3.10.11

A decrepitude

Não estou em fase de entristecimentos.
Véspera de meu aniversário, motivo mais que justo para reunir amigos e alegrar-me. Só que estes 51 anos têm sido celebrados com baldes de água fria despejados sobre o champanhe.
Primeiro que não consigo ter tanto júbilo no coração há dez anos, já que minha mãe morreu exatamente três dias antes de meu aniversário. Fora essa névoa que circunda meu festejar (não sei se devemos manter a dor estampada no olhar a cada vez em que nos lembramos dos que já morreram, mas essa cobertura meio amarga, que destemperou minha vida me rodeia incessantemente; perder as grandes referências de minha vida é trauma para a existência inteira), chegam notícias muito ruins, sobre conhecidos. Não são amigos, mas pessoas que já entraram em minha casa, que estão dentro de meu cotidiano. Um descobriu na semana passada que tem câncer de pulmão com metástase cerebral. Outra, tem dois aneurismas cerebrais.
Nada que me impeça de encontrar quem adoça minha vida. Mas nos leva a refletir se o homem deve mesmo durar mais que 50 anos...

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