16.6.06


Até o advento do "novo" cinema argentino, eu, como brasileira típica, limitava minha simpatia aos argentinos que conhecia pessoalmente, devotando total desprezo ao Maradona e à arrogância dos hermanos. Mas ao ver a Argentina no buraco e ao encontrar com o universo de um belo país devastado pela inépcia governamental populista, que teve seus filhos torturados, mortos e/ou desaparecidos, aos poucos me encantei com aquele povo que, trinta anos atrás, era sinônimo de peruas maquiladíssimas, invadindo a Ilha de Santa Catarina todos os verões.
Depois de Norma Aleandro e Ricardo Darin me levarem em direção da sensibilidade daquelas terras, depois de ver muita coisa boa que eles puseram em tela (na literatura, claro, não havia o que contestar. Afinal, amo Cortazar e Sábato, respeito Borges), tive que admitir publicamente que admirava Maradona e condenei com veemência aquela punição draconiana por sua dependência de drogas.
Resta saber se eles continuarão brilhando na Copa. Por tudo que o país foi maltratado, eles até merecem. Agora, aturar não será fácil. Ficarão insuportáveis.

2 comentários:

Jôka P. disse...

Ficarão ainda mais IN-SU-POR-TÁ-VEIS !!!
Olga, porque a maioria dos argentinos têm aqueles cabelões com mullets ?
:(
Bj!

Olga de Mello disse...

Segundo amigos meus, há dois gêneros de argentino. Um deles é o dos aristocratas, metidos a europeus, elegantérrimos, cultos. E os demais são o gênero Maradona, que cultivam aqueles mullets pavorososos! De qualquer maneira, estou torcendo pelos hermanos contra os germânicos.