trigais que envergou na noite de gala, claro. Mas ontem ela apareceu com este macacão branco de babadão, provavelmente inspirado pelas toucas de natação de senhoras da década de 60 ou pelos chapéus floridos imortalizados pela Rainha da Inglaterra. Ah, e a barra da calça ainda é dobrada. Ainda bem que ela é bonita, né?